A minha caneta, veio correndo, correndo E se instalou entre os meus dedos. Escreve, escreve, escreve, Dizia-me ela. Fiquei atrapalhado, mesmo engasgado E porque não dizer... tive medo. Isto era magia! Outra coisa não podia ser. Escreve, escreve, escreve. Mas que vou eu escrever? Quando tenho tempo para pensar Tenho dificuldade para encontrar um tema E se tu me vens forçar... Isto vai ser um dilema! Escreve, escreve, escreve. Escrever? mas sobre o quê? sobre a Terra? Mas todos sabem que este Mundo Anda constantemente em guerra! Escrever sobre a pobreza Que no nosso mundo grassa? Todos sabem que ela existe Todos sabem que ela persiste E nos sabemos também Que a combate-la não há ninguém. Escreve, escreve, escreve. Mas que queres tu que eu escreva? Que escreva sobre Adão e Eva? Todos conhecem a história...! A maçã está na nossa memoria E é por causa dela que nos estamos aqui. Escreve, escreve, escreve. Se tu continuas a insistir Eu vou começar a me afligir. Espera... e se eu escrever sobre o amor? Daquele do bom, com esplendor. Escreve, escreve, escreve. Lá... tu começas a me entusiasmar! Silencio vou começar!!! Ò querida... não batas com a porta!!! Quero ouvir a minha caneta deslizar!
A. da fonseca
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Poeta
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