Poemas :  Sem amor, não dá
Estou tentando relaxar...
Estou procurando sinais
de poesia, no ar...
O dia está até bom, belo.
Mas não é isto que eu quero...

Também não me perguntem
o que eu quero,
porque eu não sei...

Eu, que muito já amei,
aproveito-me do passado
para rimar.

Eu quero é amar...
Eu quero é encher-me
deste combustível que é o amor,
e que não polui o ar.

É... Sem amor não dá.
Sem amor,
não há poesia que aguente.

A.J. Cardiais
09.12.2009
Poeta

Poemas :  Interrogações & reticências
Num dia de céu cinza,
um choro de guitarra
deixa meu coração apertado...

O presente,
unindo-se ao passado,
deixa o futuro desconfiado...
Mas o futuro não faz as malas,
fica esperando o resultado.

Um céu cinza,
deixa interrogações no dia.
A chuva pode descer
e assim entristecer
uma alma penada.

O que fazer nessa estrada,
cheia de interrogações
e reticências?

A.J. Cardiais
22.06.2020
Poeta

Sonetos :  Soneto encabulado
Não quero mudar nada...
Só quero acrescentar
e seguir minha estrada,
sem me preocupar.

O passado nada muda,
mas nos ajuda,
mostrando onde progredimos
ou então regredimos.

Nessa busca pelo progresso,
o povo só pensa em sucesso
deixando o passado de lado...

O meu soneto, encabulado,
vai buscar lá no passado
um bocado de bregueço.

A.J. Cardiais
03.10.2016
Poeta

Sonetos :  Vida e morte
Escorrego da saudade,
do tempo de vagabundo,
quando eu corria o mundo
em busca de felicidade.

A sensação que me invade,
é que não perdi meu tempo
buscando enriquecimento
no seio da simplicidade.

Hoje um prazer me devora,
quando olho para o passado:
eu vivi um bocado...

E ainda insisto em viver!
Mas, chegando minha hora,
estou preparado pra morrer.

A.J. Cardiais
07.10.2016
Poeta

Poemas :  Olhar o passado
Temos tantas coisas perdidas
ou guardadas no esquecimento...
E quando as encontramos,
vivemos um grande momento.

Felizes recordações...
Encontros com passados,
às vezes muito distantes.

Felizes semblantes
que devem ficar
em nossos corações.

Olhar para o passado,
é procurar ver
a miséria ou a fortuna
que deixamos de lado.

A.J. Cardiais
28.01.2011
Poeta

Poemas :  Era da velocidade
Era da velocidade
Estamos na era da velocidade.
Não se contempla mais nada.
A vida é só um vulto nessa estrada:
vem vindo... Passou!

Amores velozes:
mal começam, acabam.
Não existe mais
começo, meio e fim.

Tudo é criado com a intenção
de não durar.
O presente rapidamente
vira passado.
Logo, tudo é superado.

Estamos na era das paixões...
Este fogo que arde, queima,
consome tudo até se extinguir
rapidamente.

A.J. Cardiais
14.11.1997
imagem: google
Poeta

Poemas :  Caminho de todos
Caminho de todos
Ando com os pés no passado.
Por isso não ando apressado.
Meu tempo não é uniforme,
e minha alma não dorme.
Ela segue o tempo,
bisbilhotando cada movimento.

Sei de tudo que se passa,
na raça.
Preferiria não saber...
Assim não iria sofrer.

Eu queria era viver
alheio a tudo isto:
toda esta ideia de prazer,
toda esta ilusão, todo dever...

Mas não adianta disfarçar,
nem se vangloriar...
Nós caminhamos
para o mesmo lugar.

A.J. Cardiais
29.08.2011
imagem: google
Poeta

Poemas :  No outono da vida
No outono da vida
Nasci no outono...
Estação das frutas.
Talvez eu esteja
no outono da vida.
Quando eu estava lá atrás,
nunca imaginei o que eu seria,
quando estivesse aqui, agora.

Escutando uns clássicos
da música erudita,
medito:
o quê fiz na minha vida?
Acho que fui como uma cigarra...
Só curti a vida.
Nunca pensei no inverno.

Eu nunca seria uma formiga.
Teria perdido a vida.
No pouco ou muito
da vida que me resta,
continuo cigarra:
ainda insisto em fazer festa.

A.J. Cardiais
31.03.2009
imagem: google
Poeta

Poemas de reflexíon :  Recordações infelizes
Recordações infelizes
O que bate cá dentro,
é um arrependimento
de tudo que eu fiz de errado,
procurando ser feliz.

Infelizmente o meu passado,
não foi escrito com giz...
Então não pode ser apagado.

Hoje vivo atormentado,
tentando mantê-lo
enterrado.

A.J. Cardiais
11/08/2013
imagem: google
Poeta

Poemas :  Só ando devagar
As coisas para mim
acontecem lentamente...
Como no passado.

Ainda não adquiri essa
“velocidade tecnológica” das coisas.
Gosto de acariciar a paisagem
com o meu olhar,
mesmo sendo a mesma imagem
todo dia...

Gosto de dissolver uma boa conversa,
observando a vida passar.
Gosto de caminhar sobre as nuvens
com minha imaginação...

Gosto de viajar na palavra
sem saber aonde
ela vai me deixar...
Enfim, só ando devagar.

A.J. Cardiais
Poeta