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Vou jogando meus poemas por aí para ver se despertam na manhã um novo dia...
Vou jogando para ver se acendem uma nova confraria, que alimente o povo de pão, de paz e de poesia.
Vou jogando meus poemas, como quem joga na loteria:
enquanto não sai o resultado, fico aqui sonhando que acertei na Poesia.
A.J. Cardiais 11.10.2010 imagem: google
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Poeta
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Não sei se a noite esfriou, ou se é a falta de amor que está me congelando. Não consigo nem sonhar...
Sinto-me perdido, preciso me encontrar... Mas como me encontrar, nessa escuridão?
A falta de amor deixa a mente turva... A felicidade vai aonde o vento faz a curva, e sopra para o deserto...
E você tão perto, não consegue escutar o meu coração.
A.J. Cardiais 06.09.2010 imagem: google
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Poeta
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Estou num mar de inquietações, apesar de estar quieto apesar de estar deitado apesar de estar coberto apesar de estar calado.
Um poema me adula para escrevê-lo... Mas meu desmazelo, é tal qual uma mula.
Por isso perco tempo, perco versos perco rimas e o escambau...
Sou um poeta "animal"... (como dizem os jovens hoje) Chuto de qualquer jeito, quando mato um poema no peito.
A.J. Cardiais 18.08.2015 imagem: google
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Poeta
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Falar da epiderme das raças, da violência nas estradas, dos que dão contramão...
Falar da fome, da falta de pão, do sentido obrigatório da vida da alma perdida do sem teto, do sem chão...
Falar do meu itinerário, do meu dicionário sem direção...
Falar do quê? Fala nada não... Você não vê? Estou sem inspiração.
A.J. Cardiais 30.12.2009 imagem: google
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Poeta
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Às vezes minha primeira oração é uma poesia... Às vezes, quando estou na "Ave Maria", um poema me chama...
Aí eu fico num drama, entre acabar a oração, ou perder o poema... Fico sem concentração.
Então eu chego pra Deus, peço perdão, paro a oração e vou escrever o poema.
A.J. Cardiais 13.12.2010 imagem: google
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Poeta
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Deixo-me envelhecer naturalmente... Os estragos que causei em mim, por conta de uma juventude destrambelhada, estão no rol da minha caminhada.
Mas não sei o que é juventude perdida. Eu sei o que é vida. E isso eu ainda tenho e vou curtindo lentamente... Já que não posso correr como antigamente.
A.J. Cardiais 26.10.2009 imagem: google
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Poeta
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Nasci no outono... Estação das frutas. Talvez eu esteja no outono da vida. Quando eu estava “lá atrás”, nunca imaginei como seria quando estivesse aqui, agora.
Escutando uns clássicos da música erudita, medito: o que fiz da minha vida? Acho que fui como uma cigarra: só curti a vida. Nunca pensei no inverno.
Eu nunca seria uma formiga. Teria perdido a vida. No pouco ou muito da vida que me resta, eu continuo cigarra: ainda insisto em fazer festa.
A.J. Cardiais 31.03.2009 imagem: google
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Poeta
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Se você olhar para o tempo, com um olhar envenenado, o tempo parecerá parado. Mas o tempo não para...
Ele segue em frente... É por isso que a gente está sempre atrasado, e o tempo adiantado.
Quando você volta, e pensa que é a mesma coisa, já não é a mesma rosa. Não é a que você queria. Tem outra Ave Maria escrita na lousa.
Tem outra rima fácil, se fazendo de difícil... Tem outro edifício construído em seu pomar.
A.J. Cardiais 14.04.2015 imagem: google
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Poeta
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Tudo é a mídia que faz: o som que você gosta, a sua mesa posta, a fazenda, o capataz...
O feijão com arroz, o bife mal passado, a paixão do apaixonado, o deixar pra depois...
É a mídia que faz você se sentir incapaz e com medo de viver...
A mídia faz você matar e morrer procurando por prazer.
A.J. Cardiais 15.09.2014 imagem: google
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Poeta
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Eu queria saber dar um nó nas ideias, como faz o poeta Manoel de Barros. Mas infelizmente não sou um poeta daquele quilate.
O meu latido é um dó sustenido, sem nenhum conhecimento musical.
O nó de Manoel se dissolve na leitura, até por quem não tem a “frescura” das Academias.
O nó de Manoel, é um nó de poesia.
A.J. Cardiais 09.06.2015
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Poeta
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