Poemas de amor :  A rima e o amor
Qualquer poema de amor
é só um poema de amor,
e ponto.

Quem fala tanto de amor,
se fala bem, rima com flor;
Se fala mal, rima com dor...

E ponto final.

A.J. Cardiais
21.03.2011
Poeta

Poemas sociales :  Ganância e Destruição
O que está destruindo o mundo
é a ganância do homem
que caminha para um poço
sem fundo.

Quem tem muito, mais quer ganhar,
para gastar
com bobagens.
Tem pessoas ricas
que são piores que os selvagens.

A.J. Cardiais
27.07.2015
Poeta

Poemas :  Sonhos Vivos
Nunca batalhei pelos meus sonhos,
porque eles nunca estiveram longe de mim.
Meus sonhos são como um tamborim:
leves, práticos e sonoros.
Então eu pego meus sonhos,
e saio por ai, tamborilando.

Na falta do meu instrumento,
eu pego outro elemento
que tenha alguma sonoridade,
e saio pela cidade
curtindo meus sonhos.

Nunca sonhei com fama ou dinheiro...
Na verdade, sempre busquei ser feliz.
Meus heróis não morreram de overdose,
porque eles nunca precisaram se drogar
para encontrar a felicidade.

A.J. Cardiais
27.08.2015
Poeta

Sonetos :  Lágrimas ácidas
Choro...
Mas minhas lágrimas
estão ácidas,
ardem meus olhos.

Estas lágrimas ácidas,
talvez sejam o resultado
de gritos aprisionados,
de estouros reprimidos.

Choro,
tentando apagar
esta sensação ruim...

Mas minhas lágrimas são lavas,
e saem queimando tudo,
dentro de mim...

A.J. Cardiais
23.10.2015
Poeta

Poemas sociales :  Água – nosso maior bem
Enquanto os homens
não inventarem algo
que substitua a água,
ela será nosso bem maior.

Maior que ouro,
maior que diamantes,
maior que petróleo,
maior que tecnologia...

Não adianta o luxo,
não adianta mordomia...
Se não tiver água,
acaba a valentia.

A.J. Cardiais
16.12.2015
Assistam este vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=01gYfRr4boI
Poeta

Poemas :  Saindo de cena
Cada poeta
se liberta,
quando prende
sua meta
num poema.

Aí o poeta
sai de cena,
deixando na tela
o poema.

A.J. Cardiais
31.08.2015
Poeta

Poemas :  Poema vesátil
Eu e meu poema versátil,
vivemos um momento frágil
de degustação de prazeres...
O que são saberes?
E sabores?

Eu e meu momento frágil,
maquino poemas
como quem bate palmas,
em vez de tocar a campainha...

Você entendeu esse absurdo?
Nem eu... Mas deixo livre
as emoções e as palavras.

Eu e minhas ideias tontas,
tortas e rotas,
escapamos (sem roupas)
das máquinas de lavagem
cerebral.

A.J. Cardiais
26.09.2015
Poeta

Sonetos :  Outro significado
O poema é só uma construção.
Já a poesia não...
Ela exige filosofia
e muita observação.

Por isso só construo poemas.
O que é um poema?
É um texto em versos,
que pode conter poesia ou não.

Um poema pode ser rimado,
pode ser engajado,
pode ser tresloucado...

Ou pode ser um soneto
escrito de qualquer jeito,
buscando outro significado.

A.J. Cardiais
18.08.2015
Poeta

Poemas :  Pisando no escuro
Não siga os meus ais...
Eu vivo sozinho
nas bandas das madrugadas.
As palavras acordadas
são quem me atendem pelo caminho.

Não tenho o estudo
das ideias mortas.
Eu conto as sílabas
pelas palavras tortas.

Eu rimo os galhos,
porque eles se abrem
à minha passagem...

Então não vejo necessidade,
de cortá-los do meu caminho.
Eu sou como o espinho:
não me bula e eu não furo.

Eu piso no escuro
para ver se clareio
algum lugar vazio.

A.J. Cardiais
06.01.2011
Poeta

Poemas surrealistas :  Reflexões vagas
Acordo: outro dia.
Toda segunda-feira
é sempre segunda-feira,
mas é outro dia.
Um dia a mais
ou a menos.
Menos pólvora,
menos neném ou mais...
Traços, riscos, linhas,
batalhas de canivetes,
pivetes e canhões.
Respiro ar puro
do muro
pulado afim de ecologia,
ecossistema, agonia...
E agora, mudo a caneta.
Eu queria escrever vermelho,
mas terei que me contentar
com o azul,
que não são
dos olhos de ninguém,
nem do mar
nem do céu.
Do céu só cai
chuva e aviões.
Ai meus pulmões...
Não diga adeus.
Riscos. Gáspite! Riscos.
Um traço de inteligência,
um troço de pedir clemência
e o mundo dá em troco
aquela cicatriz: um filho.
Vertigens, soluços, impulsos,
a vida te guia...
Gáspite! (de velho)
Gáspite! (de novo)
(não sei pra que estas merdas)
Entro no bolodoro
e me adoro
no meio desses papos caretas,
gritos de adultos,
choro de crianças...
Sou Poeta, pô!
Porreta...
Amanhã será outro dia
e eu me encho de esperança
e de medo,
porque o outro dia
é um futuro incerto,
inseguro, insano...
(este insano eu não aguento,
merece um gáspite!).
Salvador, Bahia.
Brigas por uma bolacha
na porta da igreja,
forró no rádio
descontração na cerveja,
choros futuros,
hóstia para o pecador.
Salvador, meu amor, Bahia.
Folia, suor e filas...
Chuvas repentinas,
merda nas latrinas
ah, as minhas narinas...
Soteropolitanos!
metropolitanos!
Haja prefeito
para dar jeito.

A.J. Cardiais
22.05.1989
imagem: google
Poeta