Lembras-te, Quando um certo dia Te inscreves-te num sitio de poesia, Lembras-te? Oh, se me lembro, E a alegria que senti ao me inscrever! Não era porque soubesse escrever, Escrevia uma coisitas sem importância Mas estava feliz! Um site de poesia em português Que conheci em dois mil e sete No primeiro de Dezembro Era a minha independência. Meu primeiro poema nele publicado? A Noite! E o primeiro comentário Que me foi dedicado, foi quem? A Helen de Rose Que me desejou felicidades. Outros se seguiram, outros foram comentados. Outros também amigavelmente elogiados. Só um comentário de uma certa pessoa foi agressivo Nessa altura, mais tarde fui mesmo atacado. Mas é normal, nem todos têm o mesmo gosto. De Portugal, recebi lições de português Na maior parte com elegância Outros nem tanto, mas aprendi E isso era o mais importante Sim porque em português passei a ser ignorante Visto os anos aqui em França. A minha língua materna reaprendi Obrigado a todos os que me ajudaram. Criei amizades vindas de Portugal Criei amizades vindas do Brasil. Hoje não sei porquê, ou por outra sei Mas não tem interesse em vos dizer Porque todos sabem que o Rei Que por aqui reinava Me obrigou a reagir de forma grosseira. Reconheço, mas não me arrependo. É com as maneiras de estar que aprendo Mesmo velhote, nem tudo sei Mas sei, que sendo assim me abandonei A todos as hipocrisias A todo o cinismo, mas o Mundo é assim feito, Se assim não fosse não era completo. Perdi as amizades, mas defendi a minha dama, Melhor dizendo, defendi muitas damas, Muitas que me compreenderam, Muitas que me desprezaram Algumas a minha coragem admiraram, Mas que ganhei eu? Nada! Nada, não é bem assim. Perdi muitas palmadinhas nas costas Mas só gostas de quem gostas Não há mais palmadinhas Não há mais elogios Mas não pensem que fico com calafrios, Não! Hoje conheço melhor aqueles Que quando cheguei me elogiaram E hoje pouco a pouco, me desprezaram
A. da fonseca
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Poeta
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