Poemas :  Los Poemas Manchados
(De mis épocas de bohemia y candidez).


Hoy escribo a mis poemas
noctámbulos y manchados:
Estrellas les pintó el vino
como gotas o chispazos
y en afán de darme rumbo,
un mapamundi el tabaco.
Torpe trazado de anhelos
sellado a culo de vaso,
por los hijos concebidos
a fin de legalizarlos.

Es que así me los encuentro
despierto de mi naufragio,
mientras espero buen viento
en la resaca encallado,
con el alma padeciendo
desguace de maremagno.
Pobrecito cada niño
de mis poemas manchados;
tabaco, vino y pesar
y sus versos enredados.

Los asisto como puedo:
Rebeldes, peino sus trazos,
desenredo su mensaje,
les abrocho lo sensato,
les acordono el sentido
y el motivo les desato,
y me miran con sus ojos
incrédulos del buen trato
como diciéndome: Padre,
sin querer nos ensuciamos.

Palpo sus caritas fieles,
y humildemente arropados
en tímidas hojas blancas
y a criterio mejorados
de filosófico temple,
los engaño, que son aptos.
¡Todo, valen para mí!
Lo digo altivo y a cargo,
aunque los echen del aula
del escrito inmaculado.

Y no abandono a ninguno;
siquiera al más descarriado:
Yo no consiento hijos míos,
parias ni desamparados,
así un pan sobre la mesa
sin vino me haya dejado.
Porque: serán mis poemas,
grises, malos y manchados,
pero mis hijos del alma...
y dependo de su abrazo.


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Poeta

Poemas :  A linha da vida
A linha da vida
O futuro é daqui a pouco,
mas eu não posso vê-lo...
Vida é um carretel de linha,
ou um novelo:

Quanto mais desenrolamos,
mais tende a embaraçar.
Quem costura, não espalha a linha.
Vai usando-a devagar.

Quem só faz brincar,
e a espalha pelo chão,
depois tem que desembaraçar.

Aí veremos com quantos nós,
essa linha vai ficar...

A.J. Cardiais
06.11.2006
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Poeta

Poemas :  Da minha imaginação
Do meu posto de observação
vejo luzes incandescentes
clareando uma rua ausente.

Não passa um transeunte.
Não passa um cidadão.
Nem um cachorro passa
nessa rua sem graça...

Parece um filme de assombração.
O que quer fazer lá,
a minha imaginação?

A.J. Cardiais
13.12.2010
Poeta

Poemas :  Desarmando o circo do amor
Desarmando o circo do amor
Chegou a hora, preciso ir...
Não vou dizer que vou partir,
nem que estou indo embora.
Estou saindo “de mansinho”
do caminho da senhora.

Estou tentando desarmar
o circo que eu armei:
espetáculos à toda hora.
Palhaço, trapezista, domador...
Tudo para amar, tudo por amor.

Mas, enfim, chegou a hora de ir...
Tenho que sair com lona e tudo.
Sair com um final sem fim.
Sair do jeito que eu vim:
entrei calado, saio mudo.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Iludindo a vida
Iludindo a vida
Vivo um sonho dentro da realidade,
mas separo o joio do trigo.
Quando estou na tempestade,
procuro abrigo,
não dou uma de super-herói.

Não aceito desafios,
só “pra defender meus brios”...
Muita coisa eu deixo passar.
Não estou aqui pra brigar.

“Eu vim aqui foi pra vadiar.
Eu vim aqui foi pra vadiar.
Vadeia Cosme, vadeia.
Vadeia Cosme, vadeia...” *

... E assim vou iludindo a vida,
até que a morte nos separe.

* canto de Umbanda para Cosme e Damião.

A.J. Cardiais
15.02.2011
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Poeta

Poemas de reflexíon :  Recordações infelizes
Recordações infelizes
O que bate cá dentro,
é um arrependimento
de tudo que eu fiz de errado,
procurando ser feliz.

Infelizmente o meu passado,
não foi escrito com giz...
Então não pode ser apagado.

Hoje vivo atormentado,
tentando mantê-lo
enterrado.

A.J. Cardiais
11/08/2013
imagem: google
Poeta

Poemas :  Poesia disforme
Quero uma poesia
que seja moderna,
que seja eterna
e tenha pernas...

Quero uma poesia
nem cheia,
nem vazia;
nem tristeza,
nem alegria...

Quero uma poesia
disforme,
mas que transforme
a cara do dia.

A.J. Cardiais
08/08/2013
Poeta

Poemas :  Coisas & poesias
Coisas & poesias
Outros poetas escrevem coisas,
que o poeta aqui não ousa.
Não por não ser ousado.
Mas por achar que é ousadia
denominar “certas coisas”
como poesia.

A.J. Cardiais
20.09.2014
Poeta

Poemas :  Escrevendo para crianças
Escrevendo para crianças
Quando escrevo para criança,
coloco o texto na balança
e vejo o peso que tem.

Se pesar, não vai prestar...
Se ficar leve,
não prestará também.

Criança é que nem ninguém:
não sabe o que quer,
mas sabendo muito bem
o que não quer.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Sonetos :  Poemas perfumados
Poemas perfumados
Não faço poemas
com perfume francês...
Aliás, não faço
poemas perfumados.

Faço poemas sem cheiro
e sem “boa aparência”.
Se isto for indecência,
não sou o primeiro.

Mastigo o fruto proibido,
indigesto.
Confesso que não presto.

Mostro a cara sem medo,
arrebento o cabresto
e solto os poemas no pasto.

A.J. Cardiais
06/11/2012
imagem: google
Poeta