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Quem vê beleza na favela, é porque sabe que nela mora um monte de rimas. E as obras primas dos barracos elevam a imaginação.
Quem vê a favela morta, sem respiração, não sabe onde é sua aorta, nem como pulsa seu coração.
Quem tem siso de glória, inventa uma porta bandeira. Quem tem no pé a rasteira, diz alô a sua história.
Quem mal reflete seu bucho, pode se dar ao luxo de querer tanta besteira. Tem na miséria a memória que o luxo é sua glória e se apraz com tranqueira.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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O que as cidades falam ninguém pode ouvir, mas pode ver, pode sentir quando passa por suas ruas mal traçadas, maltratadas sujas e nuas;
Quando passa por seus monumentos maltratados e nojentos, pedindo socorro.
As cidades não falam, mas exalam odor de sentimento: na poluição do vento, na exumação dos gases, na liberação das fezes.
As cidades não pensam, mas fazem suas orações aos povos sem corações, que levam uma vida tensa...
Assim são as cidades, assim as Sociedades, assim a vida.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Que animal somos nós, que poluímos onde moramos?
Que animal somos nós, que envenenamos o que comemos?
Que animal somos nós, que mesmo sabendo que o que fazemos será o nosso fim, continuamos fazendo mesmo assim?
Não venham me dizer que somos seres "humanos"...
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Gostaria muito de dizer que você é o amor da minha vida... Mas faltam algumas coisas para que esta oração fique inteira.
Não posso dizer, de qualquer maneira, porque ficaria esquisita. Está faltando letras, acentos e sinais.
É uma oração muito bonita. Faz milagre pra muitos casais. Gostaria que isso fosse verdade... Mas a sensação que me invade, é de que ela nunca será dita.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Uma gota numa folha, parece mais uma bolha...
Uma gota, pousada "numa boa", numa folhinha à toa.
É uma gotinha de esperança. Dizem: “quem espera sempre alcança”.
A gota vive tensa de tanto esperar que a esperança um dia vença.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Não tenho medo de morrer... Tenho medo das coisas que acompanham o viver.
Viver é um verbo indecifrável: às vezes o vento é contra, às vezes está favorável.
Tem vezes que você levanta, e "pisa na vida" com o pé esquerdo...
É dessa coisa que eu tenho medo: acordar o "lado azedo".
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Na ausência de luz: trevas. Na ausência de paz: guerras. Na ausência de cor: incolor. Na ausência de água: seca. Na ausência de som: silêncio. Na ausência de amor: ... ... ... ... ...
Desarmonia desequilíbrio desunião ambição violência desrespeito etc, etc, etc...
Sem amor, não tem jeito: nada é feito.
A.J. Cardiais 21.04.2009 imagem: google
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Poeta
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Estou aqui de soslaio... Quer saber? Procure um dicionário e se embriague e se deleite com o enfeite de alguns esnobes que usam caras, bocas e vozes para se exprimirem...
Mas eu estava aqui, só de soslaio, quando pensei: estou esnobando? Não sei... Não sei...
Dizem que na poesia tem que "conter tanta coisa"... Mas eu não sei nada desse "conteúdo". Porém não me contenho e não me abstenho: escrevo do jeito que sei. Pô!
A.J. Cardiais 19.01.2009
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Poeta
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Quando a “coisa” está séria e não vejo como resolver, procuro esquecer, dou um tempo...
Procuro fazer algo que me dê prazer.
Deixo o problema de lado, não o deixo de mão... Não fico encafifado, procurando uma solução.
O que a gente não sabe, dizem que tem perdão.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Não posso falar de amor, se o amor que para mim chegou, doeu e acabou...
Nascente de fonte rasa vaza no fundo do mundo.
Cresce no centro da terra e o meu amor encerra. Dar vazão ao ódio, não...
Deixarei crescer amor pela tangente. Semearei sementes nas mentes, varrendo do centro, o ódio da gente.
Vetar o ódio e abrir porteiras para o amor. Dar vazão a vida inteira... A vida inteira, amor.
A.J. Cardiais 02.05.1982 imagem: google
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Poeta
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