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O bom da crônica é isto: a liberdade de escrever sobre qualquer coisa. Pode ser o assunto mais sério ou o mais bobo, o mais vulgar. Tudo serve para comentar. Até a falta de comentário. Dizem que a palavra “crônica” deriva da palavra grega “chronos”, que significa tempo. Então, se a crônica significa “tempo”, ela está com tudo: com o passado, o presente, o futuro, as horas, as eras, o sol (tempo bom) a chuva (tempo ruim)... E está acontecendo o tempo todo. O Tempo é tudo. Talvez seja por isso que tudo é um motivo para uma crônica.
Eu já li crônicas que, nas suas palavras, não queriam dizer nada. Mas no seu bojo traziam uma infinidade de ideias, e só quem gosta de ficar observando a vida, é que é capaz entender. Então os que não têm essa “visão especial”, devem achar uma besteira. Mas isso é bem da crônica. Tem tantas coisas “bobas” acontecendo por aí, e as pessoas nem percebem. O próprio tempo, por exemplo: o sol surge, passa por cima de nós, vai embora. E as pessoas já estão tão acostumadas com essa besteira, que só notam quando precisam dele, e ele não está lá para servi-las. Caso contrario, nem notariam sua presença ou ausência.
As pessoas vivem muito preocupadas com os seus afazeres, sonhando em ganhar dinheiro ou procurando esquecer-se das mazelas da vida. Então não têm tempo de ficar observando essas “besteiras de tempo”. Afinal, isso serve para quê? As pessoas só querem saber de coisas úteis, de coisas que possam vender ou, no mínimo, sirvam para debater numa roda de amigos. É por isso que assistem os BBBs da vida: para não ficarem por fora do bate papo. O importante é participar. Não interessa a importância do assunto. Aí, quem não gosta de ficar debatendo “BBBesteiras”, fica de fora observando as besteiras do tempo e aproveitando para escrever um crônica besta.
A.J. Cardiais 17.01.2012
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Poeta
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Não quero perder o prazer que sinto, ao escrever.
Não quero a frieza de um "cálculo matemático", nem a destreza de um escritor técnico.
Eu quero a emoção; libertar minha ação em versos.
Gosto da "embriaguez" que o ato de escrever propicia.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Quando escrevo para criança, coloco o texto na balança e vejo o peso que tem.
Se pesar, não vai prestar... Se ficar leve, não prestará também.
Criança é que nem ninguém: Não sabe o que quer, mas sabendo muito bem o que não quer.
A.J. Cardiais 06/11/2012
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Poeta
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Jogo tanto “poema” fora, por me recusar a escrever sobre tudo que me aflora como se fosse um dever.
Por que o povo tem que viver, tudo que me acontece e que me apetece? Onde está o saber?
Isto é só um desabafo! Aí quem lê diz: ah, isso eu faço. E começa a desabafar...
O poeta que se toca e não gosta de fofoca, guarda-se no seu poetar.
A.J. Cardiais 03.08.2016
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Poeta
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O poeta Fernando Pessoa tinha vários poetas dentro dele. Ele tinha vários “eus” para lhe socorrer.
Eu não sei nem se tenho EU, porque não me torço, nem faço esforço para escrever...
Simplesmente me largo, me entrego ao afago e deixo acontecer.
A.J. Cardiais 05.07.2016
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Poeta
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Olhando meu universo, vejo que tudo é banal... Não tenho nada de genial, a não ser a mania de escrever e dizer que é poesia.
Aliás, dizer não, que eu não digo, nem imponho, nem proponho...
Eu apenas solto o que me vem pelo vento: o meu momento, a minha nuvem cigana.
Porém, pelas coisas que eu leio, também estou no meio. Também faço parte do recheio.
A.J. Cardiais 13.08.2010
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Poeta
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Bate coração... ... ... ... ... ... Não acelere não, por favor... Mantenha-se nesse compasso. Não sei mais o que faço... Tenho que ver meu amor.
Bate coração ... ... ... ... ... ... São horas que ainda não sei. É madrugada. Ê vida atormentada, acordar na hora errada para escrever o que me vem!
Bate coração ... ... ... ... ... ... Se empolgue, se ame, e ame também. O amor é um sentimento lindo... Quando bem vivido, mesmo ele indo a gente sempre o tem.
A.J. Cardiais 11.08.2004
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Poeta
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Não me sento e penso sobre o que escrever...
Simplesmente deixo a coisa acontecer.
Se o “bicho” não pegar, nasce um poema sem dó e sem pena, de parto natural.
A.J. Cardiais 30.06.2015 imagem: google
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Poeta
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O que escrevi hoje, pode não servir para amanhã... Pode não ter mais o mesmo elã.
O que escrevi hoje, amanhã pode estar podre... Uma ideia apodrecida pode prejudicar a vida.
O que escrevi hoje, amanhã poderá ficar ausente para prevalecer o presente.
A.J. Cardiais 02.03.2015 imagem: google
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Poeta
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Eu posso escrever, por escrever... Eu posso escrever, e nada dizer.
Eu posso escrever, e ninguém saber ou ninguém ler... E se ler, não entender.
Tudo isso eu posso fazer. Tenho essa liberdade.
Escrevo por prazer e por uma necessidade. Fora isto, tudo é dever.
A.J. Cardiais 13.03.2011 imagem: a.j. cardiais
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Poeta
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