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Continuar a escrever será coisa que valerá a pena? Não sei! por vezes é como subir ao alto da montanha, Gritar e o eco não existe. É como montar uma cena E no fim, não haver actores para executar a façanha.
Então para quê se cansar para tentar chegar ao cume? Procuram-se os caminhos que nos levem lá a cima, E não se faz tudo isto por ter vaidade ou por ciume Mas sim pelo gosto de escrever e saber ligar uma rima.
As palavras, as rimas, são como os caminhos tortuosos Que fazem sofrer aqueles que que lutam para os vencer. Ser poeta é como ser alpinista a mãos nuas, virtuosos Que lutam, que sofrem, para conseguirem bem escrever.
E quantos chegam ao pico da montanha ou da poesia? E quantos são reconhecidos como de bons escritores? Quantos escrevem e nem sequer são lidos, são porcaria, Sendo assim julgados, talvez porque não sejam doutores.
Mas eu considero que sim, escrever vale sempre a pena. Como subir uma montanha mesmo que seja só pelo prazer, Se gritar e se não houver eco é porque o mundo é uma arena Onde não há um lugar para fazer crescer um malmequer.
A. da fonseca
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Poeta
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Caminhai. Olhai somente as pedras da calçada que pisam. Caminhai. Não vejam ou não queiram ver que as vossas Caminhai. Não pensem a que outros querem ou idealizam, Não! Deixai-os caminhar por um caminho sem rosas.
Caminhai. Ou deixem caminhar os sentimentos que são vagos Caminhai. E chamem loucos àqueles que lutam por outro caminho Caminhai. Deixai que a miséria continue a viver em grandes lagos, De desespero, de depressão, sem esperança, sem ninho.
Caminhai. Mas atenção, a vida traz por vezes surpresas inesperadas. Caminhai. Pensando que o mal ou o bem só acontece sem pensar Caminhai. Em estradas que nos levam a momentos desesperados Pensando que um dia será tarde para tudo remediar.
A. da fonseca
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Poeta
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Estava a jantar o que não é nada de anormal. Um jantar de um ser humano que não é rico Mas poder jantar nos dias que correm é ideal Pois que para muitos um jantar é um ciclo.
Ciclo que por vezes demora muito a se fechar. Nem sempre há quem consiga comer todos os dias Bebem um cafezinho pela manhã e vêm saltar O almoço, ficando tristes, sem alguma alegria.
Admiro a garrafa de vinho tinto que está na mesa Néctar dos Deuses que nos ajudam tanto a esquecer As dívidas, a renda da casa, mas podem ter a certeza Que é um néctar que a muitos ajuda a bem viver.
Mas a ti, Sol, que nos acompanhas na nossa vida Que nos aqueces, que nos dás moral e alegria Que fazes que a primavera nos dê cor e que convida A amadurecer esse néctar, fonte de muita magia.
A. da fonseca
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Poeta
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Sou fera Sou Anjo Sou quimera Sou banjo
Se fera ferida Ataco feroz Aureola perdida É corda partida Instrumento atroz
Quimera banida Momento infeliz, Tiraram-lhe a vida Feriram-lhe a raiz
A. da fonseca
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Poeta
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Continuar a escrever será coisa que valerá a pena? Não sei. Por vezes é como subir ao alto da montanh Gritar e o eco não existe. É como montar uma cena E no fim não haver actores para executar a façanha.
Então para quê se cansar para tentar chegar ao cume? Procuram-se os caminhos que nos levem lá a cima E não se faz tudo isto por ter vaidade ou por ciume Mas sim pelo gosto de escrever e saber ligar uma rima.
As palavras, as rimas, são como os caminhos tortuosos Que fazem sofrer aqueles que que lutam para os vencer. Ser poeta, é como ser alpinista a mãos nuas, virtuosos Que lutam, que sofrem, para conseguirem bem escrever.
E quantos chegam ao pico da montanha ou da poesia? E quantos são reconhecidos como de bons escritores? Quantos escrevem e nem sequer são lidos, são porcaria, Sendo assim julgados talvez porque não sejam Senhores
Mas eu considero que sim, escrever vale sempre a pena. Como subir uma montanha mesmo que seja só pelo prazer, Se gritar e não houver eco, é porque o mundo é uma arena Onde não há um lugar para fazer crescer um malmequer.
A. da fonseca
L
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Poeta
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A porta está aberta, podes entrar. Sim, tu, o cinismo, o desprezo, Não fiquem lá fora tu a hipocrisia Não tenhas receio, tens aqui o teu lugar.
O sincéro... oh...deixem-me ri,rir,rir. Ele tem a mania que assim pode viver, Mas meu pobre és ingénuo, acredita, Continua pobre louco, até onde queres ir?
Tu moras num mundo onde não tens lugar. Tu falas de amor como se ainda existisse Já foi tempo, agora somos nós os mais fortes Não penses que chegas aqui e tudo podes mudar.
E tu? Quem és tu? Um mosqueteiro do Rei? Embainha a tua espada, louco Don Quixote. Tu nada consegues, não tens força, só loucura Aqui são os espertos que decidem, não a lei.
Ser esperto é ser malandro mas não inteligente. Saber aproveitar as ocasiões que se apresentam Saber evitar que a amizade e o amor vençam Porque somos os mais fortes que toda a gente.
A quê pode servir a inteligência sem hipocrisia? Não serve de nada ou muito pouco nestes meandros. Escrevem leis, escrevem poesia, escrevem sobre a paz Mas caros amigos, nada conseguem sem a hipocrisia.
Vejamos aqueles a quem chamam de diplomatas. São inteligentes, certo, mas dizem o que não pensam Mas aquilo que lhes convém, não a sincéridade E esses, sim, são o que o povo diz, verdadeiras ratas
A. da Fonseca
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Poeta
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A minha caneta, veio correndo, correndo E se instalou entre os meus dedos. Escreve, escreve, escreve, Dizia-me ela. Fiquei atrapalhado, mesmo engasgado E porque não dizer... tive medo. Isto era magia! Outra coisa não podia ser. Escreve, escreve, escreve. Mas que vou eu escrever? Quando tenho tempo para pensar Tenho dificuldade para encontrar um tema E se tu me vens forçar... Isto vai ser um dilema! Escreve, escreve, escreve. Escrever? mas sobre o quê? sobre a Terra? Mas todos sabem que este Mundo Anda constantemente em guerra! Escrever sobre a pobreza Que no nosso mundo grassa? Todos sabem que ela existe Todos sabem que ela persiste E nos sabemos também Que a combate-la não há ninguém. Escreve, escreve, escreve. Mas que queres tu que eu escreva? Que escreva sobre Adão e Eva? Todos conhecem a história...! A maçã está na nossa memoria E é por causa dela que nos estamos aqui. Escreve, escreve, escreve. Se tu continuas a insistir Eu vou começar a me afligir. Espera... e se eu escrever sobre o amor? Daquele do bom, com esplendor. Escreve, escreve, escreve. Lá... tu começas a me entusiasmar! Silencio vou começar!!! Ò querida... não batas com a porta!!! Quero ouvir a minha caneta deslizar!
A. da fonseca
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Poeta
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AMAR A LIBERDADE
Gosto da liberdade mas com respeito. Respeito as leis impostas pelo Estado. Gosto de viver num sistema perfeito Mas não gosto de viver acorrentado.
Não respeito alguma regra da poesia E considero que tenho razão, a minha. Tenho, porque não sou poeta, cabeça vazia Respeitaria fosse poeta em toda a linha.
Mas não sou. E então viva a Liberdade Viva a poesia bem livre como o vento Que atravessa cordilheiras com dignidade, Os Oceanos os prados e o firmamento.
Mas não só na poesia, o povo também. Viver com igualdade das possibilidades Que o mundo lhe dê amor e não desdém Tudo não passa de promessas, de futilidades
Sou como sou, não como queiram que eu seja. Todos têm o direito a viver humanamente. De ter pão sobre a mesa e no mínimo uma sopa, E um teto para viver sem que o calor lhes dê frio.
A. da fonseca
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Poeta
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Je vois les heures qui passent. Les jours qui vont passant. L’espoir qui se perd, Les années qui s’entrelacent, Formant des tresses d’illusion Et la vie n’est plus verte.
J’ai vu les années qui passèrent. Je vois celles qui vont passant. Peut être que je verrais celles qui vont passer. J’ai entendu des chansons qui ont été chantées. J’entendrais celles qui vont se chanter. Demain… je ne sais pas si j’entendrais chanter
A. da Fonseca
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Poeta
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Olhei para o meu espelho E vi um homem que me parecia velho. Coloquei os meus óculos, Meu Deus... mas sou eu! Fiquei incomodado Não por ser eu!... A minha consciência interroguei; Sem óculos, quantas pessoas Infelizmente já eu mal julguei?
Antes de se julgar quem quer que seja, devemos primeiro nos interrogarmos a nós mesmos e se tivermos consciência, nos julgarmos. Todos nós sem exceção, temos uma nódoa em qualquer parte.
De A. da fonseca
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Poeta
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