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Vivo dentro do sofrimento. Vejo as drogas substituírem o alimento.
Vejo pessoas tirando seus sustentos do lixo. Vejo gente vivendo que nem bicho.
Vejo idosos "se virando" para continuarem vivendo, e políticos se aposentando depois de poucos mandatos e muitos "bons tratos"...
Como posso me calar, vendo todos estes atos? Minha poesia tem que falar, tem que brigar... Tem que relatar os fatos.
A.J. Cardiais 21.06.2011 Imagem: Google
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Poeta
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Transbordantemente em versos eu faço um apelo: seguindo com esse desmazelo, nós vamos acabar com o mundo.
Eu também não me chamo Raimundo,* mas para o Drummond* eu apelo, com esse poema singelo e um sentimento profundo.
Vou rimando passo a passo e no compasso: escorrego num desmatamento... Vejam o tom violento com que o fogo destrói a vegetação...
Como isso dói... Ver seres vivos sendo destruídos pelo fogo. Nos, que ficamos comovidos, procuremos alertar os distraídos:
Por baixo desse monte de lixo, estão nossas vidas. Ou damos um basta nesta violência, ou vamos acabar pedindo clemência:
Perdoai-nos, ó Mãe Natureza... Depois de tanta beleza, o que deixamos para o futuro são carros, jóias, mansões... Monturos.
A.J. Cardiais 13.07.2009
* Carlos Drummond de Andrade Em: Poema de Sete Faces
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Poeta
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Acho que o homem é o único bicho que não percebeu que, sem água, todo luxo vira lixo.
A.J. Cardiais 11.02.2015
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Poeta
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Um homem pobre caminha por um bairro nobre, à procura de algo para sobreviver...
O rico não quer nem saber... É do lixo que o homem tira o que comer.
O homem pobre vasculha o lixo, cantando uma canção, indiferente à mansão que está na sua frente.
Para ele este povo só serve para isto: jogar uma porção de coisas no lixo. Coisas que ele cata, e vai vender.
A.J. Cardiais 10.08.2010 imagem: google
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Poeta
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Não adianta escrever, para ninguém entender... não adianta vender, e comprarem por comprar.
Não adianta inspirar, encher os pulmões de ar, e expirar palavras vazias, dizendo ser poesias...
a poesia não está somente nos poemas, como muita gente pensa...
Para nossa alegria, a poesia está em todo lugar que se possa imaginar
A.J. Cardiais 12.01.2015 imagem: google
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Poeta
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Vou vivendo sem luxo... Não estou no lixo, porque sei rimar a vida.
Minha rima preferida é a felicidade. Prezo, como padrão de vida, a minha liberdade.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Não sou poeta de gabinete... Vivo pongado no dia a dia, recolhendo os fatos.
Como os garis recolhem o lixo, eu fico recolhendo os entulhos das ideias, para fazer reciclagem.
Ideia pouca é bobagem, nas mãos de um artesão popular...
São pedacinhos de letras, que se tornam anéis; são contas não pagas, que se tornam gargantilhas...
São tantas ideias simples, desprezadas pela sociedade burguesa...
E o artesão vai recolhendo uma por uma... No final do dia, o poema está na mesa.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Sei que para você eu não passei de um capricho. Você brincou, brincou, enjoou e jogou no lixo.
Hoje eu ando desesperado, pois não tenho mais você ao meu lado.
Sinto falta desse beijo arrasador. Tão sincero, tão gostoso, que me fez acreditar que era amor.
E eu amei, amei, me entreguei de vez... Hoje você nem se lembra do mal que você me fez.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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