|
AMAR A LIBERDADE
Gosto da liberdade mas com respeito. Respeito as leis impostas pelo Estado. Gosto de viver num sistema perfeito Mas não gosto de viver acorrentado.
Não respeito alguma regra da poesia E considero que tenho razão, a minha. Tenho, porque não sou poeta, cabeça vazia Respeitaria fosse poeta em toda a linha.
Mas não sou. E então viva a Liberdade Viva a poesia bem livre como o vento Que atravessa cordilheiras com dignidade, Os Oceanos os prados e o firmamento.
Mas não só na poesia, o povo também. Viver com igualdade das possibilidades Que o mundo lhe dê amor e não desdém Tudo não passa de promessas, de futilidades
Sou como sou, não como queiram que eu seja. Todos têm o direito a viver humanamente. De ter pão sobre a mesa e no mínimo uma sopa, E um teto para viver sem que o calor lhes dê frio.
A. da fonseca
|
Poeta
|
|
.Me ciento vacía, polvo en el aire, golondrina sin nido. Un nada en el nada que es mi vida. ¿Que hice de mis sueños e esperanzas? Nada. Quien me había de decir que llegaba a este punto de nada querer ni mismo aceptarme. El destino es traicionero, encogida en mi rincón de tristeza, sin llorar, solo respiro e poco más. Nada me alegra, nada me ilusiona, ni los abrazos me dan un poco de paz. Olvido, insensibilidad, es lo que deseo. Tengo que coger los frutos ácidos de mi voluntad de vivir, de hacer de la revuelta, ganancias. Tengo que ser lo que no quería, que vivir como no deseaba, de comer pan duro echado fuera por los demás. Cansancio, desilusión, de casi todo. Me pregunto el porqué, no consigo en verdad dar respuesta válida. Por veces creo que soy yo la causa, ya que mi consciencia me dice, “Ya no tienes derecho de soñar “y no lo acepto. Como vagabundo, camino, sin destino ni finalidad. Como alguien que soy, no me reconozco en nada. Alrededor todo ha cambiado, intenté acompañar los cambios. No lo he logrado. Vengo de otros tiempos, de otra manera de vivir, había de todo, pero de una manera más moderada. Respecto, dignidad, educación, lealtad, amistad, mucho más que ahora. Y no estoy cómoda, insegura diré. Recelos que nunca tuve, como viajar, salir por la noche, mismo creer en los médicos, abogados, hijos e hasta aceptar que soy querida por alguien. Así mismo con las ventanas abiertas no entra el sol, no siento el olor a primavera, no miro el azul del cielo. Soy polvo en el aire, que no posa en parte ninguna para descansar de mis incertidumbres, que no me dejan vivir como lo hice siempre. Si tengo un mañana, que sea mejor, que de polvo de oro sea e no ceniza de la hoguera que era en un pasado que fue el ayer. Tan cercano e tan lejano que lo siento inalcanzable. Con todas las fuerzas que restan en mi corazón, intentaré, lograr alcánzalo. Oporto, 19 de Junio de 2016 Carminha Nieves
|
Poeta
|
|
Não vivo preocupado com a poética, com a linguagem métrica, ou qualquer outra bobagem...
Estou preocupado com a mensagem: o que foi que eu vi, nesse mundo desligado;
O que foi que eu senti, num momento conturbado... É isso que me deixa preocupado.
A.J. Cardiais 07.10.2015
|
Poeta
|
|
Andei perdido Em vielas sem saída, Andei esquecido do que era a vida. Sem Norte sem Sul Sem Estrela Polar Eu andei perdido Sem saber por onde andar. Percorri os bares E tabernas imundas Tive mulheres aos pares E a moral nada profunda. Mas que querem que fosse Sem um cêntimo na algibeira Sem ter onde dormir uma noite inteira? Chamam-me sem abrigo Com toda a razão Mas meus amigos, graças ao meu patrão. Trabalhei tantos anos E pergunto hoje para quê Estou velho, sou lixo que ninguém vê. Pontapé para aqui, são só desenganos. Desde a minha juventude Que o meu corpo dei ao manifesto Mas hoje já nem sequer presto Para as ruas varrer. Desprezo! Os meus banhos, são quando chove E ninguém se comove De me ver indefeso. Eu já nem posso votar, Se pudesse eu o faria de bom coração Exigiria a todos os políticos Para que eu pudesse sorrir A economizar dinheiro E de coração inteiro, Construam pontes para podermos dormir!
A. da fonseca A. da fonseca
|
Poeta
|
|
A DEMOCRACIA, É UM DIAMANTE MAL LAPIDADO
DE ALBERTO DA FONSECA
|
Poeta
|
|
Ao entrar no hospital Apertei a mão à morte Mas ela não me reconheceu. Passei no momento idéal, Confesso que tive sorte Ela não me arrefeceu.
Toda vestida de negro Com ar de pucos amigos Olhou para mim com desdém. Com um voar de morcego Foi entrar no seu abrigo Sempre a pensar em alguém.
Odiada por nós, os vivos Tem a decisão suprema E uma liberdade invulgar. Consegue seus objetivos Toda a gente a condena Ninguém a consegue matar.
A. da fonseca
|
Poeta
|
|
O PRIMEIRO POEMA QUE EU PULIQUEI, FOI NO LUSO POEMAS.
Noite... Deusa dos meus desejos Em que de Lua em Lua, Indo de rua em rua Dei e recebi beijos, Destrocei coraçôes, Causei desilusôes. E no silencio do vazio Também fui feliz Nas ruas do meu País! E mesmo se no escuro não vejo, Noite... és Deusa dos mes desejos.
A.da fonseca
|
Poeta
|
|
Quando cheguei ao Paraíso Encontrei o St Antonio Com uma alcachofra na mão. Perguntou-me com um sorriso Se era eu o Demónio Que entrou no teu coração.
Vi os seus olhos brejeiros Me olharem com malicia E esperando uma resposta. O meu reflexo primeiro Foi pensar com delicia À mulher de quem se gosta.
Olhei para o St. Antonio E disse-lhe com vaidade Que o teu coração era meu. Disse que era o Demónio, Não lhe escondi a verdade Mas o meu coração era teu.
Falei-lhe dessa fogueira Onde contigo queimei Uma alcachofra de amor. Refloriu para a vida inteira E foi assim que comecei A amar uma flor
Disse-lhe que vinha sozinho E que ficas-te a chorar Porque nós nos separámos. Quiz-te deixar no nosso ninho Para seres tu a guardar A alcachofra que queimamos.
A. da fonseca
|
Poeta
|
|
Lembras-te Do dia em que nos encontramos Os nossos olhares cruzamos E nos embebemos de amor? Lembras-te Dos passeios na nossa rua? A minha mão apertava a tua E fazíamos a volta do quarteirão Naquelas cálidas noites de verão. Lembras-te Do nosso primeiro beijo? Os meus lábios acariciaram o teu queixo, Tu ficas-te petrificada, Mas num nada... Tu me deste a tua boca E eu louco e tu louca De prazer profundo, Por instantes pensamos Que estávamos sós no mundo. Lembras-te Do dia do nosso casamento? Inolvidável momento! Tu, toda de branco vestida De flor de laranjeira guarnecida E eu de fato preto. E quando lá no Altar Demos o sim sem hesitar, A Virgem sorriu ao ver nosso olhar. Lembras-te Da nossa primeira discussão? Que não nos desuniu , isso não. Foi um grão de areia Que trazido pelo vento Na nossa vida entrou Mas a brisa do amor que nos ligou Supro-o para longe, não mais voltou. Lembras-te do dia em que me disseste Que eu ia ser papá? E tu quiseste Que fossemos comprar o enxoval Sem saber se azul ou cor de rosa, Mas qual importância? A vida é um poema em prosa Cantado pelo rouxinol num roseiral. Lembras-te Quando o fruto do nosso amor Abriu os olhos para a vida E um enorme calor Invadiu os nossos corações? Nós ficamos mais ricos e as emoções Que esse dia nos trouxe E tu pensas-te que eu não fosse A partir daí o teu único amor.
A neve cai. E o seu manto branco brilha na noite. Noite de inverno, noite escura Noite longa mas que nos dá a ventura De poder admirar as labaredas na lareira Que aquecem nosso lar, nosso ninho. Admirar extasiados, nosso netinho. Relembrar o passado, sempre presente, Porque o nosso amor, jamais esteve ausente. Vejo-te sempre toda de branco vestida. De flor de laranjeira guarnecida! Lembras-te do meu fato preto? Lembras-te?
A. da fonseca
Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=24178 © Luso-Poemas
|
Poeta
|
|
Não importa onde nascem Não importa a sua cor. O importante é que passem Na vida com muito amor.
Alguns são passarinhos Que dormem à luz da Lua. Depenados de carinhos, Não são que putos da rua.
È triste ver esses putos Que não têm eira nem beira. A vida só lhe dá chutos Têm o Sol como braseira.
Crianças de vida triste Merecem ser mais amadas. Mas para eles não existe Que as pedras da calçada.
Putos sem ontem nem hoje E de um amanhã incerto, È a sorte que deles foge E os lobos ficam mais perto.
Pássaros que vão crescendo Sempre com as asas quebradas, Num mundo sem dividendo Com a miséria de mãos dadas.
Velho Mundo, Voltas-te à Idade-Média. E esta sociedade sem rédeas Deixou de ser a grande dama. Velho mundo, A tua mocidade anda perdida A sua estrada na vida È toda feita de lama!
A. da fonseca
|
Poeta
|
|