FADO
Ó meu lindo rio Tejo Que deixas correr no teu leito As lágrimas que eu chorei. Por essa mulher que não vejo Mas que me deu o seu peito E todo o amor de mãe.
Foi ela quem me deu o ser. Chorava se eu chorava Que ria para me alegrar. Um beijo para adormecer E quando a manhã chegava Um beijo para me acordar.
Com dificuldades na vida Tudo fez para me educar Para eu ter eira e beira. Foi a mulher mais querida Que eu pude namorar E me namorou sem canseira.
As lágrimas que hoje choro À beira de ti, ó rio, Não têm nada de improviso. Pois que a ti imploro Que leves o meu navio Com mil beijos ao Paraíso
A. da fonseca
|
Poeta
|