Poemas sociales :  Destruidores de vidas
Os homens destroem as florestas,
sem se preocuparem
com o que nos resta.

Os homens acabam com a vida animal,
sem se importarem se estão
fazendo algum mal.

Os homens fazem poluição,
mesmo sabendo
que será a nossa destruição.

A.J. Cardiais
05/09/2012
Poeta

Poemas :  O animal em mim
O animal em mim
Eu nunca deixei morrer
o animal em mim...
Sempre procurei manter
meus instintos apurados.

Não me ajoelho
aos engravatados,
pois farejo maldades.

Não faço festas
aos perfumados,
pois não cheiram às florestas...

Não observo suas vestes,
seus bens e nem seus poderes.
Eu procuro suas almas...

Suas almas estão no olhar,
estão na falsidade da voz,
estão na avidez feroz...

E ao primeiro sinal de perigo:
lá vamos nóóóós!

A.J. Cardiais
11.01.2011
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Poeta

Poemas :  Poeta "animal"
Poeta "animal"
Estou num mar de inquietações,
apesar de estar quieto
apesar de estar deitado
apesar de estar coberto
apesar de estar calado.

Um poema me adula
para escrevê-lo...
Mas meu desmazelo,
é tal qual uma mula.

Por isso perco tempo,
perco versos
perco rimas
e o escambau...

Sou um poeta "animal"...
(como dizem os jovens hoje)
Chuto de qualquer jeito,
quando mato um poema no peito.

A.J. Cardiais
18.08.2015
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Poeta

Poemas sociales :  Carinho e Atenção
Carinho e Atenção
Tudo precisa de carinho...
Todos precisam de atenção:
a criança, o adolescente,
o ancião...

A plantinha, o animalzinho,
seu carro, sua construção,
seu colega, seu vizinho,
seu empregado, seu patrão...

Tudo precisa de carinho...
Tudo precisa de atenção.
Tem muitas coisas que
você pensa que não:

A Natureza, com certeza,
é uma delas.
Você só lembra que ela existe
quando ela se rebela.

Quando ela está triste
por causa da sua poluição,
você não lhe dá atenção.
A você não diz nada...

Você só lembra da Natureza,
quando ela está revoltada.
Porém já é tarde.

A.J. Cardiais
12.01.2011
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Poeta

Poemas infantiles :  Quem será o culpado?
Quem será o culpado?
Meu gato morreu envenenado...
Quem será o culpado?
Será o vizinho,
que cria passarinho?

Será a vizinha,
que cria galinha?
Será o vizinho do lado,
pois é todo fechado
e não quer de ser incomodado?

Meu gato andou pulando
no seu telhado,
e ele ficou reclamando...
É, achando ou não o culpado,
ele acabará pagando.

Todo animal é abençoado.
Ninguém pode sair matando,
só porque o bichinho
está incomodando.

A.J. Cardiais
26.02.2013
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Poeta

Poemas :  INVOCACION A LA OSA MAYOR
Invocación a la Osa Mayor
Autora : Ingeborg Bachmann
Austria 1926-1973
.

Escritora de poemas, cuentos, ensayos y libretos para Ópera. Obtuvo Doctorados en Filosofía, Psicología y Literatura. Una de las más importantes escritoras modernas en lengua alemana. Esta es versión de : Cecilia Dreymüller y Concha García. Ed. Hiperión 2001.

Invocación a la Osa Mayor.

Osa Mayor, baja, hirsuta noche,
animal de piel de nubes con ojos viejos,
ojos de estrellas,
por la espesura irrumpen relucientes
tus patas con las garras,
garras de estrellas,
mantenemos despiertos los rebaños,
pero encantados por ti, desconfiamos
de tus flancos cansados y de tus dientes
agudos y semidescubiertos,
vieja osa.

Una piña: vuestro mundo.
Vosotros: sus escamas.
Yo la muevo, la hago rodar
desde los abetos del principio
hasta los abetos del final,
la resoplo, la pruebo en la boca
y la agarro con las zarpas.

Ya tengáis miedo o no lo tengáis,
pagad en la limosnera y dadle
al ciego una buena palabra,
para que sostenga a la osa de la correa.
Y sazonad bien los corderos.

Podría ser que esta osa
se soltara, no amenazara ya más
y corriera tras todas las piñas caídas
de los abetos grandes y alados
que cayeron del paraíso.


Autora : Ingeborg Bachmann (Austria 1926-1973).
Poeta

Poemas sociales :  Somos seres o quê?
Somos seres o quê?
Que animal somos nós,
que poluímos
onde moramos?

Que animal somos nós,
que envenenamos
o que comemos?

Que animal somos nós,
que mesmo sabendo
que o que fazemos
será o nosso fim,
continuamos fazendo
mesmo assim?

Não venham me dizer
que somos
seres "humanos"...

A.J. Cardiais
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Poeta

Poemas sociales :  Cadeia alimentar
Cadeia alimentar
O mundo animal,
apesar de parecer violento,
é mais "racional"
que o do ser humano.

Nenhum animal
mata por prazer
ou por engano...
Mata para se defender
ou para se alimentar.

A cadeia alimentar
não é para aprisionar...
É para manter o equilíbrio.

Desequilibrados,
os humanos
quebram esta cadeia,
aprisionando-nos
neste inferno
que se tornou o Mundo.

Mundo mundo vasto mundo... (Carlos Drummond)

A.J. Cardiais
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Poeta

Crónicas :  Eu e as corujas
Eu e as corujas
Infelizmente não sei quando esta “ligação” começou. Sou péssimo para guardar datas. Sei que sempre fui apaixonado por aves de rapina: Águia, falcão, gavião, urubu, condor, abutre... Qualquer coisa sobre estas aves me interessa. Então, numa dessas “incursões”, descobri que a coruja também pertencia à família de rapinas. Mas antes da coruja, o xodó maior era o urubu. Era tanto, que meu pseudônimo (secreto) era o nome científico do urubu rei: Sarcoramphus Papa. Quando fiquei sabendo que Tom Jobim também era um admirador dos urubus, vi que estava em boa companhia.

Depois que descobri que as corujas também eram aves de rapina, comecei a interessar-me pela espécie. A facilidade em encontrar objetos com formatos de coruja, foi o que aproximou-me mais. Então, sempre que eu via algum objeto (e estava com dinheiro) com este formato, eu adquiria. E assim comecei a colecionar corujas: Bibelôs, imagens, chaveiros... etc. Até aí eu não sentia a “influência” delas em minha vida. Comecei a perceber em 1988 quando, trabalhando na Secretaria da Cultura, tinha uma moça que sempre ia vender bijuterias a atriz Jurema Penna. Um dia aproximei-me, fiquei observando e, quando eu ia perguntar se tinha alguma bijuteria com imagem de coruja, o meu dedo, como se fosse atraído, foi direto para um pingente corujinha. Foi incrível! Eu fiquei espantado e as duas ficaram rindo. Não tinha dinheiro, paguei com cheque pré-datado. Jurema foi minha fiadora.

Uma vez eu estava conversando com um amigo meu no ateliê dele, e toda hora eu olhava para o teto. Ficava olhando para a calha da lâmpada fluorescente, sem saber porquê, até que ele me perguntou o que era. Eu respondi: Não sei, vou ver. Peguei uma cadeira, coloquei embaixo da lâmpada, subi, meti a mão na calha e achei um objeto de metal. Quando olhei para o objeto, era um chaveiro comemorativo aos 25 anos da Faculdade de Educação da Bahia, com a imagem de uma coruja. Então Elói falou: Rapaz, como é que este chaveiro foi parar aí? Já faz tempo que eu procuro por ele! Foi da formatura de minha irmã. Aí eu disse: Agora é meu. Elói respondeu: É, depois dessa, você merece.

E assim tem várias outras coisinhas, mas esta é a principal. Foi a que me fez ver que a minha “ligação” com elas, não era “qualquer coisinha”:
Eu tinha um fusquinha chamado Cacilda, e prestava serviço para o jornal Tribuna da Bahia transportando os funcionários que saíam do trabalho de madrugada. Num domingo, depois de deixar todo mundo em casa, quando estava voltando, Cacilda achou de pifar... Era uma hora da manhã e num local perigoso. O que fazer? O pior de tudo era que eu não tinha um centavo. O jeito era ir para casa andando. Dormir no carro poderia ser pior. Segui... Quando passei defronte à Rodoviária, tinha vários táxis estacionados. Nem em casa tinha dinheiro. Se tivesse, pegaria um e quando chegasse em casa pagaria a corrida. A rua estava deserta. Fui andando pelo meio da rua, quando vi um pássaro voando em minha direção... Depois pousou no topo de um poste, e ficou me observando... Era uma coruja. Eu andando e ela me observando... Passei por ela, e ela me observando... Depois que passei, ela voou. Então tive certeza de que chegaria em casa, sem nenhum perigo. E foi o que aconteceu: Cheguei em casa às duas e pouca da madrugada, e nem um cachorro latiu para mim. Depois, lendo algumas coisas sobre xamã, descobri que ela é o meu animal de poder.

A.J. Cardiais
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Poeta

Crónicas :  Animal tem alma?
Animal tem alma?
Os animais têm alma, ou alguma coisa assim? Eu acho que devem ter... Vou contar o porquê da pergunta: nós criávamos um gato chamado Pepe, que era muito “safado”. Conseguiu conquistar todo mundo e tornou-se um gato muito especial. Imaginem que ele dormia conosco. Não tinha jeito de fazê-lo dormir em outro lugar. Uma semana antes de ele morrer, eu sonhei com este fato acontecendo. Pois bem, Pepe morreu envenenado. E o meu neto, o mesmo que nos trouxe Pepe, no mesmo dia trouxe outro “gato”... Depois eu vi que era gata.

Eu sempre ouvi falar que os gatos são apegados ao lar e não ao dono. Quando alguém se mudava o gato ficava, não ia com o dono. Se isso é verdade eu não sei.
Foi esta lenda (?) que chamou a minha atenção: a gata, quando chegou para a nossa casa, já estava um pouco grandinha. Um detalhe: o meu neto mora conosco. Justamente no dia que ele trouxe a gata, a mãe dele veio visitá-lo. Ela chegou bem na hora que minha mulher estava reclamando, porque a gata tinha sujado a casa toda. Como a mãe do meu neto não gosta de animais, ela fez o meu neto devolver a gata. Ele foi, chorando, devolver. A minha esposa estava tão aborrecida, que nem pediu que deixasse a gata.

Choveu quase a noite toda... De manhã, eu acordei escutando um miado... Como eu estava acostumado com Pepe, fiquei procurando de onde vinha... Quando eu abri a porta, a gata entrou correndo. Aí todo mundo ficou achando que o meu neto não tinha levado a gata para a antiga dona. Mas ficou comprovado que ele levou.
Agora eu pergunto: como esta gata acostumou-se com nossa casa, em poucas horas? E lá, onde a gata morava, tinha outros gatos. Tem também a questão de uma casa não ser tão perto da outra.
Será que foi a “alma” de Pepe, que “encarnou” na gata? Ela só quer dormir na nossa cama.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta