Um índio que ligeiramente passa, (moderadamente pensa e age naturalmente), sente que a vida é uma natureza de natureza mansa e índole dominada...
O índio é o meu desconhecido lado, desalentado pelo outro: o letrado, forrado de papel celofane, com areia prateada e mil e um lamês de ilusão...
Nessa mansidão, segue em vão meu coração de sangue guerreiro dominado... E não há psicólogo para retirar de mim os louros e as glórias deste lado.
Só que minha mente me provoca um "frouxo arraso”, quando o outro lado (o letrado) quer levar uma vida melhor...
Quando ele cobra isso de mim, coitado do meu índio... Coitado do meu selvagem, que encara tudo com esperança... Que tem fé até em merda de boi.
Pobre índio que mora em mim... Segue-me, como sempre, esperando calado, o sol nascer novamente.
A.J. Cardiais 25.06.1982 imagem: a.j. cardiais
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Poeta
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