Poemas :  Título rasgado
Rasgue esse título,
enxugue este tema,
que este poema
está encharcado
com meu pranto.

Perdi o encanto
de viver tanta coisa,
que a paixão nem ousa
abalar-me do meu canto.

Não estou desiludido...
Estou sim, desmotivado.
Estou sem motivo
para viver apaixonado.

Não tenho companhia,
não tenho um amor...
Ainda bem que a poesia
sempre me dá um alô.

A.J. Cardiais
17.01.2011
Poeta

Poemas :  À noite
Oh noite...
"Inverna-me" mais;
Encharca-me mais e mais,
de amor.

Oh noite...
Em seu silêncio,
em sua escuridão,
oculte o meu tormento,
encubra a minha paixão.

Não quero ser
demasiado piegas...
Mas como não ser,
se agora estou?

Noite,
quando você for,
leve com você
a minha dor.

A.J. Cardiais
10.08.1989
Poeta

Sonetos :  Precipício da paixão
Fujo dos temas de amor
por não saber aborda-los.
Mas, seja lá como for,
sempre sei saboreá-los.

Paixão ungida de dor,
não entra em minha mente.
Não sou assim tão carente...
Estou mais para rock’n roll.

Quando me entrego à paixão,
mergulho num poço sem fundo.
Encilho a fúria de um tufão,

E fico dando voltas ao mundo...
Quando descambo no chão,
foi porque acabou tudo.

A.J. Cardiais
27.06.2014
Poeta

Poemas :  Coisas e costumes
Não é o lugar onde moro,
que diz quem eu sou...
Só as coisas que eu devoro
que podem dizer.

Gosto de viver o prazer
de devorar a vida,
sem pressa, sem paixão...

Ando na contramão:
enquanto muitos procuram dinheiro,
eu procuro emoção.

Não tenho natureza estática,
nem vibro como uma máquina.
Vivo à mercê do momento,
tentando exprimir meu sentimento.

A.J. Cardiais
16.09.2017
Poeta

Sonetos :  Soneto seco
Nada como se apaixonar...
A mente navegando em problemas,
não rima com poemas
e não tenho o que me inspirar.

A vida do poeta
às vezes é um porre.
Quando um poema nos socorre,
nossa felicidade fica completa.

Mas não adianta rimar
sem sentir prazer...
É como se fosse um dever.

Se fizer um "soneto seco",
na hora de declamar,
não provoca nenhum eco.

A.J. Cardiais
23.06 2017
Poeta

Poemas :  Perseguição do sonho
Eu estou bem,
apesar de poucos entenderem
o meu “estar bem”...

Não tenho um vintém,
mas também
não devo a ninguém...

(Será que não? Não lembro bem)

Levo a minha vida
na base das rimas pobres:
pobres e nobres
amor e flor
paixão e coração
estrela e vê-la...

E por aí vou, e por aí sigo,
perseguido um sonho,
sem ficar um segundo se quer
acordado para ver
se é possível de acontecer.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas de tristeza :  ESQUECENDO O MUNDO
Dia de sol, passeio na areia e admiro o oceano.
De tempos em tempos uma vaga chega até mim
Molha-me os pés me provocando, fica a espuma
Espuma, que fez ficar triste pensando ao nosso amor.

Assim, os meus pensamentos voltaram ao passado
Um passado que tantas saudades deixou em mim
Desses momentos de loucura, de amor em liberdade
Das noites em que os nossos corpos se entrelaçavam.

As nossas lágrimas corriam de prazer, também salgadas
Como esta água do mar que teima em me provocar
Como tu o fazias com o teu sorriso de felicidade
E eu me perdia nos teus braços, esquecendo o Mundo.

Hoje as lágrimas também correm mas não de prazer
Correm para o mar o tornando assim mais salgado
As vagas que vão chegando pouco a pouco até mim,
Não são que a espuma de um amor jamais esquecido.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de amor :  A VIRAGEM DAS NOSSAS VIDAS
Lembras-te quando nos encontramos
Os nossos olhares cruzámos
E deles saía o esplendor do amor?
Quis pedir a tua mão, não consegui
Mas vi que aguardavas o meu pedido.
Mas na beleza do teu sorriso
Não tinha palavras, eu me senti perdido.
Aproximamos-nos e murmurei palavras
Que nem eu mesmo compreendi
Mas tu sim, pois que tu esperavas por elas.
Disseste-me mais tarde que não resististes
Porque as minha palavras eram palavras de amor.
Queria pedir a tua mão mas como dizer?
E então num momento de coragem...
Não te pedi a mão mas as duas,
Tu me as destes e selamos esse momento
Com demorado beijo e foi a viragem
Das nossas vidas.
Vidas de amor acorrentado
A dois corações apaixonados !

A. da fonseca


SPA autor nº 16430
Poeta

Poemas de amor :  SILENCIO
Silêncio
Eu vou começar a escrever
Somente pelo prazer
O que sei e o que não sei
Que leiam ou não leiam
Para mim não tem importância
São palavras sem fragrância
Sem a leitura sequer merecer.

Silêncio,
Quero ouvir os queixumes
De todos os meus ciúmes
Que não param de me falar.
Quero ouvir palavras do coração
Daquelas que nos embalam
Mas que de perfume exalam
Das pétalas de uma paixão.

Silêncio
Quero ouvir o doce crepitar
Dos meus lábios ao te beijar
Em plena madrugada
Sentir a tua pele acetinada
No meu corpo se deliciar
Saciando nossos desejos
Conjugando o verbo amar



A. da Fonseca

Spa Lisboa Autor 16430
Poeta

Poemas de amor :  O ESPLENDOR DE UMA NOITE
Quando a brisa da manhã acaricia meu rosto,
Traz com ela as tuas palavras, os teus beijos
Que guardo comigo até chegar o sol posto
E durante a noite são a razão dos nossos desejos.

Com o chegar da Lua, nossos corpos se prateiam.
O nosso quente ninho brilha de tanto amor
Os nossos lábios, de contacto eles anseiam
O nosso leito começa a preparar o esplendor.

O esplendor de uma noite de loucura louca
Com murmúrios de promessas na nossa boca
E a cumplicidade entre o teu e o meu coração

A volúpia viciou a nossa cama e o nosso quarto
Beijando os teus seios e o teu corpo nunca farto
De sentir o meu corpo te acariciar de paixão

SPA Autor nº 16430

Alberto da Fonseca
Poeta