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Lá vem a bola Desacreditada de si mesma Às vezes vem rolando, chorando... Lá vem ela Otimista procurando o gol Insatisfeita e realista Vem sendo chutada desprezada Um pouco apressada À procura do gol.
Lá vem a bola Indignada por si mesma Nos campos de pelada Maltratada e pisada Lá vem ela Oportunista e mal intencionada Protagonista da garotada Um pouco cansada A caminho do gol.
Lá vem a bola Idolatrada, mas não por si Observada pela torcida impaciente Adorada e odiada ao mesmo tempo Lá vem ela
Disputada e disparada A caminho do gol Mas a trave desesperada a impede A incrédula bola Despede-se do gol.
Lá vem a bola Estática por si mesma Ansiosa na marca da cal Com frio na barriga No momento do gol Lá vem ela Espalhafatosa e veloz Rompendo a linha divisória É gol... I ki golaço! Como diria Silvério; Alegria de uns Tristeza de outros Lá vem a bola outra vez A caminho do centro Carregada com tristeza Por quem a pegou.
“Esta é uma justa homenagem à bola Que em um espaço de 90 minutos Pode fazer sorrir e chorar “Ao mesmo tempo uma mesma pessoa”.
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Poeta
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Saudade como dói esta saudade Dentro do meu peito Do meu lado esquerdo; Maldade por que fica esta maldade Junto do meu leito No meu pensamento; Tristeza me invade a tal tristeza Minando minha alma Tirando minha calma; Madrugada, quando cai a madrugada Sinto-me tão sozinho Falta-me um carinho; Verdade, só existe uma verdade Que eu sinto a tua falta Do desejo que me assalta; Certeza só me falta uma certeza Da certeza que me amas Do meu corpo que reclama; Esperança, só me resta uma esperança De esperar por esta tarde Nem que for a eternidade; Um amor pela metade Quem espera sempre alcança.
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Poeta
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Mulher criança que a todos encanta Dona de um sorriso inocente Olhar descontente És mulher de fato em seus atos És criança crescida, adolescente perdida Criança mulher que a todos engana Na escultura do teu corpo Na bravura do teu rosto És criança no teu jeito de convidar És mulher na beleza de deitar Faz do coração do homem brinquedo Sem esforço experiência ou segredo Desejo oculta esconde em seu peito Menina insolente rebelde e sem jeito Te quero mulher Quando me amas a todo o momento Não te quero criança Quando brincas com meu sentimento Te quero criança Adolescente perdida Não te quero mulher Assim ousada e despida Não importa se és mulher ou criança Eu preciso te amar E não perco a esperança.
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Poeta
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Lamina cega que ao pulso cerra O frio do teu metal confronta-lhe a face Que ocultas sinais e tremores
O teu golpe que do frio sangue jorra Esvaziar se faz em copos rasos Um sorriso disperso e atento
Inquieto espera o desferir Não mais que o tempo o machuca O aço da saudade que penetra
Sóbrio o corpo empilha na vala A guia o toma como morto Da bebida que exala pela entranha
Usurpar se faz na insensatez Á cólera que teu rosto assola A solidão que dispersa em pensamento
Entorpecido arremessa teus olhos ao céu Do arrependido Deus que lhe oculta à face Torto mendigo de esfacelados pecados
Se o inverno que à tarde trás e o congela A lápide envelhecida em negrito o traga Amarga e cala a voz que por vez Outrora não só a matéria que desfaz A maldita saudade como homem carregou.
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Poeta
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Quero ser o seu poeta Seu amigo destemido Ser um cântico sofrido A bebida predileta.
Quero ser o seu caminho Pelos campos ou deserto Quando longe ou bem perto Emprestar-te o meu carinho.
Quero ser a sua bravura Sua conduta na coragem A esperança na mensagem Sentimento que perdura.
Quero ser tua inspiração O acalento do teu colo A firmeza deste solo O pulsar do coração.
Quero ser a ansiedade Do teu peito sem maldade No teu corpo à vontade Dos teus dias a saudade.
Quero ser a tristeza De um dia sem sol Ser a alma que descansa No silêncio do seol.
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Poeta
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Vento que passa como música Folhas secas a bailar Sem destino voam lúcidas Sem lugar pra descansar;
Neves emprestam um branco Forram os canteiros de gelo Tais como um sorriso brando Perdem-se em minutos de desejo;
Folhas desbotadas pelo chão Retrato da primavera esquecida Chuva fina de verão Refrescam a cidade adormecida;
As luzes se apagam nas praças Ofusca a beleza do encontro Meninos chutando lata Pensamentos em meio aos escombros;
À tardinha invade a tristeza Deixando a saudade para o dia que vem Monótonas ruas de terra Trás a lembrança o rosto de alguém;
A noite cai vestida de medo Escurece o caminho da estrada Faz acender no corpo o desejo E trás a fisionomia do semblante da amada.
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Poeta
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O encanto acabou-se Acabou-se o encanto Acabou a farinha A manteiga e o sossego Acabou-se! Mesmo que por enquanto.
Acabou o que chamo de desejar O que chamo pelo nome E nem nome tem E mesmo se tivesse Não o chamaria Mesmo que por engano.
Acabou-se o pão, o sabão e a razão... Acabou que bom Acabou-se tudo Nem tudo se acabou Acabou o que chamo de expirar Só não acabou O encanto que ficou por vir.
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Poeta
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Descalço na areia frente ao oceano A onda vem e molhas os meus pés E conseqüentemente Volta para os seios do mar Por que não posso voltar; Assim se faz o vento Vem de onde não se imagina E vai para onde ninguém determina Assim sou nessa sua vida; Preciso apenas uma chance Pra recomeçar, Você precisa de um milhão De motivos pra me aceitar; A imensidão do mar me deixa muitas dúvidas Tamanha é a grandeza da sua solidão Não é diferente no deserto que Mostra-se no meu coração Sem você não faz sentido a vida Preciso apenas uma chance Pra me encontrar; Estou perdido nas esquinas Embriagado neste bar Pedindo pra voltar; Existe uma vontade dentro do meu peito Pedindo pra gritar Mas o silêncio que descansa nos teus olhos Impedem-me de falar Preciso de um instante para respirar Preciso de uma chance pra recomeçar.
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Poeta
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Pensamento que não para quieto Cria asas imagináveis pra te ver O tanto que te amo já não sei bem certo Saudade me invade da vontade de morrer.
Sobrevoa por cidades e arranha-céus Pensamento louco indomável Que me apanha pelos ares, farto de visão! E ao mesmo tempo solitário.
Pensamento que não para; inquieto... Faz desta minha carne solidão Teu sangue que escorre em minhas veias Faz sangrar meu dilacerado coração.
Se lhe enviar o meu peito em carta Tão farto de tristezas em vão Tal carteiro se despediria aflito Conteúdo de uma escrita sem razão.
No outono esperança vira folhas Bailarinas pelo vento a voar Amarelas vão doentes em rumores De mansinho em teu peito aconchegar.
Para os lados de cá amanheceu tão cinza Pigmentos de um jardim sem flor Sem você minha alma agoniza Lágrimas torturadas viram brisas Arco-íris entardece incolor.
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Poeta
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A HISTÓRIA DA BOLA
Lá vem a bola Desacreditada de si mesma Às vezes vem rolando, chorando... Lá vem ela Otimista procurando o gol Insatisfeita e realista Vem sendo chutada desprezada Um pouco apressada À procura do gol.
Lá vem a bola Indignada por si mesma Nos campos de pelada Maltratada e pisada Lá vem ela Oportunista e mal intencionada Protagonista da garotada Um pouco cansada A caminho do gol.
Lá vem a bola Idolatrada, mas não por si Observada pela torcida impaciente Adorada e odiada ao mesmo tempo Lá vem ela
Disputada e disparada A caminho do gol Mas a trave desesperada a impede A incrédula bola Despede-se do gol
Lá vem a bola Estática por si mesma Ansiosa na marca da cal Com frio na barriga No momento do gol Lá vem ela Espalhafatosa e veloz Rompendo a linha divisória É gol... I ki golaço Como diria Silvério Alegria de uns Tristeza de outros Lá vem a bola outra vez A caminho do centro Carregada com tristeza Por quem a pegou.
Esta é uma justa homenagem à bola Que num espaço de 90 minutos Pode fazer sorrir e chorar Ao mesmo tempo Uma mesma pessoa.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Agosto de 2003 no dia 05 Itaquaquecetuba (sp)
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Poeta
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