Estou farto de tudo farto de nada, não sei o que sinto. Nada é verdadeiro, tudo é mito, todo o Mundo é falso. O que hoje é verdade, amanhã é fantasia, ou eu minto? Estamos todos condenados a ser expostos no cadafalso.
Estamos, condenados a viver sem sorrir, a viver tristes Passo nas ruas, nos bairros das cidades, a vida é cimento. Mesmo as pedras da calçada já não choram, nada existe Que nos dê esperança, que nos dê amor, vida em lamento
Os olhos não brilham, só em alguns ainda felizes Os lábios dão beijos cheios de saudades de outros tempos As folhas caiem, é o outono da vida que nos fere as raízes Que nos deixam mais fracos, na alma e nos sentimentos.
Quanto eu gostaria que tudo o que escrevo, fosse pesadelo Que eu acordasse para a realidade e dissesse; ah , bom, sonhei Mas não é sonho mas sim pesadelo por viver sempre em duelo Com a incerteza, sabendo que a vida é cega e cheia de desdém
A. da fonseca
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Poeta
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