Sonetos :  Llanto en soledad
A donde me lleva el camino.
Mi alma no tiene destino.
La interminable caminata,
Busca el plácido descanso.

Agotado y sudoroso,
Con mis pies maltratados,
Por las piedras del camino,
Aún no llego a mi destino.

Camino y no avanzo,
Avanzo y no llegó.
La voluntad me lleva.

La incandescente piedra.
Penetra mis poros.
La vida se escapa. De todos modos.

NILO
Poeta

Sonetos :  O paisano
Não tenho emoção controlada.
Não sou parnasiano.
Sou um paisano
de alma abençoada.

Solto na poesia
uma ideia rimada,
porque minha alegria
é assim: ritmada.

Visto-me de soneto,
não para ser perfeito.
Visto-me por admiração.

Adoro esta construção:
quatro, quatro – três, três.
É disso que eu sou “freguês”.

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Vivendo de brisa
Vivendo de brisa
Não consigo mudar...
este defeito
em meu peito
é de fabricação.

Não consigo mudar...
Tenho um coração
que gosta de rimar
contra esta “evolução”.

Eu sou mais de amar,
de sonhar...
Sou do momento.

Amo tanto o vento,
assim como o banqueiro
ama tanto o dinheiro.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Justiça cega
Ah, como eu gostaria
de escrever só o belo...
Porém o meu martelo
condena a hipocrisia.

Quando vejo a vida vazia
que o povo está levando,
acabo não suportando
e explodindo na poesia.

Esqueço da velha Academia,
esqueço o trato, o contrato...
Deixo tudo para depois.

Aqui, neste retrato,
o sonho é de feijão com arroz
e fome de encher o prato.

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Soneto mortal
Não procuro a morte
e nem corro dela...
Desfilo nesta passarela
apostando na sorte.

Viver é sempre estar
de bem com a sorte.
Independe de ser forte,
para a morte não visitar.

Você precisa lembrar
que ELA não faz diferença:
não olha crença,

nem posição social.
A morte é imparcial:
chegou o fim, é final.

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Murmullos de ayer
Se cruzaron luces
Tu mirada en la mía
Tu profundidad sola
La mía abandonada

Relámpagos promiscuos
De pasión refrenada
Tornados revolcando
Cuerpos en la cama

Tus besos arrollando
Mis aire de pasión
Mis manos en tu cuerpo

Tu piel contra mi piel
Mi adiós y tu adiós
Murmullos de ayer.
Poeta

Sonetos :  Indisciplinado
O meu pecado
é não ser disciplinado.
Não gosto de seguir
nenhum caminho traçado.

Quando sou forçado,
sigo até onde aguento...
Quando não dá, arrebento
e tomo o rumo do vento.

Nem acorrentado estou preso.
Meu sonho, meu pensamento,
satisfazem meu desejo.

Minha poesia é o momento.
Tudo que sinto ou vejo
transforma-se em meu alimento.

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Amor de Ilusão
Amor de Ilusão
A sua voz rouca
alicia-me em segredo.
Confesso que sinto medo
da sua mente louca.

O seu impulsivo desejo,
em mim, logo se arvora...
E mal começa o beijo,
chegamos ao sexo, na hora.

Paixão assim, só demora
o tempo de uma canção.
Acabando a música, cai fora.

Não preza o coração
que, como um otário, chora
mais um amor de ilusão.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Conhecer alguém
Conhecer alguém,
olhar nos olhos
e então sentir
o amor surgir.

Conhecer alguém
dentro de uma canção,
chamar para dançar
e envolver-se em paixão.

Conhecer alguém sem ter um plano
é mergulhar no oceano,
no infinito azul misterioso...

Amar é transformar
o azul do céu e do mar
num horizonte maravilhoso.

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Título de poeta
Juro que não faço questão
de ostentar o título de poeta,
se ser poeta for somente
esta exibição vazia...

Tenho, na poesia,
uma língua afiada.
Não corta, não fura, nem nada.
Mas fere, quando denuncia.

Não aguento ver meus irmãos
de barriga vazia
e os hipócritas no poder...

Isso me causa furor.
Por isso costumo dizer:
Poesia, não é só falar de amor.

A.J. Cardiais
Poeta