Poemas :  Parabólica do povo
Procuro sempre usar
uma linguagem popular.
E só tento escrever
quando sinto algum prazer.

Tento fazer do poema,
uma antena...
Uma parabólica do povo,
para injetar um suingue novo
nesta Sociedade velha.

Tento um poema
que dê mais ritmo e balanço,
nas cadeiras da vida,
e deixe mais florida
as dores do avanço...

Infelizmente eu sou pequeno...
Sonho, mas não alcanço.

A.J. Cardiais
07.03.2010
Poeta

Textos :  Um sonho de dadaist.
Um sonho de dadaist.

A morte que acompanha cada passo, a incerteza da chegada e do regresso - sempre o mais perigoso e difícil de levar a bom porto, o regresso. É original tudo o que provém da parte mais virgem, mais verdadeira e mais íntima duma personalidade artística.

Mas como nasceu por estas bandas, permanece ainda hoje embrulhado na luta. Sua principal característica era uma linguagem permeada pelo deboche e pelos ilogismos dos textos, além da aversão a qualquer conceito racionalizado sobre a arte.

Estas arruínam a confiança das pessoas no seu futuro. Mas exerce uma influência decisiva e prolongada mesmo em escritores que dos seus princípios estão aparentemente distanciados. Estamos todos muito cansados de previsões, sobretudo as que são feitas com uma intensão de minar a confiança. O paradoxo também se fundamenta na oposição, só que esta ocorre entre o mesmo referente, por isso é mais profundo, pois permeia o âmbito das ideias, não simplesmente das palavras ou orações, como na antítese.

A realidade impõe-se sempre às previsões. Ligada ao clima de inquietação e incompletude da atmosfera finissecular, que produz correntes de pensamento de componente idealista. Impressões estas relacionadas à sua insatisfação diante dos fatos que evidenciavam as mazelas da sociedade mediante o seu avanço industrial e sua influência sobre as relações humanas, sobretudo o poder de alienação exercida sobre o homem em consequência desta.

E outros levantaram dúvidas semelhantes. Aqui não há poções mágicas. Nem tão pouco ilusão de óptica. A linguagem, tida como inovadora e inusitada, propunha desmitificar toda forma de racionalização, bem como de valores ligados ao convencionalismo. Corri os olhos pelo ar, buscando algum pensamento que ali deixasse, e não achei nenhum.

Marcado pelo subjetivismo, nostalgia, melancolia e combinação de vários géneros. Palavras assim são ditas para a gente saborear baixinho, repetindo muitas vezes.

Pó quer dizer progresso. Logo surge uma variante: Pó, meus senhores, quer dizer tão simplesmente progresso. Imagino que a resposta seja positiva. Ninguém consegue ser expert em tudo.

Provavelmente você é muito bom naquilo que escolheu ser… É justamente o objetivo que você atingirá hoje. Mas também pode estar numa outra sociedade, que será próxima ou distante segundo nossos valores culturais, morais e históricos.

Não se tratava bem de conquista, mas de ocupação de território. Formar profissionais críticos, reflexivos, com sólidos conhecimentos de língua e Literatura, aptos à investigação que favoreça o processo contínuo para construir o conhecimento na área de atuação. Faz uma nova abordagem, não é exagerada nem sensacionalista.

É a voz humana sem restrições. Reação contra a "alienação" e o evasionismo da Geração Presença. Negação da "arte pela arte", privilegiando o conteúdo e a função social da arte.

Tomada de decisão responsável Saber fazer escolhas e tomar decisões acerca de questões pessoais e coletivas fundamentadas no autoconhecimento, no seu projeto de vida, com respeito aos outros.

É um ambiente seguro, acolhedor e com forte senso de pertencimento, promovendo um ambiente de apoio e atenção dos adultos a cada criança. Triste é saber que neste mundo ninguém morre por ti.

A unidade de medida do ritmo deixa de ser a sílaba para basear-se na combinação das entonações e das pausas. Ruptura com a métrica tradicional: versos de duas a doze sílabas, com acentos regularmente distribuídos. Mas agora ninguém admite ter feito essa promessa.

Sucessores destes serão os que exprimem o futuro ainda não expresso por estes - os futuristas de depois. Elíptica e alusiva, sem limitações normativas; ritmo psicológico, criado a cada momento, como descargas de vivências profundas, delírios emocionais; metáforas insólitas, aproximações imprevista. como um sentimento novo, uma nova atitude espiritual em que couberam direções muito divergentes, que se alçou contra um idealismo sem idéias…
Poeta

Poemas :  Métrica e poética
Não vivo preocupado com a poética,
com a linguagem métrica,
ou qualquer outra bobagem...

Estou preocupado com a mensagem:
o que foi que eu vi,
nesse mundo desligado;

O que foi que eu senti,
num momento conturbado...
É isso que me deixa preocupado.


A.J. Cardiais
07.10.2015
Poeta

Poemas :  Escola de poesia
Escola de poesia
Alguém pode aprender a versar,
a rimar, a “metaforizar”
a usar e abusar
de toda linguagem da poesia...

Mas não aprende a filosofia.
Esse alguém pode até ganhar
aplausos e elogios...

Mas não ganha o sentimento
que o verdadeiro poeta tem,
ao colocar no mundo
mais um rebento.

Para “este alguém”
tudo é uma questão de técnica,
e não de alma poética.

A.J. Cardiais
05.01.2011
imagem: google
Poeta

Poemas :  Válvula de escape
Válvula de escape
A dor que eu trago,
não falo...
Escrevo e largo.
Deixo-a ir, não retenho.

Da dor que eu venho,
eu quero partir.
Não sou carregador,
sou poeta.
Sou o estafeta
da linguagem.

Sempre trago uma mensagem
escondida nas entrelinhas.
Da dor que eu vinha,
(no começo da linha)
consegui fugir...

Nada como tingir
sua vida
da cor que mais lhe agrada.

A,J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Está escrito
Este poema
pode não ser bonito...

Mas é um risco
é um cisco
é um traço de união...

Ele não está na contramão...
Mas está sem direção.

Está fazendo bobagem
querendo usar outra linguagem
e mostrar outra visão.

Este poema
pode não ser bonito...

Mas está escrito.
E basta.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  Está escrito
Este poema
pode não ser bonito...

Mas é um risco
é um cisco
é um traço de união...

Ele não está na contra-mão...
Mas está sem direção.

Está fazendo bobagem
querendo usar outra linguagem
e mostrar outra visão.

Este poema
pode não ser bonito...

Mas está escrito.
E basta.

A.J. Cardiais
17.11.2010
Poeta