QUERO (José Antônio Gama de Souza-Balzac)
Não quero falar por metáforas Não quero falar por parábolas Não quero falar por sofismas Não quero falar por fábulas
Quero falar com a língua E que ela seja muito mais Do que futilmente, palavras
Quero falar com palavras E que elas sejam muito mais Do que simplesmente a língua
Não quero saber de eufemismos Não quero saber de semânticas Não quero saber de modismos Não quero saber de retóricas
Quero a poesia clara Dos teus olhos e da alma E do amor sem complexo
Quero penetrar no teu âmago Com franqueza; e com calma Absorver o teu sexo
Não quero ser moderado Não quero ser literato Não quero ser complicado Não quero ser emblemático
Quero me intimidar Quero me enfraquecer Quero me subordinar Quero me enternecer Quero falar com o tato Quero saber com o ato Quero ser mais com o fato De escancaradamente amar... Com a língua de novo Com a língua do povo Com palavras plenas Ruidosas, amenas... Render-me, é o que espero E sem culpa, dizer: Amo-te amor, eu te Quero!
Leopoldina, MG.
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Poeta
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