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Eu ganho pouco, mas tenho o conforto de uma vida de sonhos. Não é a "vida sonhada": filhos sem problemas, uma mulher apaixonada... Ainda não é essa vida.
Mas estou na lida... Ainda queimo a esperança de que esse sonho venha a acontecer, antes de eu morrer.
Porém, enquanto a morte vem, e o trem da vida corre, vou alimentando o meu sonho esperançoso, porque dizem que a esperança é a última que morre.
A.J. Cardiais 21.08.2009
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Poeta
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Eu não temo a morte... Eu temo esta vida insegura que está no porvir...
Eu temo esta avalanche de ideias, que temos que "engolir" e, sem sentir, fazermos parte do jogo.
Este jogo sujo de sempre querer mais, quando tudo poderia ser conseguido por muito menos.
A.J. Cardiais 11.10.1989
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Poeta
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Eu passei toda minha vida brincado...
Brincando de brincar brincando de estudar brincando de ser poeta brincando de trabalhar brincando de pai de família brincando de homem responsável brincando de ser senhor...
Enfim, brincando com a vida; brincando “de viver”.
Hoje, brinco com a morte... E se eu tiver sorte, ela ganha de mim sem eu perceber.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Não choro por meus mortos... Não me descabelo, nem me desespero... Apenas sinto.
Sei que a morte é só o fim de um estágio. Quem cumpriu sua meta aqui, teve sorte.
Agora irá desempenhar sua tarefa, em outro lugar.
Eu não vejo a hora de ir para lá, onde a alma mora.
A.J. Cardiais 06.05.2009
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Poeta
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Nós não sabemos o que está em nossa sina. Nós não sabemos o que há por trás desta cortina, que nos esconde o viver. Nós não sabemos o que vai nos acontecer. Nós nem sabemos se vamos adoecer, mesmo com nosso corpo dando os sinais.
Nós só sabemos que vamos morrer... Mesmo assim, não sabemos quando isso vai acontecer.
A.J. Cardiais 27.10.2009
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Poeta
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Tem tanta gente vazia por ai... Gente vivendo sem saber porquê ou pra quê. Gente querendo saber... Gente morrendo, querendo viver. Gente vivendo e querendo morrer...
Uns se procurando e se encontrando. Outros se procurando e se perdendo... A maioria não está “nem aí”...
E a vida segue passando, levando, trazendo, consertando, quebrando, rimando, remando, rumando... Para onde ninguém sabe.
A.J. Cardiais Agosto/1981
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Poeta
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Quando a morte vier me levar, espero que ela me encontre feliz; de bem com a vida.
Espero que ela fique perdida, procurando um motivo para me levar.
Quando a morte chegar, espero que eu esteja sorrindo, e ela chegue como um "flash", capturando uma boa imagem, para esta última viagem.
A.J. Cardiais 21.02.2017
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Poeta
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Escorrego da saudade, do tempo de vagabundo, quando eu corria o mundo em busca de felicidade.
A sensação que me invade, é que não perdi meu tempo buscando enriquecimento no seio da simplicidade.
Hoje um prazer me devora, quando olho para o passado: eu vivi um bocado...
E ainda insisto em viver! Mas, chegando minha hora, estou preparado pra morrer.
A.J. Cardiais 07.10.2016
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Poeta
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Um sonho de dadaist.
A morte que acompanha cada passo, a incerteza da chegada e do regresso - sempre o mais perigoso e difícil de levar a bom porto, o regresso. É original tudo o que provém da parte mais virgem, mais verdadeira e mais íntima duma personalidade artística.
Mas como nasceu por estas bandas, permanece ainda hoje embrulhado na luta. Sua principal característica era uma linguagem permeada pelo deboche e pelos ilogismos dos textos, além da aversão a qualquer conceito racionalizado sobre a arte.
Estas arruínam a confiança das pessoas no seu futuro. Mas exerce uma influência decisiva e prolongada mesmo em escritores que dos seus princípios estão aparentemente distanciados. Estamos todos muito cansados de previsões, sobretudo as que são feitas com uma intensão de minar a confiança. O paradoxo também se fundamenta na oposição, só que esta ocorre entre o mesmo referente, por isso é mais profundo, pois permeia o âmbito das ideias, não simplesmente das palavras ou orações, como na antítese.
A realidade impõe-se sempre às previsões. Ligada ao clima de inquietação e incompletude da atmosfera finissecular, que produz correntes de pensamento de componente idealista. Impressões estas relacionadas à sua insatisfação diante dos fatos que evidenciavam as mazelas da sociedade mediante o seu avanço industrial e sua influência sobre as relações humanas, sobretudo o poder de alienação exercida sobre o homem em consequência desta.
E outros levantaram dúvidas semelhantes. Aqui não há poções mágicas. Nem tão pouco ilusão de óptica. A linguagem, tida como inovadora e inusitada, propunha desmitificar toda forma de racionalização, bem como de valores ligados ao convencionalismo. Corri os olhos pelo ar, buscando algum pensamento que ali deixasse, e não achei nenhum.
Marcado pelo subjetivismo, nostalgia, melancolia e combinação de vários géneros. Palavras assim são ditas para a gente saborear baixinho, repetindo muitas vezes.
Pó quer dizer progresso. Logo surge uma variante: Pó, meus senhores, quer dizer tão simplesmente progresso. Imagino que a resposta seja positiva. Ninguém consegue ser expert em tudo.
Provavelmente você é muito bom naquilo que escolheu ser… É justamente o objetivo que você atingirá hoje. Mas também pode estar numa outra sociedade, que será próxima ou distante segundo nossos valores culturais, morais e históricos.
Não se tratava bem de conquista, mas de ocupação de território. Formar profissionais críticos, reflexivos, com sólidos conhecimentos de língua e Literatura, aptos à investigação que favoreça o processo contínuo para construir o conhecimento na área de atuação. Faz uma nova abordagem, não é exagerada nem sensacionalista.
É a voz humana sem restrições. Reação contra a "alienação" e o evasionismo da Geração Presença. Negação da "arte pela arte", privilegiando o conteúdo e a função social da arte.
Tomada de decisão responsável Saber fazer escolhas e tomar decisões acerca de questões pessoais e coletivas fundamentadas no autoconhecimento, no seu projeto de vida, com respeito aos outros.
É um ambiente seguro, acolhedor e com forte senso de pertencimento, promovendo um ambiente de apoio e atenção dos adultos a cada criança. Triste é saber que neste mundo ninguém morre por ti.
A unidade de medida do ritmo deixa de ser a sílaba para basear-se na combinação das entonações e das pausas. Ruptura com a métrica tradicional: versos de duas a doze sílabas, com acentos regularmente distribuídos. Mas agora ninguém admite ter feito essa promessa.
Sucessores destes serão os que exprimem o futuro ainda não expresso por estes - os futuristas de depois. Elíptica e alusiva, sem limitações normativas; ritmo psicológico, criado a cada momento, como descargas de vivências profundas, delírios emocionais; metáforas insólitas, aproximações imprevista. como um sentimento novo, uma nova atitude espiritual em que couberam direções muito divergentes, que se alçou contra um idealismo sem idéias…
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Poeta
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Sei que estou deixando tudo se acabar... Só estou esperando a morte me levar.
E se eu tiver sorte, ela me levará dormindo. Se eu for muito forte, ela me pegará sorrindo.
Eu só tenho medo de morrer definhando... Disso não faço segredo.
Deve ser um inferno pra quem vive lutando, querendo ser eterno.
A.J. Cardiais 27.08.2011
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Poeta
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