|
De equívoco em equívoco, Distanciei-me do Teu habitat. Ignorei tudo que já havias planejado, E sem pestanejar me senti absoluto. Aventurei-me por traçar sozinho outro plano; Idealizei, projetei, executei, fracassei.
De fracasso em fracasso, Abismos atraíam outros tantos. Se as manhãs eram dedicadas aos sonhos, As noites embalavam pesadelos. Excedi-me em excesso, Enfureci-te descomedidamente.
A fúria do Teu amor, Causou-me espasmos em toda musculatura. Meus ossos como que esmagados, Deixaram expostas as fraturas das minhas transgressões. Mesmo depois do Teu socorro, Ainda sinto dores, enxergo cicatrizes.
Em vestígios de estrago Enternecido aceitastes minha contrição. Abrandastes o rigor do castigo, Premiado fui com o Teu perdão. Por toda expressão de Tua grandeza, Me rendo, me prostro, Te exalto, Te adoro.
Por Magno Ribeiro em 17/4/2009 às 00h:50m
|
Poeta
|
|
Arrisquei-me escolhendo! Bifurcações se multiplicavam diante de mim. Quanto mais atraente fora a rota escolhida, Tanto mais forte colidi, ao final fracassei. Dos fracassos de ontem, Restou-me a timidez de hoje.
Ainda arrisco-me quando escolho! Nem sempre escolho o que quero, É no que não quero para onde se inclinam minhas tendências. Convivo nesta contínua peleja, Da pertinácia que emerge dos meus tecidos, Com o que busca inovar os meus sentidos.
Agora mesmo preciso escolher! Desde já corro riscos. Se enxergar o que perversamente me atrai, O que é benévolo, o que me encanta, distancia-se de mim. Felizmente já não mais estou só, Fui escolhido, logo pressinto o que devo escolher.
Por Wittembergue Magno Ribeiro em 12/4/2009 às 12h30min
|
Poeta
|
|
Às vezes presente, Tantas vezes ausente. Presente ou ausente, Eu tenho fé. Seja do tamanho de um grão, Seja microscópica, Sutil ou intensa, Ela é a minha fé. Se com ela me convenço, sem ela me venço. Se com ela eu falo, sem ela me calo. Se há nela esperança, sem ela nada sou. Nos territórios transitórios da vida, Espero algum dia poder ouvir: A tua fé te salvou!
|
Poeta
|
|
Quando chegou, eu ainda Te esperava; A retina já embaçada, Subitamente tornou visível o Teu invisível rosto.
Os meus ultrapassados limites, Passaram entrever doces horizontes, Somente porque Tu chegaste.
Se não fosse a dolente espera, Queria eu Te esperar mais vezes, Tudo para divisar Tua sutil aproximação.
Quando Tu chegas, A imaginação cede lugar ao real, E o silêncio converte-se em euforia.
Porquanto, já não careço saber onde estás, Conquanto a espera cessou. Tu estas bem aqui!
Por Magno Ribeiro em 1/4/2009 (04h45min)
|
Poeta
|
|
Foi preciso ver desmoronado o castelo; A areia cedeu ao primeiro sopro.
Foi preciso um novo dilúvio, Para me dar conta que até a fauna sucumbiu;
Foi preciso despir-me por inteiro, Para enxergar sujeira nas minhas vestes;
Foi preciso a reforma; foi precisa.
Precisa pela tempestividade; Precisa em continuidade; Precisa para a eternidade.
|
Poeta
|
|