|
Por mais que você não faça nada, as coisas estão acontecendo... Por mais que você não sinta, o tempo está passando e com isso levando sua vida...
Por mais que você não veja, o tempo vai consertando, quebrando, unindo, separando, apagando, lembrando, nascendo, morrendo...
O tempo só vai. Não volta jamais. E nessa viagem de ida, ele vai transformando sua vida.
Por mais que não pareça, nem tudo está sob o comando da nossa cabeça.
A.J. Cardiais 14.01.2017 imagem: google
|
Poeta
|
|
Eu faço o que faço, sem me preocupar em ser um poetinha ou um "poetaço". Simplesmente faço comodamente meu traço.
A ideia que vem ao meu encalço, como um descarrilado trem de aço, eu rimo num compasso que fique bem para o poema que eu faço.
Eu traço meu traço, como um pedreiro traça a massa para uma boa construção: medindo em latas, conforme a engenharia da inspiração.
A.J. Cardiais 04.12.2016
|
Poeta
|
|
Eu rimo as panelas, as janelas, o amor por trás delas... Rimo os barracos, os trapos, os farrapos, as mazelas...
Rimo o inseticida, a vida, a morte... Rimo o gado de corte. Rimo a flor que balança. Rimo o trem que não se cansa...
Rimo o idoso e a criança. Rimo a pátria dolorida. Rimo a alegria perdida e a felicidade encontrada.
Rimo a paz tão sonhada e a guerra apodrecida. Rimo a atitude envaidecida de quem não rima nada.
A.J. Cardiais 03.02.2014 imagem: google
|
Poeta
|
|
Dentro desse trem, vejo a vida passar São tantas horas paradas
Gritos de quem quer vender alguma coisa Ninguém me olha e eu não olho pra ninguém. Olho para os lados e nada chama minha atenção É tão sujo é tão parado Todos com olhos de ser assustado Assustados com a vida.
E o trem volta a andar.
Um homem, assustado com um homem, Que esta assustado comigo Obrigado vida por Ter deixado eu entrar nesse trem.
E os caras gritam querendo vender alguma coisa Olha-se o chão sujo, estou com sono Mas se dormir é certo que podem me roubar Então escrevo e me mantenho acordado Alguns conseguem dormir pois sabem que Pois acreditam que não há nada pra se levar nesta vida.
Trem esvaziou, mas continua a balançar
Eu posso parar de escrever a qualquer momento Pôs já esta próximo da minha estação Então já vou me despedir, adeus Pichações fazem a decoração, as portas mal se fecham E todos fechados no trem com medo de conversar Penso na vida (nas vidas), neles, nela Penso no que eles devem estar pensando Na vida, na sorte, no amor, no jogo de ontem Na manha passada, sei lá... Prefiro pensar que não tenho que pensar em nada.
|
Poeta
|
|