Poemas de reflexíon :  Sinal de crescimento
Sinal de crescimento
Não vivo cantando horrores,
nem vivo lamentando os dissabores
desta vida.

Levo uma vida contida,
se comparada aos “valores’
que as pessoas dão.
Não quero viver em vão...

Não quero nesta vida um NÃO.
Quero nesta vida um SIM.

Um sinal
de algum crescimento
espiritual.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Coisas da fé
Coisas da fé
A fé me faz
ser livre demais
ou prisioneiro demais.
A fé me leva
a fé me traz...

A fé é o ar, é o vento;
é um acontecimento;
é um pensamento;
é o acreditar...

“A fá não costuma falhar...” *¹
Vou, e vou chegar.
Estou, mas vou melhorar...
“A fé num custuma faiá” *¹

A fé está em nossa natureza:
no amor, na beleza,
no pão que chega à mesa,
na correnteza do mar.

A.J. Cardiais
imagem: Google

*¹ Em: Andar Com Fé
Musica de Gilberto Gil
Poeta

Poemas :  Oitavo sentido
Oitavo sentido
Nas zonas erógenas
dos meus sentidos,
meus nervos sensitivos
causam-me um clímax irreal...

Às vezes entro
num êxtase mental
e tenho sensações emocionais,
casuais
sensuais
e outros “ais”
dos sexuais.

Gozo, em plena madrugada,
com o bafo frio do orvalho
em meu corpo...
Gozo, em plena praia,
com os “chuás” das ondas
na areia...

E assim vou gozando:
emocionalmente
casualmente
sensualmente
e muitas outras mentes
dos sexualmente aptos
a gozarem esta vida.

A.J Cardiais
imagem: google
Poeta

Frases y pensamientos :  Sexo sagrado
Sexo sagrado
Na hora do sexo,
tudo é sagrado.
Fica sem nexo.
pensar em pecado.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Lamentações da vida
Lamentações da vida
Estou aqui lamentando a minha "vidinha",
enquanto tem alguém que se tivesse
uma vida igual à minha,
se sentiria feliz...

Isto é um poema?
Não sei...
Para mim é um dilema.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas sociales :  Soltando o palavrório
Não me cobrem o sentido...
Hoje estou imbuído
de soltar o palavrório.
Ter, eu tenho acessório.
Tenho um monte de palavras
em minha mente;
um monte de imagens à minha frente;
inúmeras razões aparentes...

Começaremos pela chuva: essa água benta,
que quando cai na terra mistura-se,
fica fedorenta
e me dá margem para rimar.
Vou aproveitar e falar da enchente,
que está matando muita gente
e causando desolação...

A culpa de tudo é do Bicho homem...
Estou chamando de “Bicho”,
por não ter outro nome
que eu possa usar,
para “desqualificar” esta nossa espécie...
Incluo-me também apesar de não concordar
com tanta coisa que eu vejo.

Intitulamo-nos de seres “racionais”...
Com que razão usamos este título?
Talvez tenhamos razão...
O racional não usa o coração.
É frio e calculista. Por esta razão,
perde de vista a intuição;
o instinto de sobrevivência
que, nos outros “animais”,
deve ser a única “inteligência”...

Estou sendo muito árduo
com a “nossa” espécie...
Mas acontece que as pessoas esquecem
das outras formas de vida.
Quando a Ciência dividiu
a Natureza em “reinos”: reino animal,
reino vegetal, reino mineral...
Transformou tudo em reinados.
E para cada reinado, existe um rei...

Alguém respeita o reino vegetal?
Alguém respeita o reino mineral?
Alguém se lembra, por acaso,
que todos eles estão em nós?
Alguém se lembra, por acaso,
que para sobreviver nós precisamos
do animal, do vegetal e do mineral?

Alguém se lembra disso quando,
para expandir sua plantação,
destrói toda a vegetação
que há em volta?
Alguém se lembra disso
quando constrói suas fábricas de poluição
e polui os outros reinados em volta?

Pois é... Tudo tem volta.
A Mãe Natureza, para mostrar
que está viva, se revolta...
E para isso Ela conta com a ajuda
do Deus Sol e da Deusa Chuva...
Racionais, limitem suas ambições,
limitem seus desejos...
Sejam um pouco Emocionais:
usem mais seus corações.
Olhem em volta e entrem em comunhão
com os outros Reinos...
Se eles nos faltarem, nada sobreviverá.
Principalmente nós... Aí sim, será o FIM.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  Negra flor, negro amor
Negra flor, negro amor
Este seu biquíni branco,
negra,
mostrou-me o quanto
te desejo.

Cobriria você de beijo,
com muito calor,
se você sentisse
o frio do amor.

Negra, você seria
uma bela poesia,
se poesia andasse.

Ah negro amor...
Negra, a minha dor
é só te ver andar no andor.

A.J. Cardiais
imagem: mariella santiago
(revista Muito nº44)
Poeta

Poemas :  Era da Velocidade
Era da Velocidade
Estamos na era da velocidade.
Não se contempla mais nada...
A vida é só um vulto
nessa estrada.
Vem vindo... Passou!

Amores velozes:
mal começam, acabam.
Não existe mais
começo, meio e fim.
Tudo é criado com a
intenção de não durar.

O presente,
rapidamente
vira passado.
Logo, tudo fica superado.

Estamos na era das paixões.
Este fogo que arde, queima,
consome tudo até
extingui-se rapidamente.

AJ Cardiais
14.11.1997

imagem: google
Poeta

Poemas :  Coordenada Vazia
Coordenada Vazia
Transformo minha visão
num quadro:
cachorro magro,
cão vadio,
animais no cio...

Uso óculos escuro
para tentar enxergar
de cima do muro.
Isso não me diz nada...

Sigo uma coordenada,
um tanto vazia,
para fazer poesia.
Mesmo assim faço
um enrolado traço.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  Grilos
Grilos
No silêncio, este grilo...
Olho para o céu:
"mundo mundo vasto mundo" *¹
As estrelas me chegam
com um atraso de milhões
de anos luz.
E eu toco a esperá-las...

O que é que há
entre o céu e a Terra?
Hamlet sabe. Eu, penso.
Os meus olhos combinam
com meu pensamento.
Então alimento minha mente
com o meu olhar.

Tenho pressa.
Aperto os passos...
Voam movimentos
e as distâncias se diluem.
Mas tudo é isto:
Drummond, que Bandeira!
Os grilos me cantam
uma canção de ninar.

A.J. Cardiais
23.10.1989
imagem: google
*¹ Carlos Drummond de Andrade
Em: Poema de Sete Faces
Poeta