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Vou por ai, com esta vida de poeta na testa, nos braços e nas mãos...
Vou por aí rezando frases, rogando versos e dores mil. Vou para o início ou o fim deste Brasil,
A lamentar meus sonhos, a construir paredes e descansar nas redes que a imaginação costuma esticar.
A.J. Cardiais 30.05.1985 imagem: google
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Poeta
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Sou um poeta do Mundo. Sou um poeta da vida... Vivo com a alma ferida por ver tanta desumanidade. No campo ou na cidade a gente só vê poluição. No campo, devastação; na cidade, a “consumição”. Consumição por vaidade. Tudo em busca da felicidade; da procura louca por prazer, achando que isto é que é viver. E a VIDA indo de mal a pior... Enquanto o homem só pensar “no seu melhor”, as outras VIDAS vão morrendo ao seu redor.
A.J. Cardiais imagem: google Poema do livro Pró Natureza Pró Natureza
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Poeta
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Talvez por ser poeta, eu sofra mais do que os outros mortais. Mas posso afirmar que vivo muito mais.
Eu vejo a vida numa gota de orvalho. Eu vejo a vida pendurada em cada galho...
Enquanto os outros só vivem se estiverem participando, eu vivo “a coisa” mesmo sem participar.
A.J. Cardiais 30.01.2011 imagem: google
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Poeta
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Quando viajo numa imagem, a poesia me fustiga... Depois sai fazendo intriga, e pedindo passagem.
Então fico feito um tolo, procurando um verso zen... Como não encontro ninguém, cometo um crime de dolo.
Aí um soneto me anima: vai, escapa numa rima! E lá vou eu outra vez...
Tento forçar um poema, mas acabo num dilema: isso é uma insensatez?
A.J. Cardiais 12.04.2014 imagem: google
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Poeta
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As palavras ganham forças, quando bem propagandeadas. Às vezes não dizem nada... São só miragens ou loucuras de um poeta, em seu momento mais alucinado.
Porém, se você não entendê-las, estarás cometendo um pecado, porque os teóricos, os letrados o condenará como ignorante.
As palavras, na primeira instância, são para serem entendidas... Palavras são vidas, que só vivem se divulgadas.
As palavrinhas guardadas para as “boas ocasiões”, viram palavrões, nas mentes não acostumadas.
A.J. Cardiais 15/08/2013 imagem: google
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Poeta
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Não quero fabricar poemas... Eu quero as erupções ferozes, as erupções velozes, sem cara, sem corpo e sem lema.
Não quero fabricar nada... Eu quero estar sempre de alma lavada, para quando os versos em mim procurarem morada.
Não quero provar nada... Só quero expelir o que sinto da forma que sinto para a sociedade sentir as minhas lavas.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Meu gato morreu envenenado... Quem será o culpado? Será o vizinho, que cria passarinho?
Será a vizinha, que cria galinha? Será o vizinho do lado, pois é todo fechado e não quer de ser incomodado?
Meu gato andou pulando no seu telhado, e ele ficou reclamando... É, achando ou não o culpado, ele acabará pagando.
Todo animal é abençoado. Ninguém pode sair matando, só porque o bichinho está incomodando.
A.J. Cardiais 26.02.2013 imagem: google
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Poeta
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Não posso ter uma poesia bela, vendo tanto sofrimento na tela. Não tenho uma palavra doce, como se a realidade assim fosse...
Tenho um poema duro, ousado, impuro. Como ser feliz, vendo tanta infelicidade vagando pela cidade?
De que me adiantará um nome, se não puder amenizar a fome? De que serve a “intelectualidade”, vendo o povo sem dignidade?
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Quero continuar existindo nesta casa pequena, com esta vida amena e esses quadros cafonas na parede...
A minha rede, é este horizonte aveludado. Onde me deito quieto, calado, escutando a voz do vento, quando ele passa assanhado.
O meu perfume, é o de brisa do mato. Só uso quando visto o lume das estrelas, e saio para brincar com os astros.
O resto é sonho.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Os “teóricos” querem tanto que o poeta diga algo como nunca foi dito...
O povo que não entende acha o poema esquisito, e tacha o poeta como “maldito”.
Não faço poema bonito, porque não cabe em meu canto. Faço um poema de espanto, e vale o que está escrito.
A.J. Cardiais 09.05.2014 imagem: google
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Poeta
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