Tenho em cima da mesa um papel branco cheio de nada. Tenho o meu cérebro que procura uma possível inspiração. Rolando nos meus dedos uma caneta que ri à gargalhada, Pois que ela já compreendeu que escrever é uma ilusão.
Sim ilusão. Porque pensava que era bem fácil ser poeta Bastava escrever uma palavras que dariam algumas rimas. Puro engano! Ser poeta, não é só inspiração, nem pateta, Tem que se ter coração, ideias puras, e nada de pantomina.
Por vezes acontece que a minha caneta não tem preguiça E sozinha começa a escrever sem que eu lhe diga o quê. Acho estranho, deixo-a continuar se a sua vontade se atiça Depois de ter terminado, não fico admirado se ninguém me lê.
A razão é simples. Se eu não sou poeta apenas sei escrever Como quem foi à escola, sou como o comum dos mortais. O melhor é deitar fora a minha caneta e me contentar de ler Aquilo que os poetas escrevem, nada mau, posso pedir mais?
A. da fonseca
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Poeta
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