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(De mis épocas de bohemia y candidez).
Hoy escribo a mis poemas noctámbulos y manchados: Estrellas les pintó el vino como gotas o chispazos y en afán de darme rumbo, un mapamundi el tabaco. Torpe trazado de anhelos sellado a culo de vaso, por los hijos concebidos a fin de legalizarlos.
Es que así me los encuentro despierto de mi naufragio, mientras espero buen viento en la resaca encallado, con el alma padeciendo desguace de maremagno. Pobrecito cada niño de mis poemas manchados; tabaco, vino y pesar y sus versos enredados.
Los asisto como puedo: Rebeldes, peino sus trazos, desenredo su mensaje, les abrocho lo sensato, les acordono el sentido y el motivo les desato, y me miran con sus ojos incrédulos del buen trato como diciéndome: Padre, sin querer nos ensuciamos.
Palpo sus caritas fieles, y humildemente arropados en tímidas hojas blancas y a criterio mejorados de filosófico temple, los engaño, que son aptos. ¡Todo, valen para mí! Lo digo altivo y a cargo, aunque los echen del aula del escrito inmaculado.
Y no abandono a ninguno; siquiera al más descarriado: Yo no consiento hijos míos, parias ni desamparados, así un pan sobre la mesa sin vino me haya dejado. Porque: serán mis poemas, grises, malos y manchados, pero mis hijos del alma... y dependo de su abrazo.
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Poeta
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O futuro é daqui a pouco, mas eu não posso vê-lo... Vida é um carretel de linha, ou um novelo:
Quanto mais desenrolamos, mais tende a embaraçar. Quem costura, não espalha a linha. Vai usando-a devagar.
Quem só faz brincar, e a espalha pelo chão, depois tem que desembaraçar.
Aí veremos com quantos nós, essa linha vai ficar...
A.J. Cardiais 06.11.2006 imagem: google
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Poeta
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Do meu posto de observação vejo luzes incandescentes clareando uma rua ausente.
Não passa um transeunte. Não passa um cidadão. Nem um cachorro passa nessa rua sem graça...
Parece um filme de assombração. O que quer fazer lá, a minha imaginação?
A.J. Cardiais 13.12.2010
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Poeta
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Chegou a hora, preciso ir... Não vou dizer que vou partir, nem que estou indo embora. Estou saindo “de mansinho” do caminho da senhora.
Estou tentando desarmar o circo que eu armei: espetáculos à toda hora. Palhaço, trapezista, domador... Tudo para amar, tudo por amor.
Mas, enfim, chegou a hora de ir... Tenho que sair com lona e tudo. Sair com um final sem fim. Sair do jeito que eu vim: entrei calado, saio mudo.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Vivo um sonho dentro da realidade, mas separo o joio do trigo. Quando estou na tempestade, procuro abrigo, não dou uma de super-herói.
Não aceito desafios, só “pra defender meus brios”... Muita coisa eu deixo passar. Não estou aqui pra brigar.
“Eu vim aqui foi pra vadiar. Eu vim aqui foi pra vadiar. Vadeia Cosme, vadeia. Vadeia Cosme, vadeia...” *
... E assim vou iludindo a vida, até que a morte nos separe.
* canto de Umbanda para Cosme e Damião.
A.J. Cardiais 15.02.2011 imagem: googe
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Poeta
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O que bate cá dentro, é um arrependimento de tudo que eu fiz de errado, procurando ser feliz.
Infelizmente o meu passado, não foi escrito com giz... Então não pode ser apagado.
Hoje vivo atormentado, tentando mantê-lo enterrado.
A.J. Cardiais 11/08/2013 imagem: google
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Poeta
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Quero uma poesia que seja moderna, que seja eterna e tenha pernas...
Quero uma poesia nem cheia, nem vazia; nem tristeza, nem alegria...
Quero uma poesia disforme, mas que transforme a cara do dia.
A.J. Cardiais 08/08/2013
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Poeta
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Outros poetas escrevem coisas, que o poeta aqui não ousa. Não por não ser ousado. Mas por achar que é ousadia denominar “certas coisas” como poesia.
A.J. Cardiais 20.09.2014
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Poeta
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Quando escrevo para criança, coloco o texto na balança e vejo o peso que tem.
Se pesar, não vai prestar... Se ficar leve, não prestará também.
Criança é que nem ninguém: não sabe o que quer, mas sabendo muito bem o que não quer.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Não faço poemas com perfume francês... Aliás, não faço poemas perfumados.
Faço poemas sem cheiro e sem “boa aparência”. Se isto for indecência, não sou o primeiro.
Mastigo o fruto proibido, indigesto. Confesso que não presto.
Mostro a cara sem medo, arrebento o cabresto e solto os poemas no pasto.
A.J. Cardiais 06/11/2012 imagem: google
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Poeta
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