Dentro desse trem, vejo a vida passar São tantas horas paradas
Gritos de quem quer vender alguma coisa Ninguém me olha e eu não olho pra ninguém. Olho para os lados e nada chama minha atenção É tão sujo é tão parado Todos com olhos de ser assustado Assustados com a vida.
E o trem volta a andar.
Um homem, assustado com um homem, Que esta assustado comigo Obrigado vida por Ter deixado eu entrar nesse trem.
E os caras gritam querendo vender alguma coisa Olha-se o chão sujo, estou com sono Mas se dormir é certo que podem me roubar Então escrevo e me mantenho acordado Alguns conseguem dormir pois sabem que Pois acreditam que não há nada pra se levar nesta vida.
Trem esvaziou, mas continua a balançar
Eu posso parar de escrever a qualquer momento Pôs já esta próximo da minha estação Então já vou me despedir, adeus Pichações fazem a decoração, as portas mal se fecham E todos fechados no trem com medo de conversar Penso na vida (nas vidas), neles, nela Penso no que eles devem estar pensando Na vida, na sorte, no amor, no jogo de ontem Na manha passada, sei lá... Prefiro pensar que não tenho que pensar em nada.
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Poeta
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