Poemas :  Qualquer coisa
Qualquer coisa
Tá, vou escrever
sobre qualquer coisa...
Qualquer coisa bruta,
qualquer coisa aflita...

Qualquer coisa frita,
qualquer coisa fruta...
Qualquer coisa: grita.
Qualquer coisa: gruta.

Tá! Vou escrever
do meu modo de ver...
Você irá me entender?

O que ninguém entende,
às vezes até prende...
Aí o poeta se rende.

A.J. Cardiais
02.12.2014
imagem: a.j. cardiais
Poeta

Poemas de reflexíon :  Um dilema
Um dilema
Estou aqui reclamando da minha "vidinha",
enquanto tem alguém por aí que,
se tivesse uma vida igual à minha,
se sentiria feliz...

Isto é um poema?
Não sei...
Para mim é um dilema.

A.J. Cardiais
03.03.2010
Poeta

Poemas :  À minha maneira
À minha maneira
Vou vivendo o meu sonho,
dentro da minha realidade.
Não vivo tanto quando sonho,
é bem verdade,
mas é o suficiente para mim.

Eu sou assim, ora essa!
Não tenho pressa,
nem enfrento tempo ruim.
Espero o sol sair,
para eu poder seguir.

O meu tempo está sendo...
Sei que ninguém está vendo.

Mas o que me importa,
é minha vida torta,
sem eira nem beira...

Eu sou feliz,
à minha maneira.

A.J. Cardiais
16.12.2014
imagem: google
Poeta

Poemas :  O não significado
Posso escrever, por escrever...
Posso até escrever
e nada dizer.

Posso escrever
e ninguém saber
ou ninguém ler...
E se ler, não entender.

Tudo isso posso fazer.
Tenho essa liberdade.

Escrevo só por prazer.
Como uma necessidade.
Fora isto, tudo é dever.

A.J. Cardiais
13.03.2011
Poeta

Poemas :  No outono da vida
No outono da vida
Nasci no outono...
Estação das frutas.
Talvez eu esteja
no outono da vida.
Quando eu estava lá atrás,
nunca imaginei o que eu seria,
quando estivesse aqui, agora.

Escutando uns clássicos
da música erudita,
medito:
o quê fiz na minha vida?
Acho que fui como uma cigarra...
Só curti a vida.
Nunca pensei no inverno.

Eu nunca seria uma formiga.
Teria perdido a vida.
No pouco ou muito
da vida que me resta,
continuo cigarra:
ainda insisto em fazer festa.

A.J. Cardiais
31.03.2009
imagem: google
Poeta

Poemas :  Remoendo esse amor
Remoendo esse amor
Fico a remoer este amor
com medo de ser,
com medo de não ser...
Fico a ti querer
como se quisesse uma lua.

Sei que existem naves e foguetes
que poderão levar-me a ti.
Mas temo em pedir carona.

Esta distância entre nós é tão curta
como a luz dos astros.
O que nos separa e nos distancia,
é o pensamento.

A.J. Cardiais
07.01.1990
imagem: google
Poeta

Poemas :  Dúvidas amargas
Dúvidas amargas
Talvez, se eu tivesse casado
com aquela pessoa,
eu estivesse numa boa...

Talvez se eu não tivesse abandonado
a Faculdade de Letras,
hoje eu fosse mais letrado.

Talvez se eu tivesse me acomodado
naquele emprego, (por sinal, bem remunerado)
hoje eu já estivesse aposentado...
(e com um salário bom)

E para não fugir do tom:
talvez se eu tivesse feito tudo isso,
hoje não estivesse aqui,
"poetando" sobre estas dúvidas.

A.J. Cardiais
21.04.2004
Imagem: Google
Poeta

Poemas :  Caia na real
Caia na real
Caia na real:
sonhar não faz mal,
se você sonha
com moderação.

Caia na real:
as flores do mal,
têm cheiro
de dinheiro.

Caia na real:
não sonhe rico,
se você não sabe ser...
Tem gente que enricou
e daí passou a sofrer.

Caia na real e percorra
uma estrada vazia...
Faça uma poesia
e vista esta fantasia.

A.J. Cardiais
03.01.2011
Imagem: google
Poeta

Poemas :  Poesia solta
Poesia solta
Não consigo fabricar palavras...
As que eu uso,
são postas em minha boca,
já com o sabor da coisa.

Sou a poesia solta, seguindo as folhas
que o vento leva, só para brincar...
Sou a imagem das folhas ao vento.
Sou este divertimento.

A.J. Cardiais
06.01.2011
Poeta

Poemas :  Tudo em Paz
Tudo em Paz
Chego em casa com a sensação
do dever cumprido.
Materialmente, tudo em paz...

Toda grana recebida
já foi desfolhada...
O que restou? Nada.

A minha distração agora
será a poesia.
Entrego-me poeticamente
a desnudar palavras
e ideias.

A.J. Cardiais
01.12.1990
imagem: google
Poeta