Crónicas :  O MAL DA CARÊNCIA CRÔNICA
O MAL DA CARÊNCIA CRÔNICA

“Quanto mais você se preocupa se os outros gostam de você, menos eles gostam de você.”

Numa experiência feita pela London Businiss School com 102 voluntários, as pessoas que demonstraram maior nível de ansiedade social e preocupação com a opinião alheia foram as mais rejeitadas pelo grupo.

A carência e o sentimento de nulidade pessoal, dando-se vazão, pode tomar conta de todo nosso ser, pois pela vergonha crescente de se expor e a carência sempre aumentada pelo isolamento, acaba afastando o indivíduo do convívio social e uma coisa acaba alimentando a outra.

Uma pessoa carente é insaciável na vontade de ser escutada, mas normalmente isso não acontece por isso mesmo, pois ansiosamente ela tenta recebe-la e não sabe esperar pelo momento certo de interagir e nisto acaba arruinando muitas boas conversas, que se encerram e as pessoas se espalham e ela fica ali novamente sozinha se sentindo frustrada.

É como se a pessoa estivesse morrendo afogada e fica se agarrando e puxando para baixo as pessoas que poderiam salvá-la, mas que por isso acabam abandonando-a.

É uma grande luta o aprender a ser equilibrado sem o ser, saber o momento certo de interagir, sabendo esperar o outro, estar calmo para isso e com naturalidade, pois ela não tem nada disto, está apavorada, e o mundo não espera.

Não há paciência nos dias de hoje e os considerados chatos não são primazia dos dia atuais, nem fazem parte da maioria dos que se sentem solitários, pois sempre existiram, mas não motivados propriamente por carências, estes se situam mais nos tempos modernos.

E quanto a estes embora o pareçam ser na verdade não o são, normalmente são até mais inteligentes e articulados, mas possuem esta dificuldade de interação e acabam dando a impressão errada que prevalece.

Se em um primeiro momento não deu certo de se interagir, paciência, vai-se em frente, não adianta se recolher para a sua solidão. Vai mais uma vez, mais uma e mais uma; tantas quantas forem necessárias.

É um trabalho penoso, como enxugar gelo, mas primordial para a
sobrevivência e uma qualidade de vida melhor, não importa quando, tem que ser um objetivo de vida.

Muitos nesta luta para voltarem ao equilíbrio do convívio social muitas vezes vão para o outro extremo e começam a dominar todas as conversas, pela sua agucidade intelectual, mas sem haver ai o tão necessário dar e receber e se tornam divertidos, alegres, bons de papo, mas lá no fundo continua aquele ser solitário que volta e meia tem uma recaída.

Típica bipolaridade, que nada mais é do que uma pessoa depreciativa lutando pela sua superação e que a joga no outro extremo, mas ambos os polos passam longe do equilíbrio que é onde estaria a sua felicidade, o seu eixo.

Há o momento de falar e o momento de escutar, mas para estes é muito difícil aguardar este tempo certo e passam a ser considerados chatos, o que gera mais carência.

É difícil deixar de ser considerado assim sem que seja superada a carência, que é uma areia movediça, mas se esta for superada a pessoa normal e agradável aparece.

Dureza, mas há um grande consolo: Este "chato" tem salvação ao contrário dos outros de carteirinha, embora ele sofra mais, pois o que mais quer é aprender a "nadar", interagir naturalmente, com todos à sua volta, mas para isto precisa serenar a sua alma aflita, e ninguém pode fazer isto por ele a não ser ele mesmo e de dentro pra fora.

"A força da boa vontade forma à tua volta um círculo capaz de destruir a ação nociva do mal ou atenuá-la bastante, da mesma forma que a camada de ar protege o globo terrestre". Abdruschin em "Na Luz da Verdade" - www.graal.org.br
Poeta

Crónicas :  MEU MUNDO MANDARIM
MEU MUNDO DE MANDARIM

O meu mundo agora sou eu que crio
Ando mais querendo ficar na minha
Já não insisto tanto em companhia
E meu mundo é restrito ao meu canto

Tenho alguns cachorros e meu amor
E uma tv grande para ver o mundo 
Que de já tão pequeno me sufoca
E um computador que me desloca

Já estou querendo um mundo só para mim
Que me mantenha na real e sem muito virtual
Já não preciso de tanta gente para ser feliz
Já não anseio em ficar perto de burburinho

Já não quero ver tanta multidão
Nem escutar seus murmurinhos
Quero as pessoas da boa escolha
E a vizinhança que me faz bem

Quero o barulho e o brilho da noite
Enfeitando a minha escuridão
Quero a luz dos lindos vagalumes
Que de brinde ficam no meu jardim

Quero ver as estrelas na lua cheia
Sentir o frescor que vem das areias
E a chuva que jorra nas corredeiras
Quero no silêncio grave da madrugada 
Sair na noite caminhando sem temor

Aqui no meu cercado quero ser um rei
Aliando o poder do melhor mandarim
E sendo eu próprio o melhor espadachim
Quero manter a paz e o amor do bom pastor
Mas sempre ligado como um sagas samurai

Quero ser feliz como os primeiros e leais cristãos
Carregando a convicção a fé e o amor no peito 
Que são a melhor lâmina para nos dar proteção

'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - graal.org.br
Poeta

Crónicas :  A SOLIDÃO VIRTUAL
A SOLIDÃO VIRTUAL

Quem já vivenciou uma solidão real e absurda sabe das limitações da amizade virtual. Muitos usuários quando desligam o computador voltam a sentir a desolação infinda que esta solidão, mesmo no meio de uma multidão, ocasiona, e a visualizam novamente no seu íntimo, e muitos para não a visualizarem ficam ligado na net até caírem de cansado para não senti-la.

Cada geração teve as suas válvulas de escape, mas a maioria nem sempre foram positivas e as redes sociais não fogem disso, são uma fuga para muitos dos seus usuários; estão esta chega a se tornar um vício como outro qualquer e pela facilidade de acesso podem se tornar compulsiva.

A solidão é incapacitante quando não é uma opção; é um estado de alma, e em muitos casos resultado da nossa falta de traquejo, inabilidade de conviver com o outro  e outras decepções que podem levar a uma autoestima baixa, e por ai vão se somando outras vivências por outros "n" motivos como possíveis bullyng e traumas durante a nossa formação e, quando se vê, se está enleado  e sem mais nenhum discernimento das causas que se perderam no caminho e não visualizamos mais saída, pois cada vivência negativa dessas vai nos deixando mais fracos para encarar outras futuras levando-nos ao ponto de  perdermos todas as forças de reação e ai nos tornamos imobilizados e cada vez mais ultra retraídos em função disso 

O mundo atual, tão dependente do virtual, também está ajudando cada vez mais a muitos viverem no auto isolamento doentio.

"O homem não é uma ilha" nos ensina a sociologia, mas muitos assim vivem hoje e o mundo virtual é o canal de ligação. Mas este canal dá a impressão que estamos dentro de uma cápsula (o nosso quarto, sala) e entrando em contato com milhares de pessoas virtuais onde todos nos agradam e estão espalhados por todos os cantos.

Estamos virando uma ilha rodeados de antenas e satélites que alimentam estes retraimentos e vergonhas de novamente se expor pelas experiências reais negativas e o " ficar  incapacitado" para superar este estado que se instala.

Voltar ao ritmo do mundo, surfar nas suas ondas sem ficar levando caldo em cima de caldo, no linguajar dos surfistas, passa a ser muito complicado.

Esta dificuldade poderá ir nos imobilizando em graus diferentes, e não em paz quando é resultado de uma decisão consciente e pessoal, mas quando é uma falta de opção causada pelo medo crescente ela torna-se uma fuga pois, o  estar só, está longe bem longe de nos sentirmos solitários.      

É como estarmos à beira de um abismo anímico onde para ultrapassá-lo teríamos só que dar um passo, mas nos vemos tão imobilizados pelo medo criado que não temos esta coragem e ai podemos afundar nesse abismo sem fundo de onde para sairmos depois, quando nos dermos conta desta necessidade para dar continuidade à vida, os esforços terão que ser redobrados.

E enquanto isso o mundo transcorre normalmente à sua volta, sem ninguém conseguir imaginar que ali do lado está uma pessoa aterrorizada com as coisas mais simples do mundo, e por isso no mundo virtual é mais fácil, pois nos aceita sem maiores exigências ou cobranças, mas só nos veem de forma superficial com aquilo que se queira mostrar ou com aquilo que omitimos para parecermos melhor.

Assim como qualquer meio de viciados nos aceitam sem maiores exigências a não ser que compartilhemos do vício deles.

O mundo real pode tomar esta dimensão intimidadora devido à nossa incapacidade de nele voltar a interagir e nesta vamos sendo atropelados.

Se estamos nesta situação há aprendizados a serem colhidos, mas ver desta forma é muito difícil enquanto estamos  mergulhados nela; muitas vezes para os envolvidos não existe motivo aparente para terem estes medos aterradores existirem, pois não atinge seus irmãos criados com a mesma carga de carinhos e atenção.

Então este fato deve nos levar a pensar na existência de outras vidas possiveis anteriores a esta, onde as marcas passaram para esta atual, pois não há uma explicação plausível para estes casos de medos aterradores do convívio social já em tão tenra idade e, por isso, a psiquiatria freudiana é de tão pouco resultado, pois só consegue ver até a vida intrauterina e por isso mesmo é tão limitada. 

O que já não podemos dizer da terapia cognitiva comportamental, cujo tratamento parte do mal  em si para as soluções da exposição gradual, sem ficar tentando achar as causas que para os envolvidos no fundo não interessam, eles querem é a solução imediata para os seus problemas e esta terapia pode ajudar quando chegar a hora propícia. 

A solidão no meio das multidões tem muito a nos ensinar, sofridamente mas tem, mas individualmente como voltar à normalidade?

Tendo força de vontade, determinação e foco. Uma vontade forte de superação, de vontade de se reintegrar novamente é fundamental, apesar das novas decepções, e aí as ajudas que não vemos começam a se engrenar também  e vamos nos fortalecendo, pois a nossa vontade tem um força que não podemos dimensionar, o dito  que elas “movem montanhas” não foi dito à toa.

Assim como um corpo inativo tende a ficar nesta situação, assim também ficamos animicamente, e assim como o corpo sedentário sofre no início da movimentação, assim também acontece com o nosso mundo emocional ou anímico que perdeu o compasso.

Todos nós sabemos da dificuldade de largar qualquer vício ou de mudar qualquer hábito e a solidão perene está nesta linha e só nós podemos dar fim a ela.

"Nenhuma criança aprende a andar sem levar muitos tombos, mas quase sempre sorrindo se levanta novamente, até adquirir firmeza nos passos. Assim tem de ser o ser humano no caminho através do mundo’. nos ensina Abdruschin em sua obra "Na Luz da Verdade" - dissertação Cismadores.

No mundo atual, não são poucos aonde a realização profissional vem bem antes da maturidade emocional, o que não acontecia antes, mas há que haver equilíbrio no nosso existir.

Se o mundo real nos parece assustador vamos nos preparando e nos fortalecendo para ele e não nos apartarmos dele por um lado, e por outro, nos afundarmos no virtual, pois a verdadeira vida só se desenvolve no real; é no calor ou na frieza da proximidade real que podemos reencontrar a harmonia e a paz que tanto ansiamos, mesmo que vejamos risinhos aqui e ali.

Mas cedo, ou mais tarde, temos que cair na real então o ideal é ir usando o relacionamento virtual como um trampolim para o real, mas não cair no erro de só se satisfazer com este.

O natureza do ser humano também é o de formar um ninho seguro com os nossos iguais e conviver sem se privar de outras realizações, e é natural sentir-se esta necessidade, faz parte da nossa natureza e necessidades,

O errado é não sentir isso, e muitos hoje tentam não tê-lo, ou o anulam totalmente por algum motivo, mas o moderno não nos tornou robôs, ainda temos a necessidade deste ninho protetor entre amigos e namoros, apesar de prováveis tropeços. Mãos à luta pois...

"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' nos alerta  também Roselis von Sass – www.graal.org.br
Poeta

Crónicas :  Sesenta Años
Sesenta años, casi todo se fue, solo queda muy poco camino para caminar, lo que parecía estar lejano hace tiempo, el tiempo te lo fue acercando, ya estás ahí, a la vuelta de todo, a la mitad de la nada y sin pensarlo siquiera, te encontrarás cara a cara con ella, viene a buscarte, sabe que no puedes decirle que no, ningún sentimiento existe en la relación contigo, ni con los que te rodean, es como la vida, se presenta y ya, no le pide permiso a nadie no pregunta cuándo, ni cómo, ni porqué, son dos figuras que tienen todo el poder, jamás nunca nadie pudo con ellas, no son malas, ni buenas, simplemente un eslabón que segundo a segundo, hace mover el reloj de la naturaleza, es claro el mensaje que dan ambas, no les importa si estas, o no estas, porque no viven, ni mueren, pequeño engranaje de la existencia que comenzó hace millones de años, en un lugar desolado. A una la nombré, la otra es la muerte.


Por Conrado Augusto Sehmsdorf (Kurt)



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Poeta

Crónicas :  A VIDA NÃO NOS LEVA, NÓS A CRIAMOS
A VIDA NÃO NOS LEVA, NÓS A CRIAMOS

Do pódio mais alto ele caiu, como uma ave atingida em pleno voo, estava carregado de sucessos, dinheiro e amigos importantes, então o tombo foi pesado e o estatelou no chão fazendo-o comer poeira.

Levantou com muito esforço até tentou descobrir como morreria, pois sentia que não sobreviveria por muito mais tempo depois do acontecido, mas ela ainda não era prevista, mas a famosa vidente só olhou para a sua cara e pensou que ele devia estar doido, provavelmente nunca tinha pedido um tal desvendamento, o de saber de como seria a sua morte, mas falou alguma coisa como que ele morreria no sofá da sala e sozinho, este sozinho não seria novidade, saiu de lá como entrou.

Uma amiga vendo o seu desassossego o aconselhou a procurar alguns lugares que faziam imposição de mãos para aplacar a sua ansiedade. Ele foi, mas se sentia envergonhado de estar ali, justo ele que tinha tido todos os esclarecimentos da vida, conhecia todos os segredos do Universo, mas não soube evitar de cair nesta desolação, mas a imposição das mãos também não deu certo para o caso dele, teria que haver muitas mãos.

Os dias se arrastavam lentos e nem os amigos mais procurava, eles tinham ficado no passado, e não serviriam para este momento de solidão e desolação extrema.

Da janela via como era difícil alguém se matar, ainda bem, e isto é uma proteção natural para muitos, e agir desta forma vai contra todos os princípios da natureza e não há sofrimento sem causa, e nem esperança de que acabe passando, é só dar o devido tempo, mas orar, o que também podia lhe ajudar, também não sabia, pois sempre achou que tudo era de sua responsabilidade, e que o Criador nos dava a vida e os esclarecimentos para seguirmos, caso os procurassemos, mas esquecia que ele também é principalmente amor, e como era triste não saber orar e isso o deixava se sentir muito mais sozinho ainda.

Outro vendo a sua tristeza, indisfarçável que era, até o convidou para ser pastor na sua igreja, talvez querendo ajudar, não era destas igrejas comuns, tinha até um status diferênciado, mas ele nunca entendeu bem este convite, mas as pessoas viam que ele estava perto de algum fim de linha, no fundo de algum poço, mas ele lutava, como sempre fez, era apenas mais um início, mas como era difícil desta vez e o tempo não passava.

Desta vez o tombo foi mais doído, pois desta vez ele tinha todos os meios materiais para lhe dar amparo, mas nada lhe dava alivio, nada lhe servia, então tinha que rastejar novamente comendo a poeira em busca de alguma água que lhe molhasse a boca; a vida era inclemente, mas só assim ele poderia encontrar a redenção e o esclarecimento, mas não espere amor antes da hora, antes do aprendizado, pois isto não seria amor, e amor só quer o nosso bem, mas esta espécie de amor não conhecemos mais, pois desconhecemos as leis divinas que regem toda a vida, e este amor visa o nosso bem maior e o alivio momentâneo não nos faria avançar.

O amor de Deus nos espera enquanto nos ampara, mas não tem como nos livrar do esforço, pois foi nós que nos colocamos nestas situações, e só reconhecemos o amor divino quando reconhecemos também como funciona também a sua justiça.

Um não existe sem o outro, mas ambos só atuam para o nosso bem.

“O que o homem semeia isto ele colherá” nos disse jesus, e isto passa de uma vida para a outra, pois senão não teria lógica, e por este brutal desconhecimento a maior parte absoluta dos seres humanos não tem mais a compreensão para o que acontece nos dias atuais e morrerão sem saber como funcionam estas leis que o esperam do lado de lá.

"Seja lá o que for, plantas ou animais, montanhas, rios, países estados ou seres humanos, ruirá tudo aquilo que não se mostrar no último momento como legítimo e de acordo com a vontade de Deus!" Abdruschin em Na Luz da Verdade - http://www.graal.org.br
 
Poeta

Crónicas :  A INFELICIDADE DE UNS FILÓSOFOS E OUTROS MORTAIS
Freud quase esplica, mas colocou o dedo na ferida

“O inconciente é uma prisão de segurança máxima na qual os traums sofridos nos deixam aprisionados e, nisso,estaria a raiz deas infeliciddes hmanas"

Freud neste caso foi muito simplista, o antes da vírgula está correto, embora não dê para generalizar, já o depois da virgula “e isso é a raiz de todas as infelicidades” está colocando tudo no mesmo saco o que absolutamente não é o caso, pois muitos nunca tiveram traumas e nascem com muitas fobias sociais e afetivas, muitos que as tem que o diga.

Um adolescente romântica (o) vê-se traída (o) por aquele(a) a quem eles consideravam amar.

Este tipo de trauma sempre foi igual, não importa a época da humanidade.
Esta dor de alma sempre teve o mesmo potencial, pois traição sempre foi o mais infame ato humano, mas isto atua de forma diferente em cada um, para muitos logo é superado e para outros, tanto homem como mulher, os acompanham durante toda a vida.

O que determina que assim seja, pois mesmo entre gêmeos isso atua diferente.

Hoje se fala-se muito em relacionamentos abertos, mas este tipo de relacionamento só é possível quando a base do relacionamento é puramente físico; ou quando a separação não ocorre para não serem divididas fortunas, nem cair o padrão de vida de ambos, mas neste caso só passa a ser divido o mesmo teto em comum acordo.

Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram quem trouxeram estes procedimentos a público, mas que ninguém se iluda que este casal não tenha tido problemas, pois tinham um pacto de infidelidade “só a nível físico”, mas morriam de ciúme quando o nível passava ao emocional, então este assunto não é assim tão simples e ambos tinham parceiros fixos e secretos, que escondiam um do outro, então estes relacionamentos fora do pacto se caracterizavam como traição e sofriam com isso.

Então que modernismo é este? Pura idiotice uma vida estressada assim, pois nada substitui estarmos com quem gostamos mais, digo que mantiveram esta vida para não perder os holofotes sobre si mesmos, pura vaidade intectual.

A natureza é perfeita e o normal é a harmonia e a afeição entre as partes, já o excesso de erotização tido hoje é uma anomalia que já levou muitos outros povos à bancarrota como os romanos, gregos e babilônicos no passado, então não devemos esperar coisa boa para a nossa sociedade, pois hoje o sexo foi elevado ao nível de vicio ou a um mal que tira a paz de muitos, pois não se satisfaz nunca.

O caso de viciados em pornografia já não é uma raridade nos dias de hoje e já entrou no rol dos males mentais, assim como a fobia por relacionamentos afetivos, sendo que já existe a tempos grupos de auto ajuda anônimos, a exemplo dos alcoólicos anônimos.

Lembro-me sempre do caso do bombeiro com a atriz que o ostentava como um troféu, mas se esqueceu que tudo tem consequências e o bombeiro levou a pior, conheceu a boa vida que ela lhe dava e depois ele não soube viver sem o glamour provado, viciou-se na cocaína que conheceu neste meio, e em overdose morreu.

A experiência não passou em branco também com a atriz, que antes era exibicionista, e hoje leva a sua vida privada mais reservada, sem expor “as suas conquistas de caras mais jovens”  assim como serviu para outras iguais também baixarem a bola, pois, afinal, com dinheiro e boa vida todo mundo consegue parceiros aos montões, tanto homens como mulheres.

Conquistadores como o personagem literato “Casanova” sempre existiram e sempre foram vistos com inveja por muitos homens, quando não deveriam, pois sempre foram deixando atrás de si tragédias pessoais e muitas fobias afetivas com as suas ilusões e expectativas criadas e não correspondidas.

E muitas meninas adolescentes estão curtindo estes mesmos hábitos e a ressaca destes tempos será irreversível, se vangloriam sobre o número de conquistas, feitas até na mesma noite.

Outro problema é que hoje os relacionamentos são normalmente apenas paixões, muito comumente confundidos com amor e, nestas sim, o sexo é a base da relação e onde as decepções são tremendamente comuns.
Sempre na história proscrita do homem, os mais salientes sempre foram os mais invejados.

Se você acha que a humanidade evoluiu desde aqueles séculos XVI/XVII do Casanova, cabe lembrar que em plenos anos setenta do século passado, ou seja, há apenas 40/50 anos atrás, muitas filhas eram expulsas de casa se caíssem no papo de algum espertinho, e não eram só garotas do interior não e uma boa parte acabava caindo na prostituição; era muito falta de amor por parte dos pais e já, enquanto isso, as meninas na Alemanha, por exemplo, podiam seus namorados para pousar na casa delas já nos anoa 80. Veja como o mundo era dispar naquela época de pouca comunicação.

Conheci muitas mulheres que foram noivas a muito tempo, mas quando cederam antes do casamento os caras simplesmente foram embora, é muita idiotice, nã conseguia entender este estes caras.

O setor afetivo tem que estar alinhado para podermos ir à busca de outras evoluções e crescimento para o nosso ser, mesmo que tenha sido a opção de não termos ninguém; o que lá fora do Brasil já é uma opção a muito tempo, e os lares de uma só pessoa já é cada vez mais comum, assim como aqui agora também.

Mas este lado tem que ser bem resolvido, pois se não, cedo ou tarde, isto será colocado de novo na nossa frente. Nada na vida de um ser humano nada pode ser deixado para trás se não for de forma natural, pois um dia este vácuo poderá cobrar o seu preço, então tem que ser uma opção racional e não por algum sofrimento que sofreu em alguma relação, pois os sofrimentos são para nossa evolução, não somos só animais racionais, mas principalmente, emocionais.

Não sabemos de tudo, não somos iguais a ninguém, nem intelectualmente, nem afetivamente, mas saber conversar sobre tudo e sobre o que sentimos é importante, nada deve ficar escondido lá no fundo da alma dentro de uma mala fechada.

Poucos filósofos foram felizes, e não poucos foram pensadores em função desta lacuna, e as esconderam muito bem atrás da intelectualidade, e a única finalidade do conhecimento é nos aproximar da naturalidade que é onde está o preenchimento pleno do nosso ser, fora isso, qualquer filosofia realmente é vã, se não leva nem o seu autor à felicidade própria, como no caso de Nietzsche, para ficarmos num exemplo, como vai levar outras pessoas.

Adianta morrer imortalizado e morrer à beira da loucura? Eu acho que não.

Tem muito filósofos modernos aqui no Brasil, que ao mesmo tempo fazem análises para se conhecerem, então acreditamos nas suas colocações bem articuladas intelectualmente, mas a felicidade está no mundo afetivo e eles, neste caso, precisam de muita ajuda; outra jóia que eles costumam pregar é o da inexistência de Deus, e o bom fiósofo não pode ter nenhuma porta do conhecimento fechada, mas ai cabe a eles investigarem muito mais a  fundo espiritualidades que passam muito longe das fugazes religiões, são muitos limitados ai.

Não acreditar nas religiões, (calabouços da Verdade) o que também não acredito, não quer dizer que isto automaticamente torne alguém num ateu, pois existem muito outros conhecimento que passam bem longe das religiões, e nos trazem respostas, mas isto cabe a cada um garimpar.

Nietzsche pode ter escrito resenhas, teorias e livros quanto quiser, mas no fundo foi apenas um infeliz que não soube encontrar o amor e a paz, e eu diria, que neste caso, foi só motivado pela covardia de se autoconhecer no mundo afetivo, e toda sua filosofia foi construida em cima disso, ou seja, não no mundo emocional, onde está a explicação da maioria das coisas, tudo o mais é conhecimento árido, sem vida, apenas intelectual.

Quantas carências não se carregam pela vida inutilmente por não sabermos superar aquele mal que nos afligiu em tempos idos, e como disse a educadora Sherry Turkle: “Se não soubermos ficar sozinhos, só saberemos ser solitários”.

Quantos não são mendigos afetivos e saem na noite à cata de qualquer migalha para continuarem se sentindo vivos, pelo menos até o dia seguinte.

Mundo louco que a humanidade criou para si, mundo cada vez mais preenchido de solidões e de amarguras escondidas, sofrimentos anímicos feitos buracos negros na alma sempre ansiosa.

 “Conhece-te a ti mesmo”, bons tempos em que o ser humano vivenciava esta frase na sua plenitude.

"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes, a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo” Roselis von Sass – http://www.graal.org.br
Poeta

Crónicas :  FIÉIS ERRÁTICOS E ATEUS DOIS POLOS NO MESMO ERRO
FIÉIS ADORMECIDOS E ATEUS – DOIS POLOS NO MESMO ERRO

A religião católica chegou ao nosso tempo com muitos adeptos, mas pouquíssimos frequentadores assíduos na maioria dos países milenares da Europa, onde era a única até o século XVI, mas ainda com muito poder até o século XIX, então o que acumulou de riqueza e propriedades nestes mil e novecentos anos pelo mundo dá para imaginar. 

Mas também está perdendo espaço galopante, onde imperou também quase absoluta a poucas décadas atrás, como no Brasil, e outros países da América do Sul, onde era também basicamente a única até o meio do século XX, e onde chegava, no período das explorações e colonizações, junto com os exploradores, abafava todas as crenças que tinham os povos nativos da região, não admitia concorrência, chegou chegando, mas cresce na na Africa, assimo as evangélicas..

Mas quando se fala em predomínio de ateus todos se lembram da Holanda, mas ela está longe de ser a maior e a única nesse sentido, pois só 70%% da população assim se considera, mas temos a Suécia com 85%, mas estes percentuais englobam os ateus convictos e os sem religião, o que não quer dizer que não tenham alguma fé pessoal, o que leva a Holanda com o ateísmo beirando 40% e também em outros.

Estes números de ateus não e uma exclusividade ocidental, pois nos países orientais, onde a influência católica é quase nula, também se consideram na mesma proporção os ateus, como no Vietnã e Japão, então o budismo e outras religiões regionais de lá já não são levadas tão em conta também.

Por outro lado em todas as grandes religiões do mundo ou nas trazidas por pessoas preparadas para isso, como Zoroaster, Buda , Krishna, Lao Tse, e muitos outros não conhecidos por nós, assim como nas crenças dos povos colonizados, e em abundância na própria bíblia, sempre há um ponto em comum:

A previsão da vinda de um ser superior para os tempos atuais que trará novamente a Verdade sobre as Leis Divinas e com ela a derrocada do mundo atual e o desencadeamento do Juízo Último, que leva na bíblia o nome de “O Filho do Homem”, o mais conhecido.

Um estudo completíssimo sobre estas previsões nas diversas vertentes pré ou pós Jesus Cristo, e até no século passado desde tempos milenares, o leitor encontrará no livro “O Filho do Homem na Terra” escrito por Roberto C. P. Junior onde ele também cita dizeres de profetas dos tempos atuais como este de Pietro Ubaldi (1886-1972):

“Uma grande transformação se aproxima para a vida do mundo. (...) O momento histórico atual é muito grave. Ele está se tornando cada dia mais grave. Somos chegados à plenitude dos tempos. Pregações foram feitas bastante, avisos foram dados, mas o mundo continuou pelo seu caminho sem prestar ouvidos”.

Já nos diz Roselis von Sass também em seu "O Livro do Juízo Final": "A infalível Justiça Divina não permite atos arbitrários. Por essa razão é impossível que em poucos dias, ou num prazo de dois a três anos a humanidade pecadora possa ser ceifada por catástrofes da natureza, tal como alguns pseudoprofetas o imaginam" (...) Dessa maneira o ser humano não teria tempo para a reflexão, para conhecer-se a si próprio e nem para a expiação.", mas em um determinado dia, este será o último.

Mas voltando ao Brasil muitas pessoas se dizem católicas mas acrescentam “não praticante”, mas, independentemente disso, os confessionários estão sempre abertos para serem dados os perdões, então a influência pelas facilidades milenares dadas por ela é muito grande, e ela sempre recebeu muitas doações de todo tipo de riquezas em retorno, ao longo dos séculos e séculos.

Hoje é a mais rica organização do mundo, e a maior possuidora de propriedades também, e não estamos falando só das igrejas, pois só a Santa Casa possui quatrocentos imóveis na capital paulista, incluindo o imóvel onde se situa a Love Story, a maior casa de baixa boemia de lá, e provavelmente do Brasil.

Mas hoje já não são tantos assim as doações, e ela nem precisa e nem pede o dizimo como nas evangégicas e, espiritualmente, nem a leitura da bíblia foi uma exigência dela algum dia, e sim só na crença dos seus credos, assim como realizava suas missas em latim até o inicio do século XX, pouco importando se as pessoas não entendiam, pois isso seria só "para os iniciados da igreja".

Então de um lado o Brasil tem um dos piores sistemas judiciais do mundo e, por outro lado, espiritualmente falando, temos perdões imediatos, não importa a gravidade dos pecados, e a responsabilidade da busca da Verdade ficou também para responsabilidade dos religiosos da instituição e o dito principal de Jesus “O que o homem semeia isto ele colherá abundantemente” ficou para segundo plano, mas todos se dizem crentes em Jesus, mas não veem o contrassenso entre um ditame e outro.

Então dá para considerar que a pobreza e a ignorância dos países são campos férteis para religiões com facilidades de perdões e também para as contemporâneas cristãs, onde os crentes também são só ouvintes do que é pregado nos templos, sem nenhuma análise própria depois do que está escrito, ou do que foi dito, demonstrando também a indolência espiritual da maioria, deixando sempre a terceiros a responsabilidade da sua vida espiritual, pois os pastores também só leem aquilo que lhes interessam.

Já o nível cultural elevado da maioria dos países europeus, e o comodismo da riqueza farta, resultaram em recrudescimento da fé nas religiões, naturalmente, mas levou-os de roldão ao ateísmo, como demonstram as estatísticas, ao invés de leva-los à buscar a Verdade em outras fontes hoje disponíveis, o que significa que também estão dormindo ou mortos espiritualmente, vindo a explicar o dito de que no Juízo Final “todos os mortos serão ressuscitados para que se julgue”.

Então não há grandes diferenças, espiritualmente falando, dos fiéis de religiões mortas, dos ateus, que se sentem tão orgulhosos da sua independência de assim terem se tornados, a não ser o nível de riqueza e cultura. 

“Por isso despertai! Somente na convicção repousa a verdadeira crença, e a convicção só vem através de exames e análises irrestritas! Sede seres vivos na maravilhosa Criação de vosso Deus! nos diz Abdruschin em "Na Luz da Verdade"
Poeta

Crónicas :  O SOFRIMENTO ANÍMICO DE MUITOS
O SOFRIMENTO ANÍMICO DE MUITOS

Ele se obrigava a se autoanalisar, pois os conhecimentos naqueles idos anos setenta em psiquiatria eram parcos, então esse era o caminho, embora não passasse pela cabeça dele que fosse algo por ai, o da psiquiatria, o que ele sentia.

A fome de conhecimento que lhe desce esclarecimentos era muito grande, pois a vida logo apresentou as garras e disse para que veio, então ele desde cedo não tinha tempo a perder, nem conseguia mesmo se quisesse.

Era um buscador incansável de respostas para algo que ainda não sabia o que era, mas sabia que era fundamental elucidar. Lia tudo que aparecia e lá naquela sala vazia, do último andar do prédio em que estava, ele ficava olhando o Sol se pôr entre os prédios menores e meditava.

Ainda era bem jovem, estava com dezesseis anos, mas a secretária, uma mulher já casada, começou a lhe dar bola, talvez pelo isolamento dos dois lá naquele prédio, onde a empresa respirava por aparelhos, pois o dono virou senador e nunca aparecia.

Ele ficava lhe falando das impressões e conclusões que ia tendo sobre suas inquietações atormentadoras que o estavam excluindo do convívio social até que chegou à conclusão que não sentia nada de emoção em resposta do que viesse de encontro a ele.

Tudo que lhe chegava do mundo social externo não chegava até à sua alma, ficava só no seu cérebro e retornava, e ai descobriu que essa era a causa do seu flagelo, dos seus desassossegos.

Nada passava do seu cérebro, pois o centro das emoções, a alma, tinha sido ferida de morte e ali era um pânico só, não se entendia com o mundo em sua volta, então nada chegava até ela e é ali onde formam-se os sentimentos que retornam ao cérebro para ser respondido pelo meio apropriado, ou seja, pela fala, ou por gestos, ou pela escrita, pelo silêncio, etc.

E na alma os sentimentos represados faziam pressão, feitos em ebulição, mas não tinham mais conexão também com o cérebro e o mundo exterior. Estava faltando a ponte.

Na interação normal estas impressões vindas de fora são, chegando na alma, lubricadas pelo sentimento sentido e retornam para o cérebro, mas para ele eram dois mundos distintos que não se conversavam, então essa era a conclusão e era nisso que ele tinha que trabalhar, voltar a abrir caminho para a sua fonte de sentimentos e interagir emocionalmente com o mundo.

O cérebro (porta de entrada do que vem de fora) e o núcleo dos sentimentos interno, tem que trabalharem simetricamente, assim deve ser, para não haver desequilíbrio.

Isto pode parecer estranho, pois esta interação normal acontece de forma sincronizada em milionésimos de segundos, e retorna, e só com a falta é que alguém pode ver o quanto ela é importante.

O cérebro, como instrumento do corpo material, que não tem vida própria e sim é vivificado pela alma é frio, assim como é uma simples pedra, então ele repassava o retorno de forma truncada para as pessoas que estivessem interagindo com ele, e com isso ele começou a se afastar delas, até chegar à auto exclusão total, pois lhe faltava algo e isto lhe deixava a sensação de desproteção e vulnerabilidade, se sentia um estranho no ninho, no caso a sociedade.

Por outro lado este foco íntimo receptor/gerador das emoções ou impressões, a alma, só porque não chega nada de fora até ela, não quer dizer que ficava apaziguada, pelo contrário, está também em ebulição, devido à sua falta de comunicação e ficava em descompasso com o cérebro que ai não para de pensar e é sobrecarregado e passou a dominar todas as ações, por falta de alternativa, começou a extrema ansiedade.

E tudo isso ficava se chocando dentro dele, que tinha que transparecer normalidade enquanto se equilibrava nesta confusão e luta árdua de três frentes.

Muito tempo depois quando começou a lutar para conseguir esta reconexão com o mundo exterior novamente, ficava pensando como é que uma pessoa normal reagiria “em uma determinada situação como aquela que ele, eventualmente, estava passando”, e em cima disso reagia por considerações meramente cerebrais, até que começou mesmo, aos poucos, a sentir as emoções reais que iam surgindo no seu âmago; e na medida em que ia aumentando a sua confiança nesta interação, ia voltando a abrir sua alma para o exterior, e com isso a aquecendo para sentimentos genuinamente afetivos.

Mas para chegar a esse ponto ele teve que aprender a relaxar, pois a sua alma tinha vida própria a muito tempo por um lado e por outro o cérebro não  se aquietava mais, sem controle, e ai uma ajuda profissional foi fundamental para chegar a algum equilíbrio, apesar de todas as suas lutas de até então e a ajuda veio pela terapia cognitiva e tecnicas de relaxamento.

E assim foi voltando a ter uma vida relativamente normal no convívio social e sem depender só do cérebro, mas a alma se mantinha confusa e com isso extremamente ansiosa.

E ai vem a pergunta:

Quantos que não deixam de fazer este esforço reagente para voltarem a ser uma pessoa normal?

Não dá para dimensionar, mas todos devemos ter como máxima o que a escritora Roselis von Sass sintetizou muito bem com a frase:
"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes, a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo”.

E ele era uma prova disso, pois durante este processo todo, ele foi progredindo profissionalmente até chegar à sua independência financeira, mas esta situação financeira foi apenas empurrando para a frente o problema, mascarando-o, e quando chegou no seu clímax ele caiu prostrado novamente em desalento, pois mantinha-se solitário, apesar do convívio intenso profissionalmente.

E ai ele está na outra extremidade da bipolaridade, só que não sabe ainda, vai saber com o tempo, hoje é mais fácil o diagnóstico, então ele está na chamada mania, um entusiasmo onde se cria ou gera-se muita coisa, e onde os caminhos são abertos por inteligência e capacidades que o índividuo possui, mas a solidão sempre está ali, é uma sombra que o acompanha, e que a atividade social neste período apenas mascara.

Mas chegando no climax deste seu progresso ou talento, onde não tem mais para o que construir ele cai novamente no fundo do poço e este é o momento mais perigoso de todos, pois ter que recomeçar tudo de volta, sem nem saber por onde, como nunca soube, pois apenas foi indo no seu progresso, então este ponto derruba muita gente e onde vemos tantas desgraças ocorridas.

Ele vê que ainda está dentro do labirinto embora todo o sucesso na sua área.

No meio artístico tem mais visibilidade, como ocorreu com Elis Regina, Elvis Presley, Prince, Amy Winnehouse, Robin Williams, todos mortos em meio a extremo sofrimento e solidão monstra íntima.

O que ele vê nos olhos destes artistas em seus últimos vídeos antes de morrerem, ele conhecia muito bem e sabia o que eles estavam passando, e só quem passou por isso pode sentir.

A vida das pessoas que se encaixam neste quadro se transforma num novelo sem fio de meada, e a pessoa submerge num labirinto imenso, que o deixa prostrado se sentindo sem esperança de saída, e uma reviravolta vai exigir muita luta para voltar a buscar a saída novamente.

Mas a vida é o nosso bem supremo, e não estamos nessa situação por acaso, como nos esclarece o mestre Abdruschin em sua Mensagem do Graal “Na Luz da Verdade”, cujos esclarecimentos sempre lhe trouxe muita força e foco e de onde ele tirava forças e esclarecimentos para continuar lutando, pois esta obra era o “mapa da mina”, mas não é fácil, não nos iludamos.

Em todas estas situações há diversos níveis de aflição, desde os mais brandos até os mais graves, e muitos veem na sociedade os motivos dos seus sofrimentos, o que não é, e por isto muitos procuram, muitas vezes, causarem mal ao meio onde vivem como vingança, por acharem que é o meio, devido a sua aparente rejeição, o motivo dos seus sofrimentos e da sua baixo autoestima, e daí os atos de violência contra o meio como os que ocorrem muito nos EUA, devido à facilidade de obtenção de armas.

Alguns se excluem de qualquer convívio e ficam impossibilitados para atividades necessárias como trabalhar, estudar, etc. enquanto outros podem desenvolver a partir de um ponto meios para se superarem e atuarem como atores de si mesmos e podem até se darem muito bem nas suas atividades, como os artistas citados e milhares de anonimos, e levam a vida desta forma, mas exige muita energia e persistência.

Mas um dia, quando tiverem alcançado todo o sucesso nas suas áreas, e não tiverem mais motivações, por algum motivo, vão dar de cara novamente com as suas solidões e mazelas escondidas e desmoronam, voltando novamente à sua real condição e depressão, o polo oposto do que estavam sentindo até então.

Mas as dificuldades da vida são para serem superadas, como dito, não importa o nível destas dificuldades, e para aqueles que as sofrem o lance é procurarem se auto ajudarem ao extremo e procurarem ajudas que hoje existem, mas o principal é terem consciência que tudo os que os atormentam é oriundo do seu íntimo, gerados por ações que fizeram em outras épocas da sua existência, que não começa com o nascimento, nem termina com a morte, por isto ela não é salvação.

Importante também é saberem que medos sociais hoje sentidos, normalmente são oriundos de ações erradas que fizeram ao meio onde viveram em outras vidas onde tiveram algum poder; não podemos esquecer dos poderes que todos os membros da igreja, por exemplo, tiveram não faz muito tempo, onde foram implantados tantos medos nas pessoas para que a igreja não perdesse a sua influência e poder, chegando até mesmo às famigeradas inquisições que rondava por cima da cabeça de toda a sociedade.

Mas também oriundos de tantas injustiças cometidas por soldados ou bandidos saqueadores, ou reis, causadas em tantas guerras e batalhas em busca de riquezas ao longo da história da humanidade, onde prevaleceu tantas atrocidades, assim como no período das colonizações.

A história da humanidade é feita de terror na sua maior parte, então não é à toa que países europeus estão se vendo hoje invadidos por pessoas das regiões onde eles só levaram pobreza e desmandos enquanto enriqueciam à custa deles, e a apenas poucos séculos atrás, então podemos ver ai a atuação da lei da reciprocidade espiritual e a tendência é só piorar, este processo não vai ter volta.

Hoje estes e outros nesta nova vida sentem um medo anímico inexplicável, aparentemente, e se sentem desprotegidos, como se vissem estar no meio de pessoas que querem pegá-los. A sociedade não necessariamente é a mesma, claro, mas o sentimento de desproteção, este é real, e acompanha a pessoa aonde ela for, pois ele é anímico e mesmo estando sozinho não o deixa de sentir, pois está na alma dele, então não tem como se esconder.

Semeou medo terá medo, semeou ódio sentirá ódio contra si, mesmo que quem olhe de fora veja nesta pessoa um ser ponderado e bom, mas só eles sabem o turbilhão que passa pelas suas almas e mentes, e daí tantas depressões e outros distúrbios psíquicos no mundo atual.

Tudo são colheitas como já disse Jesus um dia com a frase “O que o homem semeia isto ele colherá”, mas não teve tempo de aprofundar o assunto, nem de falar das reencarnações, onde haveriam as colheitas, pois foi trucidado por uma humanidade que não o aceitou e que hoje vive repetindo o que ele falou, mas não põem em prática no seu dia a dia os conselhos que ele deu.

Ou alguém em verdade “ama o seu próximo” no sentido que ele nos aconselhou?

Ou alguém procura manter o seu íntimo vibrando no dito: “Sede como as crianças”?

A maioria maciça das pessoas que possuem estes problemas anímicos/psíquicos, não vão se tornar prejudiciais à sociedade, mas a eliminação total dos sentimentos podem levar a isso ou a sofrimentos indizíveis a elas mesmas, e aos familiares mais próximos.

E você que me lê conheceu muitas pessoas que só fazem mal aos outros para se autopromoverem, tanto profissionalmente, na escola, ou na vida familiar ou social, ou mesmo por prazer, e estes são classificados hoje como psicopatas, embora tenham um vida normal ou sem passarem a violências extremas ligadas ao termo.

Para quem quer saber mais sobre esses assuntos pode ler os livros da psiquiatra Ana Beatriz Barboza Silva que são escritos de forma bem didáticos, e foram esclarecedores para ele, e ela acerta na mosca sobre os sentimentos que atormentam muitos, principalmente os bipolares, cujos sentimentos são muito aproximados aos TDA (Transtorno de déficit de atenção), que ao contrário do que muitos interpretam, não é que lhes falte atenção de terceiros, ou dos pais, mas sim elas é que tem dificuldades de interação com o meio e vivem em parte desconectados.

E pelo lado de esclarecimentos espirituais mais amplos, que é a causa de tudo o que nos acomete, tanto psíquicos como físicos, e de como funciona a interligação da vida visível e invisível que levamos, e de como o que sentimos ou fazemos numa vida anterior influência em uma outra, que leia a Mensagem do Graal, Na Luz da verdade, do sábio alemão de codinome Abdruschin, já citado, e adquirirá todos os esclarecimentos que precisará.

Não ficará sem respostas, e lutar muito pela vida, pois a morte não mata a alma e os sofrimentos anímicos continuam de forma mais forte no lado de lá, ou em uma próxima vida novamente, além de um sofrimento mais agravado pelo ato extremo cometido nessa.

Terá sofrimentos eternos, ou alegrias eternas, então não tem outro caminho, vamos à luta para a superação, pois a morte não traz nenhum descanso nem nenhuma solução como as igrejas tentam nos fazer crer, se fosse assim haveria muitas injustiças na seara do Senhor que eles dizem adorar.

E o psicopata é aquele que dá vazão aos seus sentimentos antisociais, embora a discrição e a articulação, e age de forma fria e calculista, pois não tem mais conexão com a sua alma, que se mantem anulada, não tendo então sentimento de afeição legitimo pelo próximo e vivem somente olhando para os seus interesses, não importando os meios.

Você deve conhecer algum, mas no fundo, se pensarmos bem, muitos de nós temos algum pouco disso, embora de nível ínfimo, pois não desenvolvemos a amor que Jesus tanto quis nos ensinar e agimos muitas vezes de forma egoista na relação com o nosso próximo não muito querido ou até mesmo com quem amamos.

“Livre só é o ser humano que vive nas leis de Deus! Assim, e não diferentemente, ele se encontra sem pressões nem restrições nesta Criação. Tudo o auxiliará então, em vez de lhe obstruir o caminho.’ Abdruschin em Na Luz da Verdade.


 
 
 
Poeta

Crónicas :  A liberdade da crônica
O bom da crônica é isto: a liberdade de escrever sobre qualquer coisa. Pode ser o assunto mais sério ou o mais bobo, o mais vulgar. Tudo serve para comentar. Até a falta de comentário. Dizem que a palavra “crônica” deriva da palavra grega “chronos”, que significa tempo. Então, se a crônica significa “tempo”, ela está com tudo: com o passado, o presente, o futuro, as horas, as eras, o sol (tempo bom) a chuva (tempo ruim)... E está acontecendo o tempo todo. O Tempo é tudo. Talvez seja por isso que tudo é um motivo para uma crônica.

Eu já li crônicas que, nas suas palavras, não queriam dizer nada. Mas no seu bojo traziam uma infinidade de ideias, e só quem gosta de ficar observando a vida, é que é capaz entender. Então os que não têm essa “visão especial”, devem achar uma besteira. Mas isso é bem da crônica. Tem tantas coisas “bobas” acontecendo por aí, e as pessoas nem percebem. O próprio tempo, por exemplo: o sol surge, passa por cima de nós, vai embora. E as pessoas já estão tão acostumadas com essa besteira, que só notam quando precisam dele, e ele não está lá para servi-las. Caso contrario, nem notariam sua presença ou ausência.

As pessoas vivem muito preocupadas com os seus afazeres, sonhando em ganhar dinheiro ou procurando esquecer-se das mazelas da vida. Então não têm tempo de ficar observando essas “besteiras de tempo”. Afinal, isso serve para quê? As pessoas só querem saber de coisas úteis, de coisas que possam vender ou, no mínimo, sirvam para debater numa roda de amigos. É por isso que assistem os BBBs da vida: para não ficarem por fora do bate papo. O importante é participar. Não interessa a importância do assunto. Aí, quem não gosta de ficar debatendo “BBBesteiras”, fica de fora observando as besteiras do tempo e aproveitando para escrever um crônica besta.

A.J. Cardiais
17.01.2012
Poeta

Crónicas :  Viento - Para ustedes
No necesitaba de alguna razón, yo estaba seguro de lo que sentía y eso me mantuvo con la creencia de que desde un inicio el paraíso se había hecho solo para los dos, me olvide de todo lo que alguna vez amenazo mi mundo, y seguí adelante, caminando a su lado, con la certeza de que siempre seria así.

Solíamos pasear por las tardes, justo en el momento en que el sol estaba por ocultarse, impregnando de un hermoso tono anaranjado a las nubes que viajaban sobre nosotros, no podría explicar el sentimiento que me causaba el verla pasear junto a mí, con la mirada puesta en los árboles, en la tierra, en el cielo. Siempre disfrute los momentos en que ella se fundía con la naturaleza, incluso cuando soltaba mi mano para salir corriendo lejos, sonriendo ante la libertad que encontraba al flotar entre la brisa; me llenaba el corazón verla volar, deteniéndose para acariciar las tantas flores que ahí crecían, me llenaba verla siendo libre siendo solo ella junto al viento. La veía a lo lejos y ella me veía a mí con esa sonrisa que me invitaba a levantar el vuelo, para disfrutar del paraíso que se había hecho solo para nosotros.

Al caer la noche las estrellas nos mostraban el camino de regreso, y el viaje siempre parecía eterno, justo hasta el momento en que nos encontrábamos frente a su casa, una vez ahí ella me abrazaba fuerte y caminaba hacia atrás para no perderme de vista, lanzando besos y sonrisas hasta el momento en que desaparecía tras la puerta.

Yo sonreía y rescataba del aire aquellos besos que aún quedaban suspendidos en el aire a través del camino, me gustaba imaginar que pronto no tendríamos la necesidad de separarnos, y buscaba en el cielo cualquier estrella que estuviera dispuesta a concederme quizá el deseo más grande de toda mi vida, caminaba despacio disfrutando del viento, el mismo que hacía que ella fuera tan feliz, el mismo que en un futuro habría de ser testigo del amor tan grande que sentía por ella, el mismo que me acompañaba siempre que por pensar en ella prefería no dormir.
Poeta