Poemas infantiles :  Deu barata na peça (ou um show de improviso)
Dizem que quem tem medo de barata,
sente a presença dessa .... ingrata,
antes de qualquer pessoa.
Mas não é um medinho à toa,
é um medo incrível.
Parece que uma pequena barata,
(que qualquer criança mata)
se transforma num monstro horrível.
E tem um ator, que sente pavor.
Quando vai começar a peça, o ator
(o que sente pavor)
grita: aqui tem uma barata!

Os outros atores ficam sem entender nada,
com cara de interrogação...
Aí o ator (o que sente pavor)
pergunta: vocês não estão sentindo o fedor dela?
(as atrizes se cheiram, cheiram uma às outras) e respondem: não!
Daí o ator (o que sente pavor) diz: mas eu sinto...
Ela está por aí me olhando...
Só está esperado eu me descuidar
para pular em cima de mim,
com seu cheiro ruim.

Olhando para as atrizes e para a plateia,
pergunta: vocês não sentem medo?
Uma – Eu sinto, mas não é tanto.
Outra – Eu sinto é nojo... (e faz cara de nojo)
Outra – Eu também sinto é nojo...
O ator, que sente pavor, então diz: vocês têm sorte..
Para mim barata é a morte.
Se ela me tocar,
o mundo vai desabar...
Uma das atrizes fala: nossa, mas que tragédia...
Por falar em tragédia, e a nossa peça?
Quando é que começa?
O ator, que sente pavor, responde:
A peça... A peça...
A peça é essa barata, que está me pregando uma peça!
E antes que algo me aconteça,
eu vou gritar, para que ela apareça:
Apareça logo, sua barata fedorenta!
Eu já senti sua presença!

Então alguém joga uma bola de papel no palco,
e uma das atrizes grita: olhe ela aí!
E todos saem correndo...
A plateia não fica entendendo,
mas acaba aplaudindo,
em vez de vaiando.

A.J. Cardiais
10.05.2016
Poeta

Poemas infantiles :  Palavra: um poema supérfluo
Palavra: um poema supérfluo
Deturpadas palavras más,
que os dicionários vão engolir.
Os poemas supérfluos hão de exibir
todas as palavras. Mas...

O abdômen, inimigo do homem,
e a barriga, aquela nossa amiga,
estão na maior briga
por causa de um nome.

O nome: substantivo desconhecido,
de pai e mãe abstratos.
Muitos nomes, muitos retratos
de fome e de povo subdesenvolvido.

Nome feio equivale a palavrão:
paralelepípedo, inverossimilhança...
Mas, nome feio para a criança,
é aquele que não se pode dar não.

Então eu grito: Rimas! Rimas à mão cheia!
E as mãos: cheias de calos.
Brigo, xingo, ofendo os cavalos...
Sou louco... Sou louco não, creia.

A.J. Cardiais
06.02.1990
imagem: google
Poeta

Poemas surrealistas :  Funestos magnates
FUNESTOS MAGNATES

Concierto del gravamen canon.
Magnos.
Los paquidermos del muladar consumaban,
felices sus asfálticos actos de exterminio,
recubiertos del terciopelo de mil nombres,
extinguían las semillas de la tierra.
Besucher, visitatore, visiteur.
De ausencias.
Labradores.
En los cielos.
Perdonados.
Resti mortali, Hülle sterbliche,
dépouille mortelle.
¡Funestos más que funestos!.

Los.
Magnates.
Torturaban las noches de los pastos.
Torturaban los magnates los parques.
Infantiles huesos infructuosos solo.
Funestos.

Los jóvenes collares de las perlas.
Huérfanas golpeadas de las conchas.
Lo que fue cuando el sol cayó de un árbol.
Quemado gota a gota sin evaporarse,
ningún tierno hielo abandonado,
sin menoscabo ostentoso,
encima de los cuerpos acartonados,
tropelía titán.

Calcificados los murciélagos en las venas,
ácidas como larvas de lagartos agusanados,
asfixiando las pobres calles clandestinas.

Magnánimos.
Opernglas, binocolo da teatro, jumelles.
Cuando, el canto estremecido caía,
al fondo del dormirse,
amarillento en la gravedad,
ligera del imán acomplejado,
en la izquierda carretera,
vegetal de las orugas.

Roedoras.
Las pupilas de cien culebras encendían.
Cosmétique roh
Kosmetik cru
El polvo de los pisos de los féretros.
¡Qué huían!.
En las frágiles tumbas de las ardillas.
Piaga, chaga, plaie... wunde Stelle.

Cuando, un enjambre de dioses desayunaban,
huesos, y perforaban cráneos vacíos.


Autor: Joel Fortunato Reyes Pérez
Poeta