Poemas :  O contágio poético
O que é bonito na poesia,
é o sentimento que irradia
e faz a gente crescer,
para um lado que ninguém vê.

O que fica bonito na poesia,
e quando esta sede contagia
e faz todo mundo querer beber.

A.J. Cardiais
29.01.2011
Poeta

Poemas :  A bola da vida
A vida é uma armadilha.
A vida não é só uma trilha,
que você já percorreu
ou sonha percorrer.

A vida é uma estrada,
disfarçada de tudo.
Ela é um estudo,
uma lição, uma escola...

A vida é como uma bola,
jogada aos seus pés:
você não sabe se chuta,
tentando fazer um gol;

Você não sabe se oculta,
para ninguém saber que a tem,
ou se passa para alguém,
e fica só com a glória
do passe.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  Os donos da terra
Quanto vale a terra?
Quem é o dono dela?

Os estrangeiros chegaram,
lotearam, esquartejaram
a nossa terra,
e se fizeram proprietários
dos que habitavam nela...

Hoje a terra tem donos,
e vale inúmeros enganos.

Quanto vale a terra?
Quem é o dono dela?

A terra deveria ser,
de quem a amasse pra valer;
de quem cuidasse,
trabalhasse,
e fizesse ela florescer.

A.J. Cardiais
23.07.1997
Poeta

Poemas :  À noite
Oh noite...
"Inverna-me" mais;
Encharca-me mais e mais,
de amor.

Oh noite...
Em seu silêncio,
em sua escuridão,
oculte o meu tormento,
encubra a minha paixão.

Não quero ser
demasiado piegas...
Mas como não ser,
se agora estou?

Noite,
quando você for,
leve com você
a minha dor.

A.J. Cardiais
10.08.1989
Poeta

Poemas :  A besta fera
Abrimos a porta
para a besta fera
da ganância...
E, nesta instância,
estamos sem saber
como domina-la...

Deixamos que a ambição
subisse-nos à cabeça...
Perdemos a direção,
e batemos no muro
da lamentação...

E agora, coração?
Eu nunca lhe dei atenção;
nunca lhe perguntei nada...
Sempre me achei o dono da razão,
o dono da estrada...

Não sabia que Deus
morava em nosso coração...
Aliás, Deus para mim era um cifrão.
Quanto mais números, melhor.
Esse era o meu lema.

Hoje descobri,
que o dinheiro não vale a pena,
sem Deus no coração.

A.J. Cardiais
24.07.2009
Poeta

Poemas :  Felicidade ambulante
Tanta felicidade zanzando por aí...
Nem para uma delas bater aqui,
na minha porta.
Onde foi que eu errei,
vida minha?

Alguma canções
tornam minha vida mais acre.
Outras, mais doce.
Será que existe
o maldito do ogro?
Alguém se lembra?

A felicidade
pode bater em sua porta...
É bom que você esteja em casa,
para recebê-la.

A.J. Cardiais
08.12.1989
Poeta

Poemas :  Futuro
Estou desperdiçando energias...
Estou estraçalhando sinfonias,
tal e qual um musico desafinado.

E o passado
(sombra que manipula o presente)
pula a barreira do tempo
e, de repente,
os erros nos entristecem...

Às vezes deixa
uma coragem no presente,
e uma interrogação
no futuro:

O que estará escrito
na palma da minha mão?

A.J. Cardiais
18.11.1983
Poeta

Poemas :  Jogo de ambição
Eu não temo a morte...
Eu temo esta vida insegura
que está no porvir...

Eu temo esta avalanche de ideias,
que temos que "engolir"
e, sem sentir,
fazermos parte do jogo.

Este jogo sujo
de sempre querer mais,
quando tudo poderia ser conseguido
por muito menos.

A.J. Cardiais
11.10.1989
Poeta

Poemas :  Em doses de vinho
Por mim o mundo acabaria agora,
no meio de tanta felicidade.
Uma dor em meu peito arde,
embora ela não seja
causa do momento.

Belisco doses de vinho
e, sozinho,
encontro-me em meu corpo.

Tenho, ou tive, uma espera,
que me pode ser inútil.
Sonhos desastrosos?
Desejos inconcebíveis?

Belisco doses de vinho
e, sozinho,
me perco do encontro
em que me encontrava...

A dor no peito agora,
é causa do momento.
Mas é abstrata.

Eu sigo
e a vida passa.

A.J. Cardiais
13.04.1990
Poeta

Poemas :  Te amo assim
Te amo,
com toda sua agressividade
para o verbo amar;
com toda sua má vontade
de se entregar;
com todo esse capricho
para fazer amor.

Te amo com a cara
e a coragem.
Se este amor
for só de passagem,
não perderei a viagem:
irei até onde ele for.

A.J. Cardiais
do livro: Poeminhas Açucarados
Poeta