En medio del viento, qué no se ve, pero se siente yo allí estoy, transparente, sola con mis pensamientos sintiendo mis diferencias hacia los otros, me dejo llevar. En verdades lo que todos hacemos. Solamente vamos por la vida, pero no como queremos, la vida es la que nos lleva. Muchos se sienten como un rey, otros olvidados, pobres, sin tener derechos para reclamar. Nada es asi. Hacemos sufrir nuestras Madres al nascer. Siempre sufrirán por los hijos. cuando llega la vejez o una enfermedad, casi nadie pára para pensar. Agradecer tampoco. Por esto, ando en medio del viento, mirando e evitando sentir mis dolores. Soy feliz, tengo abrazos cariñosos, me siento querida, por alguien que nunca me lastimó. Como digo cuando Dios me hizo estaba alegre. En realidad salí distinta, de lo que me orgullo agradeciendo todo lo que tuve hasta ahora, cantando, llorando, sufriendo, pero quiero vivir un poco más, mismo en medio del viento que me llevará hasta el infinito, que no sé lo que es. Porto, 3 de junio de 2021 Carminha nieves(decreet50)
O tempo apanhou o vírus, Está sonolento, sem força para se sacudir e dar o cheiro a verão. Eu cá em baixo sonho com fins de tarde e noites cálidas, esplanadas abertas, tomar um café depois do jantar, ouvir o canto dos grilos, ver céu estrelado o murmúrio das ondas, sentir que ainda o mundo e o mesmo. Só espero que algum pedaço de sucata que o homem manda lá para cima não me caia na cabeça. Por aqui, só as beatas dos fumadores incomoda. E estive a pensar, se a sucata se desintegra a entrar na atmosfera, podiam mandar lá para cima a de cá de baixo e resolvia-se a poluição terráqueos. É melhor brincar e esquecer tanta coisa que me preocupa. Mau caminho seguimos, estragamos o mundo e estamos a estragar o nosso firmamento. Nem vale a pena pensar se vai haver reformas, estamos a caminhar para sermos digitais.
Não sei onde deixei passar o tempo. No pensamento tudo guardado, desde a ama até à minha cama de grades, aos minúsculos vestidos com favos de mel, à vacina, que deitada na cadeira de couro levei na nádega, para não ficar com a marca no braço. Como um sonho, vejo-me ao colo, de pé na cama segurando o lateral e ouvir o Dr. Feio, o nosso médico a falar no hall da entrada, a subir as escadas, das moedas grandes prateadas que me davam por não chorar ao cair e magoar-me. Sou a criança, a adolescente, a mulher, mãe, avó. Mas sou tudo no que se gastou, como manta roçada do uso. Deus fez-me num momento em que estava distraído e saí diferente. Nunca me trocaria por ninguém. Quantas vezes fico calada, para não pensarem que sou doida. AH! Se soubessem os meus pensamentos! Desbotada, sem cores definidas, por dentro é novo. Nem as lágrimas ficaram. Num momento irei, para onde não sei, pois o que sou só Deus o sabe. Ficarão as milhares de palavras que durante a vida toda plasmei num papel qualquer. Alguém o lerá. E neses momentos eu ainda estou cá. Na doença, na alegria, na dor de tantos momentos que queimaram a minha alma, por gestos ou palavras, sinto que desde que Deus me criou nunca saiu da minha vida. E sinto que assim será eternamente. Amo viver, amo o ser que sou, os braços que me abraçam, o sentir que mesmo sendo tela desbotada, sou desejada e sem vaidade, sinto-me renascer todos os dias. Sem saber o que sou, para onde vou, o que desejo é ir ficando por aqui dentro das lembranças vivas, desde que existo. Porto,1 de Junho de 2021 Carminha Nieves (secreet50)
A inspiração fantástica. O velho senhor com muita inspiração. Maturidade. Concentração no que se faz. Concentração que leva a inspiração. A atitude de um sábio. Escrevendo devagar e de forma que as palavras fluam melhor. A escrita fantástica. A escrita de um velho profissional. A escola realista. A escola dos grandes mestres.
A união do divino e do humano. A unidão do demoníaco e do humano. A sensualidade de uma deusa ou demônio. A sensualidade antiga ainda é visível. A forma alva e clara é de uma beleza incrível. O olhar sensual. A união física entre demônios e seres humanos. O antigo culto pagão sumeriano. A união proibida.
Quando olhares a tua Mãe, não tenhas pena das rugas. Pensa que era como tu. E se viveres tanto como Ela serás igual. Se está um pouco curvada, ou menos ágil, não comentes. Pelo contrário dá-lhe alento e com carinho diz-lhe que está luminosa e bonita. Faz de conta que é igual como era quando te colhia nos braços e te beijava com a pele macia e com agilidade. Nunca demonstres pena, nem tristeza. A beleza de Mãe é eterna e tu assim deves sentir. Nunca digas que não deve vestir ou arranjar-se, porque “já não tem idade.” Ampara-a como sempre te amparou. Sê filha fiel e digna de teres a sorte de ainda poderes contar com Ela. Nesta vida, tudo vai. Mas o tempo de volta traz o que já outros tiveram. Um abraço com amizade a todas as Mães do mundo e que em silêncio sofreram pelos filhos, que hoje ou amanhã serão Pais.
A infância maravilhosa. A juventude musical. O começo brilhante. A maravilhosa composição inicial de um gênio. A maravilhosa forma artística de um gênio. Contemplando a beleza de uma arte erudita. Contemplando a bela forma de composição de uma criança.
A sensualidade maravilhosa. O nu totalmente artístico. A mulher "cheinha" como a forma de beleza universal. O corpo sensual da mulher. O corpo maravilhoso de uma mulher nua. A beleza de um retrato sensual. A beleza do retrato renascentista. A beleza fugaz e passageira. A beleza terrena.
Queria chorar. Queria esquecer. Queria ser o que já fui. Renascer deste cinzento e voltar a ser dourada. Acordar noutra época já longínqua Ser e não ser, sem questão. Mas aceitar o que sou. Não saber que a vida é assim passageira e fugaz. Que não se pode esticar o tempo. Está marcado. Com afinco ter coragem e feliz viver o tempo meu. Passou tudo tão rápido! Ainda estou na minha cama de grades beije e com um boneco pintado na cabeceira, a olhar a parede onde via figuras feitas pelo meuPai. Ainda estou na praia na Foz, pequenina e rechonchuda com o fato de banho preto, vigiada pela ama a molhar os pés. Ainda em Verin, a subir as escadas ao colo do meu primo, com um lampião de querosene a iluminar as escadas depois da guerra civil. Sou ainda a pequenina que nem ao parapeito da janela chegava. Tudo isto e muito mais lembro ao olhar os cabelos dourados e brancos que tenho. Meu Deus! Como ainda me posso lembrar de andar ao colo da ama? Quem sou? E por isso quero chorar. Vivo na criança que fui e na idosa que sou. Mistura selvagem na incerteza de saber quantos amanhãs vou ter. Desabafo incontido nesta solidão de viver sem querer que me oiçam e sintam que nos iremos separar e nunca mais darmos gargalhadas, de mão dada passearmos e nunca voltarmos a abraçar-nos. Pode ser que ainda viva mais tempo para recompensar tantos momentos tristes que vivi. Porto,20 de abril de 2021 Carminha nieves