Poemas de amor :  SILENCIO
Silêncio
Eu vou começar a escrever
Somente pelo prazer
O que sei e o que não sei
Que leiam ou não leiam
Para mim não tem importância
São palavras sem fragrância
Sem a leitura sequer merecer.

Silêncio,
Quero ouvir os queixumes
De todos os meus ciúmes
Que não param de me falar.
Quero ouvir palavras do coração
Daquelas que nos embalam
Mas que de perfume exalam
Das pétalas de uma paixão.

Silêncio
Quero ouvir o doce crepitar
Dos meus lábios ao te beijar
Em plena madrugada
Sentir a tua pele acetinada
No meu corpo se deliciar
Saciando nossos desejos
Conjugando o verbo amar



A. da Fonseca

Spa Lisboa Autor 16430
Poeta

Poemas :  Som de Vida no Ar
Quatro paredes me dizem boa noite...
Mas o som de vida lá fora,
me deixa inquieto.
Será que eu não presto?

A vida deve ter raiva de mim...
Se não tem, por que age assim?
Eu, com tanta vida dentro de mim,
fico aqui observando
a vida passando e divertindo
com um monte de gente vazia...

Eu, que vivo querendo saber
qual é a dela;
que vivo procurando
um sentido pra ela,
estou aqui na janela
vendo ela se divertir
com pessoas que não estão
"nem aí".

A.J. Cardiais
07.08.2011
Poeta

Frases y pensamientos :  JÁ FUI, JÁ ERA, MAS AINDA SOU!
Sempre pensei muito em tudo.
Mil voltas dou quando tenho alguma coisa que não entendo, ou que tenho que tomar decisões.
Mesmo assim muitas vezes digo: devia de ter pensado melhor: Pois, o amanhã ninguém conhece. Tudo muda como o tempo, tudo de um momento para outro, é diferente.
Sem aviso, sei que vai demorar tempo, mais do que tenho, para tudo melhorar. Assim sendo, tudo quanto tinha programado, vai ser diferente. Sem sentir derrota, vou mudar tudo.
Mas, eu não mudo. Crónica, melhor dizendo. Não tem cura.
Impaciente, pouca paciência, por muito que ame alguém não consigo acatar os seus defeitos.
E tenho que chamar a atenção para eles. Tudo se pode conversar, se temos cuidado de não ofender. Assim quero que o façam a mim.
De tal forma que não ponho base na cara, quero que vejam as rugas e nunca ponho cinta, o meu corpo é como é. Assim sou por fora como sou por dentro. Vidro transparente e ultra limpo.
Muita coisa me incomoda, mas refilo, com leveza mas, digo.
Talvez por ser como sou, durmo como se estivesse noutra dimensão. Noites há que nem dou uma volta, acordo na mesma posição em que adormeço.
Tenho muito que agradecer a Deus, nem devia pedir nada. Já me deu e dá, tanto, que não O devo incomodar.
Mais um ano! Quase. Faltam umas horas. Olho para trás, tanta coisa! Tanta lágrima, tanta dor, tanto adeus a seres queridos! Num repente aqui estou, com esta idade! Rápido, passou o tempo, de tal forma que penso que estou enganada e falo de outra pessoa!
Uma nostalgia imensa me invade. Uma impotência me encolhe na pequena concha onde o meu tempo está.
Que ninguém me diga que não pensa na idade. Mentira, ela nota-se. Ri-se de nós e pisa-nos as esperanças e a alegria de viver. É momentâneo, mas é assim. Fico contente por fisicamente e mentalmente estar bem. Mas… a idade ninguém a pode tirar.
Noutros tempos pensava num futuro distante, hoje penso quanto me resta. Igual para todos. Ricos, pobres, poderosos, humildes, todos iguais
Aperta o coração, sofre a alma, começamos a ter vergonha de usar certas roupas mais juvenis. Retraímo-nos nas manifestações de carinho, de mostrar alegria numa gargalhada saborosa.
Esforçamo-nos para andar direitos e ágeis. Mas no fundo, estamos tristes mesmo que sejamos ligeiros nos passos.
Lembramo-nos das fantasias da juventude, dos nossos ídolos, das esperanças de sermos importantes e sermos a rainha das festas.
Tez lisa e brilhante, olhar cintilante e doce, cabelos ao vento, alegres e soltas na plenitude da beleza que comporta.
Por nos recordarmos de tantas coisas é que sentimos que o nosso tempo atrás ficou e não volta.
Saudades, muitas. Amargura doce que nos envolve e trás o desejo de sermos eternos.
A vida, é um instante, um sopro, um engano. Mas se Deus quiser vou festejar um ano mais e fazer de conta que tudo está bem e que a minha juventude perdura comigo.
Porto, 20 de Abril de 2016
Carminha Nieves
Poeta

Frases y pensamientos :  HORIZONTES PERDIDOS
Hoje vejo a vida por outro prisma.
Até há bem pouco tempo, gostava de poupar. Com os juros ia vivendo.
Hoje não os tenho. Pensei muito e andei preocupada sem saber como fazer, para não gastar o que me dava segurança para o dia-a-dia.
Depois de muitas voltas dar ao assunto, cheguei à conclusão que tenho que fazer as contas de maneira diferente.
Não sei quanto tempo vou viver, mas fiz uma estimativa e depois de fazer milhentas contas, mais ou menos de quanto preciso para gastar no tempo incerto de vida, em que posso andar direita e correr, subir escadas, sair à noite, tomar um café, ir de vez em quando a Espanha, ou seja viver com saúde e força, vou gastando as poupanças de uma vida em comum com o meu Marido.
Tristes tempos inseguros sem futuro, nem calma. O homem estraga e nunca tem a culpa. Quem paga somos nós os tristes, que criamos os filhos, gastando a juventude e a plenitude da vida a abrir caminho para eles.
Como eu milhares ou milhões, neste momento estamos em terrenos movediços, sem termos algo para nos agarrar e não cair na lama da solidão e velhice. Triste mundo, triste vida, que nos cortou a serenidade de ter o resto da vida sossegada.
Mas, é como disse, outro olhar, outra maneira de encarar as vicissitudes, é a solução. E como diz o ditado, Deus é quem manda. Tenhamos esperança e Fé.
Outros estarão muito pior que eu, sem calor no inverno, sem um abraço de carinho, sem saúde, arrastando-se penosamente para parte nenhuma.
Não sei como conseguiram estragar em tão pouco tempo o simples viver e o que tínhamos de bom.
Antes os pobres sorriam e á sua maneira eram felizes, com o que tinham. Havia entreajuda, sem invejas, ódios, ou perversidade. Hoje só falsos profetas, rotulados de políticos, cada um com o fito de se promoverem. E são os direitos do homem, solidariedade, rendimentos mínimos, tribunais pomposos onde a justiça está na mão de uma só pessoa, O Juiz.
Emaranhado de ministérios que empurram os problemas uns para os outros.
É um faz de conta que enjoa. Se mandasse acabava com muita coisa. Antes com muito menos mandões vivia-se melhor.
Podem chamar-me o que quiserem, não me importo. Acabo só a perguntar, se alguém num super- mercado não paga uma ninharia vai preso. Quem roubou e muito anda de chauffeur e morre sem ser julgado. Mais nada digo.
Quem hoje anda com cartazes a exigir, tudo para os jovens, amanhã vão pagar. É a minha vitória. Tapam a vontade de ser ricos á custa de quem trabalhou, mais os meninos de esquerda. Coitados, nem sabem o que lhe vai cair em cima.

Porto,29 de Março de 2016
Carminha Nieves
Poeta

Poemas de tristeza :  Tragedias y tristeza
Las tragedias tienen como sombra, como asa,
la tristeza… desgarradora, ruin, desoladora y,
por algún enlace terrible, siempre consigue…
provocar orfandad en el alma, ojos perdidos,
secos de tanto llorar, extraviados, buscando
la vital esperanza entre escombros, en el agua…

Harteras saetas impregnadas de miedo, angustia,
vuelan entre ondas, y torrentes, y súbito fuego,
también se esconden y atacan desde el hambre,
entre las armas del irracional, del mercenario,
los destrozos empiezan gangrenando ilusiones,
exterminando sueños y soñadores púberes…

Cómo no reventar de impotencia, de furia,
por no interpretar con toda la celeridad posible,
los perversos suplicios de la naturaleza, del odio,
cómo evitar encrespar las manos áridas de paz,
cómo conseguir dibujar con restos de ternura
aunque sea una mueca de sonrisa que resista…

Cómo no conjugarlas bajo el mismo gris manto,
de destrozos, dolor, muerte, de fríos números,
de terribles imágenes volcadas como bofetón,
lacerando hasta las lágrimas el yermo anhelo…
cuitas viles, ponzoñosa tristeza, siguen perdiendo,
nunca alcanzarán la infinita vida que nace y crece,
siempre lo hará… como emerge la esperada aurora.
Poeta

Poemas de reflexíon :  A GUERRA DO AMOR
Neste mundo, nesta Terra,
Há tanta, tanta guerra,
Mas todas elas diferentes.
Há a guerra pelo poder.
Há a guerra pelo dinheiro.
Há a guerra no desporto
Para tentar ser o primeiro.
Mas não há melhor guerra
Do que a guerra do amor
Que já vem das noites os tempos.
Para Adão e Eva...
Talvez fosse passatempo!
É uma luta corpo a corpo,
Num bailado de felicidade.
As armas? são os olhos que brilham
Como espadas cintilantes,
Lábios que se entrecruzam
Entre dois seres amantes.
Dois corpos jamais cansados
De lutar como guerreiros
Pelo amor aprisionados...
Felizes prisioneiros!
No fim dessa luta de amor
Nossos corpos abandonados,
Descansando alongados
Nesse campo de batalha
Que não era que uma cama,
Recebemos como medalha
Um fósforo, que nos deu a chama
Para acender nossos cigarros.
E entre duas auréolas de fumo,
Minha mão tomou teu rumo
Indo acariciar o teu corpo;
Fechas-te os olhos, de conforto
Ao sentires minha carícia.
Nossos corpos transpiraram.
Nossos corações suspiraram
Num suspiro de trovador.
Então, senhores das guerras
Enterrai as espingardas
Até que elas deem flor.

A. da Fonseca





SPA Autor nº 16430
Poeta

Poemas :  Dentro
Te has ido demasiado lejos y ya no logro verte, te perdí la pista en el último adiós que tus ojos gritaron, y yo sigo dando vueltas en el cuarto abierto que frecuentábamos todas las noches antes de cruzar nuestras almas en suspiros tan abismales como el amor mismo.
Siento miedo cada vez que tu ausencia me envuelve con la manta de las cosas que luchamos por tener y no tenemos.
Siempre dijiste que la vida era dura, y yo corría tras globos de colores con una venda invisible en los ojos y sonreía mientras el mundo me veía fijo.
¿Sabes? No es tan malo después de todo, y sólo hay que llorar algunas noches y fingir reír algunos días, sólo hay que dejar pasar la vida y sólo no hay que dejar que nadie se entere.
Tú sigue diciendo adiós, que yo seguiré corriendo.
Poeta

Sonetos :  Transpiração
A vida me espera,
não sei de que forma...
Sei que não sigo a norma
dos acontecimentos.

Sou feito de momentos,
de sonhos e de rimas.
E transpiro os climas
de chuva, sol e ventos.

Então não tenho "um tempo"...
Tenho todos dentro de mim.
Se para alguém sou ruim,

para outrem eu sou bom.
A minha "norma" é assim:
dançar conforme o tom.

A.J. Cardiais
11.08.2011
Poeta

Poemas de amor :  O ESPLENDOR DE UMA NOITE
Quando a brisa da manhã acaricia meu rosto,
Traz com ela as tuas palavras, os teus beijos
Que guardo comigo até chegar o sol posto
E durante a noite são a razão dos nossos desejos.

Com o chegar da Lua, nossos corpos se prateiam.
O nosso quente ninho brilha de tanto amor
Os nossos lábios, de contacto eles anseiam
O nosso leito começa a preparar o esplendor.

O esplendor de uma noite de loucura louca
Com murmúrios de promessas na nossa boca
E a cumplicidade entre o teu e o meu coração

A volúpia viciou a nossa cama e o nosso quarto
Beijando os teus seios e o teu corpo nunca farto
De sentir o meu corpo te acariciar de paixão

SPA Autor nº 16430

Alberto da Fonseca
Poeta

Acrósticos :  VIVER NO NADA
VIVER NO NADA

Quando passo nas ruas da cidade
Vejo essas crianças perdidas
Muito longe da felicidade
E muito mais longe da vida.

Vagueiam de esquina em esquina
Onde não existe a moral
Vão sofrendo a sua sina
Vitimas de um destino brutal

Crianças que vivem no nada
Que viajam no vazio,
Numa longa caminhada
Nesta terra incendiada
Onde o calor nos dá frio.
Trocam o corpo por dinheiro
Para poderem viver
Não é vida com braseiro
Mas sofrimento traiçoeiro
Que jamais poderão esquecer.

Para eles , os dias são sem Sol.
As noites nunca têm Luar.
O futuro é mar sem farol,
É tudo escuro no seu olhar.

Esses lobos, que na noite rodam
E que as exploram com desdém
Decerto não se recordam
Que foram crianças também.



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