No meu tempo de escola primária (não sei como denominam hoje) Havia em minha turma Um menino que comia borrachas.
Sim, borrachas Esses pequenos artefatos Críticos severos aos lápis.
A ingestão acontecia sempre Durante as aulas E era, para nós, estranho Vê-lo, nos intervalos, A digerir, solitário, O banquete antecipado.
Apenas muito tempo depois Vim a entender a sapiência do seu ato:
Apagava, prematuramente, da sua vida As vindouras e previsíveis nevascas.
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Poeta
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