-Bom dia, quentinho Sol! -Boa noite linda Luasinha! O Sol acabava de se levantar, ainda esfregando os olhos, procurando forças para o intenso dia de trabalho que ia começar. A Lua tinha acabado a sua tarefa e lá se ia deitar. Sim por que o Sol e a Lua, trabalhavam por turnos, o Sol, trabalhava de dia e a Lua de noite. Entretanto eles tinham ainda alguns minutinhos para falarem e saberem novidades. -Então como passas-te a noite, Luasinha? - Bem!... Sabes bem que sou muito vaidosa!? Sabes porquê? Por que durante a noite, muitos olhos me admiram. Os meninos e as meninas admirando os meus grandes olhos e falando com os seus paisinhos em os questionando sobre mim. E depois... e depois há os poetas! É giro de os ver de papel e caneta na mão, coçando a cabeça, escrevendo coisinhas de amor. Ai... como eu fico toda vaidosa! O Sol ouvia a Lua se gabar da sua noite e estava triste. -Ò Sol... parece-me que estás triste, o que tens? o Sol olhou a Lua, fechou os olhos de tristeza e disse: -Pois é! Para ti todos olham e eu que passo os dias de inverno para os aquecer, a Primavera para fazer desabrochar as flores e no verão fazer bronzear as meninas e as senhoras, que depois andam todas vaidosas do seu bronzeado, para mim... para mim... ninguém olha e encontram como desculpa que eu lhes faço mal aos olhos, mas que ingratidão! A Lua escutava com atenção e ao mesmo tempo com o coração magoado, ela que pensava que dava amor para todos e para o Sol ninguém olhava, é ingrato, todos temos nossos deveres e devemos ser olhados da mesma maneira. -Até amanhã quentinho Sol! -Até amanhã Luazinha!
A. da fonseca
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Poeta
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