A porta está aberta, podes entrar. Sim, tu, o cinismo, o desprezo, Não fiquem lá fora tu a hipocrisia Não tenhas receio, tens aqui o teu lugar.
O sincéro... oh...deixem-me ri,rir,rir. Ele tem a mania que assim pode viver, Mas meu pobre és ingénuo, acredita, Continua pobre louco, até onde queres ir?
Tu moras num mundo onde não tens lugar. Tu falas de amor como se ainda existisse Já foi tempo, agora somos nós os mais fortes Não penses que chegas aqui e tudo podes mudar.
E tu? Quem és tu? Um mosqueteiro do Rei? Embainha a tua espada, louco Don Quixote. Tu nada consegues, não tens força, só loucura Aqui são os espertos que decidem, não a lei.
Ser esperto é ser malandro mas não inteligente. Saber aproveitar as ocasiões que se apresentam Saber evitar que a amizade e o amor vençam Porque somos os mais fortes que toda a gente.
A quê pode servir a inteligência sem hipocrisia? Não serve de nada ou muito pouco nestes meandros. Escrevem leis, escrevem poesia, escrevem sobre a paz Mas caros amigos, nada conseguem sem a hipocrisia.
Vejamos aqueles a quem chamam de diplomatas. São inteligentes, certo, mas dizem o que não pensam Mas aquilo que lhes convém, não a sincéridade E esses, sim, são o que o povo diz, verdadeiras ratas
A. da Fonseca
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Poeta
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