Poemas surrealistas :  A LUA?
Está lá? É a Lua?
Estou-te a ver da minha rua!
Como hoje tu estás linda!!!
Estás num dourado-prateado
Que te dá muita beleza!
É verdade... podes ter a certeza,
Tu tens a beleza Astral.
E lá do alto, tu vês a minha rua?
Não a descortinas? Olha, olha bem...
Estou a te fazer sinal,
Estás-me a ver mas muito mal
Compreendo, sou pequenino
Mas o Mundo, esse estás a vê-lo bem?
Pois... pois... infelizmente é assim!
Isto nunca andou em paz, mas agora...
É guerra para aqui, é guerra para ali...
Do outro lado estás a ver chamas...
Não, não são chamas das lareiras, não!
Não são os cavacos que ardem
São as bombas que nos invadem
Enviadas por alguém sem coração.
Ouve, Lua, posso te pedir um favor?
Posso... sabes, eu gosto de escrever
Principalmente poemas de amor,
Mas depois de algum tempo
Tem sido um sofrimento,
Nada de nada eu consigo escrever.
Se tu pudesses me dar um pouco de inspiração!...
Tu vais pensar no meu pedido!?
Eu te agradeço do fundo do coração.

A. da Fonseca

PS Junto um comentário de um critico em poesia que me deixou feliz. Não sabia que houve um poeta no século IXX que tinha "falado" com a Lua. Julgava que havia muitos mais poetas a o fazer visto que a lua é considerada como fonte de inspiração
Poeta

Poemas :  Guerras
Guerras
A guerra, vista num filme,
é poeticamente linda...
Ilusão de ótica.
A guerra,
vista assim do alto,
ainda não de perto,
é uma guerra, um protesto,
um manifesto em poesia.

A guerra vista de frente,
no asfalto,
não mais do alto,
feita em invasão
com a fome no lar,
sem um teto pra sorrir,
sem um lugar pra chorar...

Sem invenções
sem meias palavras
sem poetas
sem festas
sem fantasia...
A guerra é uma heresia.

Não é preciso estouro,
estalos, estampidos,
comboios, esquadras,
esquadrilhas...
O inverso, o contrario
das ilhas,
a guerra
é cercada de dor.

A.J. Cardiais
13.07.1989
imagem: google
Poeta

Poemas sociales :  A LA PENCA CANARIA
Quiero dedicar al tuno
un poema en su memoria
por ser el manjar, la gloria
del que comer nunca tuvo.

Gracias mi tunera amiga
por regalarnos el fruto,
tú llenaste la barriga
desde el más sabio al más bruto,
en los tiempos que no había
nada que echar en la boca.
Culpa de una guerra loca,
que entre españoles se hacía.

Luego vino la mundial
y te portaste igual,
de una forma muy sencilla
se aprovecharon tus pencas
para sembrar cochinilla
y fabricar colorantes
de manera natural.

Porretas e higos pasados
de la penca y de la higuera,
el queso y gofio amasado,
todo aquel que los tuviera
era un ser privilegiado.

Recuerdo que muchos chicos,
aprovechando la lluvia,
íbamos a "esmondigar"
esto era un arte, pelar
los tunos llenos de picos
tan solo con el pulgar.

Ahora estos son caprichos
que se comen por placer,
nadie los quiere coger,
pues le temen a sus picos.

Pero, cuando están barridos
y frescos de la nevera,
amigo mío, ya son lujos
que no los tiene cualquiera.


Mel
Poeta