Poemas :  Pilha da necessidade
Deixe o poema livre...
Deixe ele correr solto
pelo vale literário...

Não crie itinerário,
forçando-o a passar
por onde você quer chegar...

Deixe o poema livre...
Deixe que ele colha
palavras à vontade.

Deixe ele saciar
a sede de liberdade.

Deixe-o falar, falar, falar...
Até esgotar
a pilha da necessidade.

A.J. Cardiais
27.04.2011
Poeta

Frases y pensamientos :  Un breve análisis de la obra de Salaam El Kotur
A nivel morfo-sintáctico,
su obra nos remonta al anapesto sincrético,
en especial a las primeras formas
en cromatismo y circunloquio del mismo
encontradas en los escritos arameos,
mucho antes de ser helénicamente popularizados.
En su prosopopeya, muscular y elegantemente descrita, nos recuerda el preciosismo babilónico prefigurado, y el proto-pleonasmo indoeuropeo.

Cabe recordar que la paronomasia como recurso literario se remonta a los períodos precolombinos,
y El Kotur promueve aliteraciones
y metonimias inusitadas en el estafermo lector.
Sin remedar como aristarco en lo mas mínimo su trabajo, es notable el viso de palimpsesto que la obra gradualmente adquiere: evoca la sensación de haber leído su mimesis anafórica antes.
“Branca que nunca es brenca”, nos viene a la memoria, aunque sus retruécanos, tropos, jitanjáforas y sinestesias son mucho más impecables en verosimilitud.

Los giros lingüisticos en asindenton sin cesuras
son en su mayoría sinistorsos en los encabalgamientos con intonsos de rima aguda. El exordio es polimétrico, con leitmotivo en indigenismo, en repetidas metonimias.
El uso exacerbado de la paráfrasis y el hiperbatón, niega un tanto la perífrasis, con sinécdoques recursivos sobre un fondo silogísticamente claro.
Poeta

Poemas :  Garimpo literário
Garimpo literário
Está difícil extrair ouro das palavras...
Está difícil garimpar...
É preciso quebrar blocos de ideias.
É preciso imaginar.

Demarcar o veio
em que se vai trabalhar,
e começar a cavar ideias...
Até achar um filão.

Mas, muita atenção,
pois o ouro está misturado ao cascalho...
É ouro em pó.
Tem que ser muito bem trabalhado.

Imaginem o monte de letras
que alguém tem que cavar
para encontrar as palavras,
extrair o ouro
e transformá-lo em um texto.

A.J. Cardiais
17.12.2010
imagem: google
Poeta

Poemas :  Jogo literário
Jogo literário
Os poetas estão por aí,
procurando sair
deste mundo falso...

Os poetas estão dando salto,
tentando pegar
na borda da vida.

Ser poeta não tem saída:
é uma bola dividida.
Ou você chuta, sem medo
de perder o pé,
ou você será só mais um
jogador qualquer
neste jogo literário.

A.J. Cardiais
16.12.2014
imagem: google
Poeta

Poemas :  Garimpo literário
Garimpo literário
Está difícil extrair ouro das palavras...
Está difícil garimpar.
É preciso quebrar blocos de ideias.
É preciso imaginar.

Demarcar o veio
em que se vai trabalhar
e começar a cavar letras,
até achar um filão...

Mas muita atenção,
pois o ouro está misturado ao cascalho...
É ouro em pó.
Tem que ser muito bem trabalhado.

Imaginem o monte de letras
que alguém tem que cavar,
para encontrar as palavras,
extrair o ouro e transformá-lo
em um texto.

A.J. Cardiais
17.12.2010
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Salgando o mar literário
Salgando o mar literário
A minha poesia
vai carregando o sal
e salgando mais
este mar literário.

Ela não tem itinerário:
Vai fazendo suas caminhadas
aleatórias pelas picadas,
evitando o saber sedentário.

Vai invadindo as florestas,
fugindo das estradas
e tropeçando nas letras.

Quando olha pelas frestas,
as ideias escravizadas,
tenta deixa-las libertas.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  Eduquemo-nos para as críticas
Nós precisamos aprender que ninguém é obrigado a gostar da nossa arte. Tudo é uma questão de “identidade”. Como disse Mario Quintana: “Quando não gostamos, é porque não é da nossa família”. Então já partimos para uma coisa mais profunda.
Mas a verdade é que nós precisamos nos educar para receber os nãos da vida. Tem tanto exemplo de pessoas que venceram, apesar de terem recebido muitos nãos.

Muitas vezes, elogiar uma arte sem ter gostado, é mais prejudicial do que falar a verdade ou não dizer nada. Isso ilude o artista. Faz com que ele pense que está agradando, quando na verdade ele não está. Essa questão da educação,”por educação”, só induz ao erro. Principalmente em se tratando de arte. A pessoa pode gostar de uns “ferros retorcidos”, sem saber porquê gostou, sem entender patavinas sobre escultura. Pode ficar atraída por alguns “rabiscos” em um quadro, sem entender nada sobre pintura. Pode gostar das performances do balé, pode gostar de musica “de vanguarda”... sei lá! Pode gostar de um monte de coisas sem que, para isto, precise ter algum conhecimento básico. Este conhecimento adquire-se com o tempo, com um envolvimento maior (ou não).

É lógico que eu gosto quando alguém elogia o que eu escrevo. Mas fico preocupado em saber até onde vai a sinceridade daquele elogio. Às vezes alguém elogia você, esperando uma retribuição. A gente vê muito disso na Sociedade: Os “educados” se elogiam, se beijam, se abraçam e sorriem. Tudo isso com um perfume de falsidade. No meio literário a gente sente esse “perfume” de longe... Eu, como o meu perfume é só o do sabonete, fico me lavando toda hora, pra não ficar “fedendo” no meio dos perfumados.

Mas a verdade é esta: Precisamos de SINCERIDADE em todos os meios. Deixem para elogiar se realmente se sentirem “impulsionados” a fazerem isto. Caso contrario, fiquem calados. Deixem que cada um se exponha e gaste suas energias como achar melhor. Eu gasto a minha aqui, fingindo que escrevo. Faz um bem... E não precisa “elogios”.

A. J. Cardiais
Poeta