Crónicas :  O processo criativo
O processo criativo
Não tenho um "processo criativo”... A “coisa” acontece comigo, de uma forma que eu não sei dizer. Só sei que acontece. Eu não paro, sento e digo: vou escrever uma poesia. Não olho para algo e penso em poesia... Já teve tanta coisa linda que fiquei olhando, admirando... Achei que merecia uma poesia, mas não fiz porque ELA não compareceu. Talvez eu não tenha treinamento para dominá-la ou não saiba um “ritual” para invocá-la. Mas é justamente isso que eu gosto: a surpresa. Fazer algo por “instinto”, é como exercitar o animal para farejar a presa e dominá-la, sem nenhum conhecimento de artes marciais.

O poeta Mario Quintana, no texto intitulado de Carta, diz: “Não sei como vem um poema. Às vezes uma palavra, uma frase ouvida, uma repentina imagem que me ocorre em qualquer parte, nas ocasiões mais insólitas”.**
Então se ele, Mário Quintana, não sabia, imagine eu.

** Mario Quintana. Em: Carta.
Coleção Melhores Poemas. Pag. 90
Minc FNDE – PNBE – Global Editora

A.J. Cardiais
18.07.2011
imagem: google
Poeta

Poemas :  Meu processo criativo
Meu processo criativo
Meu processo criativo
é muito vivo,
é muito louco,
é muito ativo,
é quase pouco...

É quase tudo
ou quase nada.
É quase estudo.
É quase estrada.

É rima pura.
É pura rima.
É uma loucura
que não se ensina.

É um devaneio,
uma divagação...
É como estar no meio
de uma canção.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta