Poemas de reflexíon :  A CASA AMARELA
Chamem-me louco!
Louco, sim,
Porque habito uma casa amarela.
Casa amarela...
Sinal de hospício
Onde eu moro
Sem sacrifício,
Onde moro com prazer.
Mas já fui sacrificado
Por alguém de muito saber,
Sábio na arte de escrever
“Expert” do mal dizer.
Mas para vos ser franco
Na TV vi uma janela
E vi uma casa amarela,
Aquela de Camilo Castelo Branco.
Era doido? Talvez!
Doido pela cultura
Doido pelo amor
Mas doido...! ele o foi alguma vez?

A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  ENTERREI AS MINHAS RECORDAÇÕES
Enterrei as minhas recordações
Num canteiro do meu jardim,
Os desgostos e as ambições
E cobri tudo com jasmim.

Assim ficarão perfumadas
Do que foi a minha vida
Feita de amores e pecados
Nasci com a minha sina lida.

Ao redor desse canteiro
Plantei os meus amores,
Uma cruz e um letreiro...
Aqui jazem as minhas dores.

Bem à vista dos visitantes
Escrito também estão ali
As mais belas variantes
Dos erros que cometi.

Por vezes tenho saudades
Outras vezes sinto repúdio
Entre desgosto e felicidade
Da vida vivida no prelúdio.

Pois que não se pode viver hoje
Uma vida que é de amanhã
Assim a mocidade nos foge
De uma maneira nada sã.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  PARA ONDE VAIS, CRIANÇA
Para onde vais criança?
Caminhas em estrada sinuosa
Numa caminhada perigosa
Tentando dar rumo à vida.
Eu sei, eu sei que tu procuras
A felicidade que outros têm
Mas para ti ela não vem
E porquê?
Todos temos direito ao Sol
Todos temos direito à educação
E temos também o direito à indignação!.
Não te deixes abater
Não te deixes cair num abismo
Donde dificilmente sairás.
Para de parar nessa estrada da vida
Procura outra, a que te é devida.
Levanta a cabeça, mostra a tua dignidade
Caminha de peito aberto
Grita, grita, reclama
Que queres uma estrada sem lama
Que queres viver a vida com amor
Sem miséria e com pudor.


A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  TER OU NÃO TER
Ter ou não ter, eis a questão.
Ter alma ter vida ter coração.
Ter sensibilidade, saber amar,
Ter uma vida sã, não perder a razão

Ter ou não ter, eis a questão

Ter coragem para saber dizer não
Ter coragem para uma causa defender
Se ela é justa, mesmo se se queimar
Ter amor pelo próximo sem se conter

Ter ou não ter é uma questão de querer


A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  MORRER SEM GLÓRIA
Viver numa utopia a léguas da realidade
Como alguns têm sempre feito neste vazio.
Vazio de ideias, de certezas mas de vaidade
Sempre de cabeça quente mas de coração frio.

Vivem julgando que a glória está mesmo ali
Na estação de São Bento ou na do Rossio,
Acabadas de chegar do infinito que lhes sorri
Mas não esperem muito, morrerão de frio.

A glória só vem com a inteligência e a humildade.
Ela não nos cai nos braços sem se ter trabalho,
Por isso há os grandes e pequenos, é a verdade
E estes não pedem glória mas nas letras, agasalho.

Não é doença nem é vicio não se ser inteligente
Mas quantos inteligentes se julgam superiores
Somente porque o destino lhes deu essa nascente
De onde as ideias brotam, como brotam as flores.

Não podemos esquecer que as flores murcham.
As ideias e a inteligência murcham pouco a pouco,
Como as flores, deixam cair as mais belaS pétalas
Acabam por morrer sem gloria, por vezes loucos.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  CHEGAR AO CIMO DA MONTANHA
Continuar a escrever será coisa que valerá a pena?
Não sei! por vezes é como subir ao alto da montanha,
Gritar e o eco não existe. É como montar uma cena
E no fim, não haver actores para executar a façanha.

Então para quê se cansar para tentar chegar ao cume?
Procuram-se os caminhos que nos levem lá a cima,
E não se faz tudo isto por ter vaidade ou por ciume
Mas sim pelo gosto de escrever e saber ligar uma rima.

As palavras, as rimas, são como os caminhos tortuosos
Que fazem sofrer aqueles que que lutam para os vencer.
Ser poeta é como ser alpinista a mãos nuas, virtuosos
Que lutam, que sofrem, para conseguirem bem escrever.

E quantos chegam ao pico da montanha ou da poesia?
E quantos são reconhecidos como de bons escritores?
Quantos escrevem e nem sequer são lidos, são porcaria,
Sendo assim julgados, talvez porque não sejam doutores.

Mas eu considero que sim, escrever vale sempre a pena.
Como subir uma montanha mesmo que seja só pelo prazer,
Se gritar e se não houver eco é porque o mundo é uma arena
Onde não há um lugar para fazer crescer um malmequer.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  CAMINHAI E UM ´DIA SERA TARDE
Caminhai.
Olhai somente as pedras da calçada que pisam.
Caminhai.
Não vejam ou não queiram ver que as vossas
Caminhai.
Não pensem a que outros querem ou idealizam,
Não! Deixai-os caminhar por um caminho sem rosas.

Caminhai.
Ou deixem caminhar os sentimentos que são vagos
Caminhai.
E chamem loucos àqueles que lutam por outro caminho
Caminhai.
Deixai que a miséria continue a viver em grandes lagos,
De desespero, de depressão, sem esperança, sem ninho.

Caminhai.
Mas atenção, a vida traz por vezes surpresas inesperadas.
Caminhai.
Pensando que o mal ou o bem só acontece sem pensar
Caminhai.
Em estradas que nos levam a momentos desesperados
Pensando que um dia será tarde para tudo remediar.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  FONTE DE MAGIA
Estava a jantar o que não é nada de anormal.
Um jantar de um ser humano que não é rico
Mas poder jantar nos dias que correm é ideal
Pois que para muitos um jantar é um ciclo.

Ciclo que por vezes demora muito a se fechar.
Nem sempre há quem consiga comer todos os dias
Bebem um cafezinho pela manhã e vêm saltar
O almoço, ficando tristes, sem alguma alegria.

Admiro a garrafa de vinho tinto que está na mesa
Néctar dos Deuses que nos ajudam tanto a esquecer
As dívidas, a renda da casa, mas podem ter a certeza
Que é um néctar que a muitos ajuda a bem viver.

Mas a ti, Sol, que nos acompanhas na nossa vida
Que nos aqueces, que nos dás moral e alegria
Que fazes que a primavera nos dê cor e que convida
A amadurecer esse néctar, fonte de muita magia.

A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  MOMENTO INFELIZ
Sou fera
Sou Anjo
Sou quimera
Sou banjo

Se fera ferida
Ataco feroz
Aureola perdida
É corda partida
Instrumento atroz

Quimera banida
Momento infeliz,
Tiraram-lhe a vida
Feriram-lhe a raiz

A. da fonseca
Poeta

Poemas de reflexíon :  AS PALAVRAS E AS RIMAS, SÃO CAMINHOS TURTUOSOS
Continuar a escrever será coisa que valerá a pena?
Não sei. Por vezes é como subir ao alto da montanh
Gritar e o eco não existe. É como montar uma cena
E no fim não haver actores para executar a façanha.

Então para quê se cansar para tentar chegar ao cume?
Procuram-se os caminhos que nos levem lá a cima
E não se faz tudo isto por ter vaidade ou por ciume
Mas sim pelo gosto de escrever e saber ligar uma rima.

As palavras, as rimas, são como os caminhos tortuosos
Que fazem sofrer aqueles que que lutam para os vencer.
Ser poeta, é como ser alpinista a mãos nuas, virtuosos
Que lutam, que sofrem, para conseguirem bem escrever.

E quantos chegam ao pico da montanha ou da poesia?
E quantos são reconhecidos como de bons escritores?
Quantos escrevem e nem sequer são lidos, são porcaria,
Sendo assim julgados talvez porque não sejam Senhores

Mas eu considero que sim, escrever vale sempre a pena.
Como subir uma montanha mesmo que seja só pelo prazer,
Se gritar e não houver eco, é porque o mundo é uma arena
Onde não há um lugar para fazer crescer um malmequer.

A. da fonseca





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Poeta