Poemas de humor :  A História da Bola
Lá vem a bola
Desacreditada de si mesma
Às vezes vem rolando, chorando...
Lá vem ela
Otimista procurando o gol
Insatisfeita e realista
Vem sendo chutada desprezada
Um pouco apressada
À procura do gol.

Lá vem a bola
Indignada por si mesma
Nos campos de pelada
Maltratada e pisada
Lá vem ela
Oportunista e mal intencionada
Protagonista da garotada
Um pouco cansada
A caminho do gol.

Lá vem a bola
Idolatrada, mas não por si
Observada pela torcida impaciente
Adorada e odiada ao mesmo tempo
Lá vem ela

Disputada e disparada
A caminho do gol
Mas a trave desesperada a impede
A incrédula bola
Despede-se do gol.

Lá vem a bola
Estática por si mesma
Ansiosa na marca da cal
Com frio na barriga
No momento do gol
Lá vem ela
Espalhafatosa e veloz
Rompendo a linha divisória
É gol... I ki golaço!
Como diria Silvério;
Alegria de uns
Tristeza de outros
Lá vem a bola outra vez
A caminho do centro
Carregada com tristeza
Por quem a pegou.

“Esta é uma justa homenagem à bola
Que em um espaço de 90 minutos
Pode fazer sorrir e chorar
“Ao mesmo tempo uma mesma pessoa”.




Poeta

Poemas de desamor :  Amor pela Metade
Saudade como dói esta saudade
Dentro do meu peito
Do meu lado esquerdo;
Maldade por que fica esta maldade
Junto do meu leito
No meu pensamento;
Tristeza me invade a tal tristeza
Minando minha alma
Tirando minha calma;
Madrugada, quando cai a madrugada
Sinto-me tão sozinho
Falta-me um carinho;
Verdade, só existe uma verdade
Que eu sinto a tua falta
Do desejo que me assalta;
Certeza só me falta uma certeza
Da certeza que me amas
Do meu corpo que reclama;
Esperança, só me resta uma esperança
De esperar por esta tarde
Nem que for a eternidade;
Um amor pela metade
Quem espera sempre alcança.


Poeta

Poemas de desamor :  Adolescente Perdida
Mulher criança que a todos encanta
Dona de um sorriso inocente
Olhar descontente
És mulher de fato em seus atos
És criança crescida, adolescente perdida
Criança mulher que a todos engana
Na escultura do teu corpo
Na bravura do teu rosto
És criança no teu jeito de convidar
És mulher na beleza de deitar
Faz do coração do homem brinquedo
Sem esforço experiência ou segredo
Desejo oculta esconde em seu peito
Menina insolente rebelde e sem jeito
Te quero mulher
Quando me amas a todo o momento
Não te quero criança
Quando brincas com meu sentimento
Te quero criança
Adolescente perdida
Não te quero mulher
Assim ousada e despida
Não importa se és mulher ou criança
Eu preciso te amar
E não perco a esperança.


Poeta

Poemas de reflexíon :  Aço da Saudade
Lamina cega que ao pulso cerra
O frio do teu metal confronta-lhe a face
Que ocultas sinais e tremores

O teu golpe que do frio sangue jorra
Esvaziar se faz em copos rasos
Um sorriso disperso e atento

Inquieto espera o desferir
Não mais que o tempo o machuca
O aço da saudade que penetra

Sóbrio o corpo empilha na vala
A guia o toma como morto
Da bebida que exala pela entranha

Usurpar se faz na insensatez
Á cólera que teu rosto assola
A solidão que dispersa em pensamento

Entorpecido arremessa teus olhos ao céu
Do arrependido Deus que lhe oculta à face
Torto mendigo de esfacelados pecados

Se o inverno que à tarde trás e o congela
A lápide envelhecida em negrito o traga
Amarga e cala a voz que por vez
Outrora não só a matéria que desfaz
A maldita saudade como homem carregou.




Poeta

Poemas de desilusión :  No Silêncio do Seol
Quero ser o seu poeta
Seu amigo destemido
Ser um cântico sofrido
A bebida predileta.

Quero ser o seu caminho
Pelos campos ou deserto
Quando longe ou bem perto
Emprestar-te o meu carinho.

Quero ser a sua bravura
Sua conduta na coragem
A esperança na mensagem
Sentimento que perdura.

Quero ser tua inspiração
O acalento do teu colo
A firmeza deste solo
O pulsar do coração.

Quero ser a ansiedade
Do teu peito sem maldade
No teu corpo à vontade
Dos teus dias a saudade.

Quero ser a tristeza
De um dia sem sol
Ser a alma que descansa
No silêncio do seol.

Poeta

Poemas de desilusión :  Monótonas Ruas de Terra

Vento que passa como música
Folhas secas a bailar
Sem destino voam lúcidas
Sem lugar pra descansar;

Neves emprestam um branco
Forram os canteiros de gelo
Tais como um sorriso brando
Perdem-se em minutos de desejo;

Folhas desbotadas pelo chão
Retrato da primavera esquecida
Chuva fina de verão
Refrescam a cidade adormecida;

As luzes se apagam nas praças
Ofusca a beleza do encontro
Meninos chutando lata
Pensamentos em meio aos escombros;

À tardinha invade a tristeza
Deixando a saudade para o dia que vem
Monótonas ruas de terra
Trás a lembrança o rosto de alguém;

A noite cai vestida de medo
Escurece o caminho da estrada
Faz acender no corpo o desejo
E trás a fisionomia do semblante da amada.


Poeta

Poemas de reflexíon :  Sentimentos e Mantimentos

O encanto acabou-se
Acabou-se o encanto
Acabou a farinha
A manteiga e o sossego
Acabou-se!
Mesmo que por enquanto.

Acabou o que chamo de desejar
O que chamo pelo nome
E nem nome tem
E mesmo se tivesse
Não o chamaria
Mesmo que por engano.

Acabou-se o pão, o sabão e a razão...
Acabou que bom
Acabou-se tudo
Nem tudo se acabou
Acabou o que chamo de expirar
Só não acabou
O encanto que ficou por vir.


Poeta

Poemas de desamor :  Chance

Descalço na areia frente ao oceano
A onda vem e molhas os meus pés
E conseqüentemente
Volta para os seios do mar
Por que não posso voltar;
Assim se faz o vento
Vem de onde não se imagina
E vai para onde ninguém determina
Assim sou nessa sua vida;
Preciso apenas uma chance
Pra recomeçar,
Você precisa de um milhão
De motivos pra me aceitar;
A imensidão do mar me deixa muitas dúvidas
Tamanha é a grandeza da sua solidão
Não é diferente no deserto que
Mostra-se no meu coração
Sem você não faz sentido a vida
Preciso apenas uma chance
Pra me encontrar;
Estou perdido nas esquinas
Embriagado neste bar
Pedindo pra voltar;
Existe uma vontade dentro do meu peito
Pedindo pra gritar
Mas o silêncio que descansa nos teus olhos
Impedem-me de falar
Preciso de um instante para respirar
Preciso de uma chance pra recomeçar.



Poeta

Poemas de desilusión :  Peito em Carta

Pensamento que não para quieto
Cria asas imagináveis pra te ver
O tanto que te amo já não sei bem certo
Saudade me invade da vontade de morrer.

Sobrevoa por cidades e arranha-céus
Pensamento louco indomável
Que me apanha pelos ares, farto de visão!
E ao mesmo tempo solitário.

Pensamento que não para; inquieto...
Faz desta minha carne solidão
Teu sangue que escorre em minhas veias
Faz sangrar meu dilacerado coração.

Se lhe enviar o meu peito em carta
Tão farto de tristezas em vão
Tal carteiro se despediria aflito
Conteúdo de uma escrita sem razão.

No outono esperança vira folhas
Bailarinas pelo vento a voar
Amarelas vão doentes em rumores
De mansinho em teu peito aconchegar.

Para os lados de cá amanheceu tão cinza
Pigmentos de um jardim sem flor
Sem você minha alma agoniza
Lágrimas torturadas viram brisas
Arco-íris entardece incolor.

Poeta

Poemas de humor :  A HISTÓRIA DA BOLA

A HISTÓRIA DA BOLA


Lá vem a bola
Desacreditada de si mesma
Às vezes vem rolando, chorando...
Lá vem ela
Otimista procurando o gol
Insatisfeita e realista
Vem sendo chutada desprezada
Um pouco apressada
À procura do gol.

Lá vem a bola
Indignada por si mesma
Nos campos de pelada
Maltratada e pisada
Lá vem ela
Oportunista e mal intencionada
Protagonista da garotada
Um pouco cansada
A caminho do gol.

Lá vem a bola
Idolatrada, mas não por si
Observada pela torcida impaciente
Adorada e odiada ao mesmo tempo
Lá vem ela

Disputada e disparada
A caminho do gol
Mas a trave desesperada a impede
A incrédula bola
Despede-se do gol

Lá vem a bola
Estática por si mesma
Ansiosa na marca da cal
Com frio na barriga
No momento do gol
Lá vem ela
Espalhafatosa e veloz
Rompendo a linha divisória
É gol... I ki golaço
Como diria Silvério
Alegria de uns
Tristeza de outros
Lá vem a bola outra vez
A caminho do centro
Carregada com tristeza
Por quem a pegou.

Esta é uma justa homenagem à bola
Que num espaço de 90 minutos
Pode fazer sorrir e chorar
Ao mesmo tempo
Uma mesma pessoa.


Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Agosto de 2003 no dia 05
Itaquaquecetuba (sp)


Poeta