Sonetos :  Morte: fim de um estágio
Não choro por meus mortos...
Não me descabelo,
nem me desespero...
Apenas sinto.

Sei que a morte é só o fim
de um estágio.
Quem cumpriu sua meta aqui,
teve sorte.

Agora irá desempenhar
sua tarefa,
em outro lugar.

Eu não vejo a hora
de ir para lá,
onde a alma mora.


A.J. Cardiais
06.05.2009
Poeta

Sonetos :  Deslumbramento & angustia
Às vezes fico deslumbrado
vendo o sol se pondo.
Outras eu fico angustiado,
sem saber o porquê.

Às vezes a tarde é para mim,
como se fosse o fim:
o fim dessa vida estranha,
que tanto afaga como arranha,

Ou o fim de uma alegria
e o começo de uma agonia,
sem razão de ser.

Às vezes a tarde
me deixa covarde,
querendo morrer.

A.J. Cardiais
15.03.2016
Poeta

Poemas :  Poetar: verbo intransitável
Poetar: verbo intransitável
Poetar não é difícil...
O difícil é ser poeta
e não ser nada.
Poeta é uma missão inacabada.

O poeta não é uma estrada
com começo, meio e fim.
O poeta é um sem fim.
O poeta é um sem nada.

O poeta é um condenado
a viver de pão e poesia.
Poetar é uma filosofia,
não é só escrever poesia.

Poetar não é difícil...
Difícil é viver a poesia
no seu dia a dia.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Soneto do medo
Soneto do medo
Por que não confessar
que sinto medo?
Por que guardar
este segredo?

Para que inventar
um novo enredo?
Sinto medo, sim!
O medo não é o fim.

O medo pode até ser
somente uma forma
de se proteger.

Mas não existe norma.
E quem sente medo,
nunca se conforma.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Ansiando pelo fim
Parece que a vida
está nessa velocidade
por minha causa...
Sinto muita necessidade
de chegar ao fim:

Fim do dia,
fim da semana
fim do mês
fim do ano...
Fim, da minha ansiedade.

Na verdade, na verdade,
eu só quero saber
o que vai acontecer
depois que eu morrer.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas de reflexíon :  Estou chegando ao fim
Sinto que estou morrendo...
Alguma coisa dentro de mim
está chegando ao fim.

Está sempre acendendo
e apagando,
como se estivesse
me alertando:

Atenção, sua viagem
está terminando!

Vá consertando
suas “traquinagens”
e se desfazendo
destas bagagens.

Onde estará entrando,
não precisa destas bobagens.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas de desamor :  Desarmando o circo do amor
Chegou a hora, preciso ir...
Não vou dizer que vou partir,
nem que estou indo embora...
Estou saindo de mansinho
do caminho da senhora.

Estou tentando desarmar
o circo que armei:
espetáculos à toda hora.
Palhaço, trapezista, domador...
Tudo para amar, tudo por amor.

Mas, enfim, chegou a hora de ir...
Tenho que sair
com lona e tudo.
Sair com um final sem fim.
Sair do jeito que eu vim:
entrei calado, saio mudo.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas de tristeza :  Sua ausência & cia. ltda
Sua ausência & cia. ltda
As músicas vão buscar você
na tarde de um domingo cinza,
chuvoso.
Meu coração de leão
lamenta a sua ausência
& Cia. Ltda.

Ouço o som, me comovo...
Sou um rio,
um desvario.
Queria gritar que te amo
mas tenho medo de não ser este
o meu caminho, o meu fim...

Então o que me resta
é deixar que o som, a bebida
e a tarde (que me invade)
me apague,
pelo menos por hoje.

A.J. Cardiais
28.05.1989
imagem: google
Poeta

Poemas :  Fim de Tarde
Fim de Tarde
O sol se foi
e com ele
uma parte do dia.

Começou a Ave Maria...

Uma brisa me alisa
esperando que eu retribua
citando-a na poesia.

A.J. Cardiais
imagem: a.j. cardiais
Poeta