Poemas :  Amar é um vício
Não sei se é carência,
castigo ou falta de juízo...
Ninguém tem o domínio de nada.

O amor que nos conduz,
é uma estrada,
que ninguém sabe
onde vai dar.

Pode ser asfaltada,
de barro, de pedras... Sem fim.
O amor é bom ou ruim.
Cada um é que sabe sua dor.

Eu sei,
pois do amor e da paixão,
eu já provei.
Continuo amando e amarei.

Se ficar sem amor, morrerei.
Pois amar é um vício,
que sempre terei.

A.J. Cardiais
Poeta

Sonetos :  Ela & eu
Ela pensa no amor...
Eu não sei o que penso,
pois vivo num tormento,
para não rimar com dor.

Ela pensa, e diz.
Eu penso, e reflito:
este amor tão bonito,
não vai me fazer infeliz.

Ela é jovem demais,
e eu já sou bem vivido.
Isso tira minha paz.

Porém não dou ouvidos
às coisas que o amor faz.
Agora amor, estou resolvido:

Eu quero é mais!

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  Amor - objeto indireto
Para quem só vive no cio,
o amor é um vazio:
o amor não tem lugar.
Quem não sabe amar,
só sabe desejar...
E o desejo é uma ordem.

Quem não sabe amar,
confunde:
pensa que está amando,
quando, no fundo,
só está desejando.

E o desejo,
depois de satisfeito,
depois de saciado,
perde o efeito
de deixar encantado...

Fica como se tivesse
cometido um pecado.

A.J. Cardiais
24.03.2010
Poeta

Poemas :  Equação do amor
Corre pra mim...
Talvez eu ainda não saiba
o que é o amor;
Não tenha decifrado
esta cifra, mas...
Corre pra mim.

Corre pra mim,
com toda incerteza
de qual caminho tomar
num labirinto;
com toda insegurança
de quem tateia num escuro.

Corre pra mim,
que eu também estarei correndo
pra você,
com as mesmas dúvidas...
Quem sabe, junto,
a gente consiga resolver
esta equação?

A.J. Cardiais
24.09.1989
Poeta

Poemas :  Sem ambição
O que me reserva a vida,
depois de tanta luta,
de tanta labuta,
de tanta procura?

Pode parecer loucura
esta busca,
esta preocupação...

Mas só quero meu o quinhão:
algumas horas ao sol,
um teto, um amor, um lençol,
plantar e colher,
sem ambição.

A.J. Cardiais
10.01.2001
Poeta

Poemas :  Alquimia
Quando pouso meus
olhos nos seus,
eu vou aos céus...

Penetra-me com seu calor,
e eu sinto a alquimia
desse encontro: é o amor...

Tudo gira, ou dançamos,
ao som universal?
É o amor...

Finalmente,
ou afinal.

A.J. Cardiais
10.01.2001
Poeta

Poemas :  Os domadores
Eu sou seu dono,
o seu domador.
Você é prisioneira
do meu carinho
e do meu amor.

Você é minha dona,
eu sou o seu domado.
sou seu prisioneiro
e do seu amor
eu sou escravo.

A vida é passageira...
Nós temos muito
o que aprender.
Vivendo nessa brincadeira,
você cuida de mim
e eu cuido de você.

A.J. Cardiais
09.02.2007
Poeta

Poemas :  La zambullida
LA ZAMBULLIDA
Autor Ezra Pound
Estados Unidos 1885-1972.


En 1906 vivió en Europa (Italia e Inglaterra), promovió dos grandes movimientos de vanguardia: el imaginismo y el vorticismo.
A finales de la segunda guerra mundial fue acusado de alta traición y detenido por los aliados en Italia, y en 1946, tras ser declarado paranoico, fue internado en un sanatorio mental en Washington.
Obra poética "Personae" en 1926 y "Cantos" en 1970, considerada como una de las epopeyas en lengua inglesa más importantes del siglo XIX, y a la que dedicó cuarenta y cinco años de su vida.
Apoyó entre otros, a T.S. Eliot y James Joyce. Esta es versión de Javier Calvo.



La zambullida

Querría bañarme en extrañeza:
estas comodidades amontonadas encima de mí,
me asfixian!
¡Me quemo, ardo en deseos de algo nuevo,
amigos nuevos, caras nuevas y lugares!
Oh, estar lejos de todo esto,
esto que es todo lo que quise...salvo lo nuevo.
¡Y tú, amor, la que mucho, la que más he deseado!
¿Acaso no me repugnan todas las paredes,
las calles, las piedras,
todo el barro, la bruma, toda la niebla,
todas las clases de tráfico?
A ti, yo te querría
fluyendo encima de mí como el agua,
¡oh, pero fuera de aquí!
Hierba y praderas y colinas y sol
¡oh, suficiente sol!
¡Lejos y a solas, en medio de gente extraña!.
Poeta

Poemas :  Vivendo e morrendo de amor
Todos querem
que eu fale de amor...
Mas eu não sei falar.

Eu só sei sentir,
eu só sei viver
e depois morrer
de amor.

A.J. Cardiais
10.07.2011
Poeta

Poemas :  Ponto final
Para ser final,
tem que ter o sinal
de fim.
Um final com reticências,
não diz as consequências...

Para encerrar uma fase,
não pode existir o quase.
Uma frase, uma fase, uma foice...
E foi-se!
Cortou-se o cordão umbilical,
extirpando todo mal.

Para um final de amor,
não existe nenhum doutor
que receite um ponto final...

O final só estará no fim,
quando você disser assim:
Pronto, acabou!

A.J. Cardiais
28.01,2017
Poeta