Poemas :  Poesia: arte, dança e luta
Poesia: arte, dança e luta
A poesia é um sentimento
que o poeta coleta no vento.
Vem como um perfume
ou como um vagalume
fora da noite.

A poesia é como um açoite
em determinados momentos da vida.
E o poeta, como bom escravo,
nunca fica bravo:
transforma numa coisa divertida
esta labuta.

Poesia é como capoeira:
hora é arte, hora é dança, hora é luta.

A.J. Cardiais
23.01.2017
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Par perfeito ou uma linda canção
Par perfeito ou uma linda canção
Não vamos mexer no que está quieto...
Não vamos excitar a imaginação.
Meu coração não tem bytes demais
para acumular tanta emoção.

E o amor é a prova perfeita da situação.
Não, não quero declinar...
Não quero me envolver
numa separação.

Deixe, procure me entender...
Não quero repetir
esta mesma oração.

Reconheço, você foi o par perfeito...
Dançou comigo direito
numa linda canção.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas de amor :  Que Amor é Esse?
Que Amor é Esse?
Você diz que me ama...
No entanto, o que você faz?
Você só olha pra trás.
Você não olha o presente.
Você não sabe que amar
é se dar sem nada cobrar.

O amor é uma criança
que se lança
sem temor;
que dança
sem pudor...
É algo forte como um trator,
porque nos arrasta.

Porém o amor não te arrastou.
Porque se te arrastasse,
você teria mudado
de modos e de face.
Você se abriria.
Você descobriria
todas estas coisas.

Se o amor tivesse te arrastado,
você teria se entregado...
Porque eu, quando amo, sou assim:
sou um abestalhado,
sou o bobo da corte.

Sinto-me um abençoado.
Sinto-me uma pessoa de sorte.
Sou a vida e sou a morte:
vivo e morro de amor.

A.J. Cardiais
imagem: google
Texto extraído do livro
Desvarios do Cotidiano
Poeta

Poemas de amor :  Disputa amorosa
Quero selar nosso amor
com uma luta,
uma dança,
uma disputa,
onde não haverá
vencedor...

Que fique num empate
este nosso embate
entre caça e caçador,
fera e domador,
ama e amador.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  Sob o ritmo dos fonemas
Sob o ritmo dos fonemas
Para entender-me
é preciso estar livre,
é preciso estar solto...
Não ser vinculado a nada.

Escrevo como uma ovelha
desgarrada
que sai em disparada
à procura de uma rima louca
para meu aconchego.

Escrevo como um louco
que não tem assunto,
mas "assunta" tudo
e não guarda segredo.

Danço sob ritmo dos fonemas.
Faço um gingado com as palavras
e traço meus poemas.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas de amor :  É bom dizer que te amo
É bom dizer que te amo
É bom dizer que te amo
sem medo de que se rompa
alguma barragem
e inunde a nossa vida
de infelicidade.

É bom sentir
nos teus olhos brilho,
no teu amor vida
e em nossa vida orquestra...

Mesmo que a nossa dança
seja a última da festa.


A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  Conversa puxa conversa
Eu posso entender “superficialmente” sobre muitas coisas. O que me interessa, procuro aprofundar-me mais. Porém tem coisas que, por algum motivo, eu me interesso, mas não procuro aprofundar-me. Política por exemplo. Política é uma coisa que, quanto mais você fica “entendendo”, mais você fica indignado. Talvez seja por isso que o povo procura ficar de fora dessa sujeira. Mas, como eu digo no título "Conversa puxa conversa", o meu assunto aqui é outro. Eu quero falar sobre Folclore. Eu quero saber (dentro da minha santa ignorância), se quando uma determinada coisa é “transformada” em folclore, se ela ganha mais valor ou perde? Eu faço a pergunta, como um ignorante curioso, tentando “designorar”.

Há muito tempo fico observando que as pessoas olham o folclore como um mito, uma brincadeira... Como algo que, por algum motivo, deve ser preservado, mas não precisa ser respeitado. Taí os exemplos: Papai Noel, Saci Pererê, mula sem cabeça... Na hora da precisão, eles estão ali, eles servem para alguma coisa. Depois joga-se fora, esquece-se. Alguém já viu alguma música folclórica valorizada? Não. O valor dela é sentimental. É por isso que o samba de roda, que é a base de muitos sambas de sucesso, é utilizado, e o pessoal que o utiliza não faz a mínima citação da fonte “arrecadadora”.
A resposta é: ah, mas todo mundo já sabe. Sabe, as pessoas que estão na lida há mais tempo e alguns curiosos. Mas a geração de agora e as gerações vindouras, se não tiverem a citação da fonte, jamais saberão.

Bem, mas a conversa é outra. Eu quero chegar é à Religião. Vocês já viram alguma Religião pertencer (também) ao folclore? Isso faz dela o que? Dignifica, valoriza... Ou faz com que ela entre (também) no conceito geral de “folclore”? O Candomblé é “vendido” como folclore. Seus rituais, seus orixás, suas iguarias...
A capoeira é arte marcial, mas é mais vista como folclore. Ela foi disfarçada como dança, para sobreviver. Será que o caratê, o judô etc, lá na terra de origem, também é visto como folclore? Os nossos índios são vistos como folclore. Tudo dos índios é visto como folclore: a religião, as armas, as vestimentas... A cultura enfim. Bem, eu vou deixar os índios para outra conversa.
Eu só quero é saber isto: se alguma coisa “beneficiada” com o título de folclórica, ganha mais valor ou perde?

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Conhecer alguém
Conhecer alguém,
olhar nos olhos
e então sentir
o amor surgir.

Conhecer alguém
dentro de uma canção,
chamar para dançar
e envolver-se em paixão.

Conhecer alguém sem ter um plano
é mergulhar no oceano,
no infinito azul misterioso...

Amar é transformar
o azul do céu e do mar
num horizonte maravilhoso.

A.J. Cardiais
Poeta