Dois irmãos compartilhando a dor Da perda do mais astuto e valoroso Herói de guerra, as almas dos Filhos suspiram e clamam por vingança.
- " Meu irmão, acaso nosso pai vagará Pelo Hades sem ter a certeza de Que a sua morte foi vingada? Estará em paz sabendo que um Vil e abjeto homem conspurca Seus lençóis com a mais baixa lascívia?
- " Electra, minha adorável irmã, tu Sabes o quanto me dói ser o criminoso Da mulher que me carregou em seu Próprio ventre, a qual falei as Primeiras palavras balbuciantes, A mulher que me deu princípios e valores.
Oh deuses, por que não posso observar Essa tragédia em casa alheia? Por que Devo manchar as mãos de sangue fraterno?
Os dois irmãos reconhecem a dor, A maldade, o crime e a morte Através daquela mulher que fingiu Receber seu marido em alta conta Logo tirando seu fôlego de vida brutalmente!
No sé si es la fiebre icariana o la luna, que no llega ni se llena… o el silencio, que se hace insondable en tu ausencia, quizás es que urgen para mi espíritu, las centelleantes líneas que trazas, desde tu sonrisa, tus ojos, tu compañía.
Para volar aún en la oscuridad y llegar, justo allí, donde repica tu corazón y sus acordes, hacen que mi alma se solace… y sin embargo creo que me vienen bien, estos delirios que alucinan y ensueñan, porque son, vienen y van por ti mi cielo.
No hay confusión, son tan solo ansias, sí, ansias infinitas de sentirte, de amarte, de explosionar en sueños e ilusiones… explorando el infinito iris de tus ojos, sí, de tus hermosos ojos, que sin embargo, quisiera nunca disipe mis delirios por ti.
Um ateliê de pintura com todos os tipos de tintas, pincéis, quadros, e outros objetos artesanais. Há uma janela que está aberta. Há um perfume de lavanda no ar no ateliê. Do lado esquerdo vemos um quadro de um barco e uma parte do mar, ele está incompleto, mas é um belo, sensível e admirável quadro. Perto dele está uma mulher chamada Elisabeth. Ao lado do quadro, há um banquinho com um rádio ligado. O rádio está baixinho e quase não ouvimos o que está sendo tocado. Elisabeth está pintando, mas para por um minuto. Ela suspira cansada e coloca a paleta e o pincel de lado. Ela vai até uma parte do ateliê onde há uma mesa com papéis, revistas, e alguns jornais. Ela vê duas cartas e pega.
Elisabeth- Oh, que maldição! Diablo! O Alonso me escreveu novamente. Eu já pedi a prima dele para dizer a ele que não quero que me escreva mais. Que homen insistente! Como Yo sufro! Com ela não poderei parar de falar, mas irei diminuir o número da correspondência. Creio que ela nem falou com Alonso, ou ele anda cada vez mais teimoso mesmo. Se continuar, terei que dizer ao pai dele.
Ela se afasta da mesa e vai até outra onde há algumas frutas. Ela pega uma maçã, olha para ela, e desiste de comer. Na mesa há uma garrafa com água e um copo. Ela enche o copo de água e bebe todo. Coloca o copo de volta na mesa. Ainda ouvimos o rádio baixinho. Ela pega uma revista em outro lugar e começa a folhear. Ela folheia três páginas rapidamente, depois lê duas e fecha a revista, levanta-se e vai até outro lugar onde há tintas. Ela olha para cada tinta, escolhe as que irá usar novamente e anda mais um pouco pelo ateliê. Ela vai até uma porta, abre-a e entra. Ouvimos o barulho de água. Ela abre a porta e sai enxugando as mãos. Joga os papéis em uma cestinha e volta a pintura que estava fazendo. Ela passa o pincel na paleta e começa a dar pequenas pinceladas em um detalhe do barco na parte de trás. Ela é detalhista e faz tudo com muito cuidado. Depois de terminar o detalhe, ela passa para o céu que está ao centro no quadro e com o mesmo detalhismo ela vai pintando o contorno do sol, a intensidade dos raios, uma mera sombra, etc. Ela para mais uma vez. Ela vai até a janela e fica espiando para fora.
Elisabeth- Oh, como estou... Não cansada, mas exausta de estar sempre no mesmo mundo, ainda que todos os dias eu veja pessoas diferentes nesta janela. Claro, tudo se me parece sempre um pouco diferente, mas dentro de mim as coisas permanecem iguais. As sensações e percepções a olhar para fora não são as melhores. Oh, este mundo não passa de um ambulatório de corpos ambulantes e desprovido de Beleza e Harmonia! Um mundo que parece mais uma grande teia de aranha a nos prender todos... (Sai da janela e senta-se onde as tintas estão, fica um momento reflexiva).
Ela novamente vai até o quadro, coloca as mãos na altura da cintura, morde os lábios e demonstra que ainda precisa trabalhar mais no quadro. Porém ela suspira longamente, passa as mãos no bolso e diz:
Elisabeth- Irei trabalhar nele depois que comprar vinho e mais algumas tintas como amarelo ocre, canário, e magenta. E vou agora mesmo que o tempo está suave, daqui a duas horas estará muito caliente.
Ela começa a sair, mas antes de sair toma outro copo de água. O rádio que ouvíamos desliga e não ouvimos mais nenhum barulho. O pano desce.
Uma sala com duas poltronas, uma janela com uma cortina rosa, uma estante, duas mesinhas com vasos de flores, quadros na parede, uma mesinha de centro com dois livros, e perto da janela um banco alto com um gramofone tocando um balé chamado O Pássaro de Fogo, de Stravinsky. Uma mulher loira, magra e alta, dança. Ela é uma bailarina e se chama Petrouchka. Ouvimos lá fora barulhos de bombas, tiros e canhões, mas ela continua dançando sem se importar com a guerra.
Petrouchka- Nem essa maldita guerra pode realmente me fazer parar de dançar( Dançando por toda a sala)- Essa maldita guerra só pode atingir pessoas estúídas e que não querem crescer como pessoas.
Sua dança se torna uma mistura de balé classico com contemporâneo. Mais barulhos de tiros.
Voz de soldado( off)- Precisamos defender essa casa! Mas há mais de trinta alemães e somos apenas cinco! É impossível! Eles realmente vão invadir esse prédio!
Petrouchka nada ouve e continua dançando. Ela consegue se desligar de toda a guerra, ela para um pouco de dançar, e senta-se numa poltrona e fecha os olhos.
Petrouchka- Essa poltrona me traz recordações incríveis. De minha avó, de meu pai a ler o jornal, de minha mãe a fazer tricô. Ah, como eu sinto falta deles. Desde que comecei a viajar com a companhia, eu quase nunca mais pude vê-los. E agora... Eles estão mortos.( Abre os olhos, levanta-se)- Vou voltar a dançar. Meus passos tem estado horríveis.
Volta a fazer passos de balé. Nesse momento a porta se abre com estrondo e vemos um soldado alemão entrar com tudo. Petrouchka para de dançar, se assusta, mas corre para uma mesinha com gaveta e abre. Ela pega uma arma, engatilha e aponta para o soldado que está se recompondo pois quase caiu entrando com tudo na casa.
Petrouchka- Quero que saia agora da minha casa, seu porco fascista! Eu não tenho medo de atirar! Saia daqui, seu besstydnyy!
O soldado olha para ela com fúria e puxa do coldre uma Luger e aponta para ela. Eles ficam com as armas apontadas um para o outro sem dizer nada.
Petrouchka- E então, seu maldito, quem realmente vai atirar primeiro? Acha que você com esse teu uniforme da SS e essa maldita cruz de Ferro criada pelo maldito imperador Frederico realmente vai atirar? Você estava fugindo da batalha, seu assassino covarde!
O soldado que se chama Wolf responde:
Wolf- Se continuar me xingando, vou te mostrar o que posso realmente fazer contigo. Abaixe a maldita arma!( Aponta para o coração dela).
Petrouchka ainda não obedece.
Petrouchka- Eu vou adorar matar um soldado que provavelmente matou minha família toda no ano passado!
Wolf- Nessa maldita guerra a gente mata ou morre! Você, abaize essa arma agora. Eu só quero ficar escondido enquanto esses malditos russos não me pegam e me fuzilam!
Petrouchka( começa a abaixar a arma, ainda com suspeita e raiva)- Seu idiota, havia ainda uns oito apartamentos e tinha que invadir o meu?
Wolf- Não irei responder essa pergunta tola.( Guarda a Luger). Que música é essa que estou ouvindo?
Petrouchska- O pássaro de fogo, de Stravinsky. Não é Wagner, nem Beethoven.
Wolf( torce o nariz)- É muito moderno para meu gosto.
Petrouchka- Claro, fascistas como você gostam apenas de obras que vocês consideram puras!
Wolf- E essa música é o que? Uma sinfonia?
Petrouchka- Um balé. Eu sou bailarina.
Wolf( surpreso)- Nossa, uma bailarina. Eu jamais iria me perdoar se matasse uma artista.
Petrouchka- Você já deve ter matado até santas ou velhas indefesas.
Wolf fica em silêncio aou vir isso. Fica constrangido com a resposta.
Petrouchka- Sabe, eu tenho estado entediada de ficar aqui, e claro, é perigoso, essa guerra toda. Vamos fazer um acordo, você parece ser um rapaz que tem um jeito para dançar. Nós dançamos um pouco, e você me tira daqui viva e me coloca em um lugar seguro. O que acha?
Wolf fica pensativo. Ele não acredita muito na promessa, mas de fato a mulher acertou ao dizer que ele gostava de dançar.
Wolf- Aceito, e tenho esse lugar e ninguém vai te incomodar.
Petrouchka- Aproxime-se então de mim.
Wolf vai até ela. Ela sorri discretamente para ele. Ela começa a a ensinar passos básicos que todos já viram para Wolf. Wolf no começo erra bastante.
Petrouchka( irritada)- Zadnitsa! É para a esquerda e não para a direita!
Wolf- Estou nervoso, e são muitos passos para decorar.
Eles continuam fazendo passos básicos de ballet e Wolf começa a acertar mais.
Petrouchka( não querendo demonstrar que está alegre pelo progresso dele)- Você realmente aprendeu.
Ouve-se mais e mais barulhos de tiros de metralhadora, de bombas e tanques começam a se aproximar.
Petrouchka- Bom, já fiz minha parte no acordo. A situação está começando a ficar ruim. Por favor, me tire daqui.
Wolf- Olhe, eu irei ajudá-la, mas ninguém pode saber disso. Você precisa ficar quieta, é minha vida que está em risco.
Petrouchka( revira os olhos incomodada)- Claro que não falarei. Eu vou te esquecer em menos de dois dias. Vamos logo, me tire daqui.
Petrouchka vai até a mesinha com o gramofone, desliga-o e vai para junto dele.
Wolf- Vamos! Eu tenho um esconderijo há seis quarteirões daqui. Lá não há batalha.
Wolf e Petrouchka saem apressados.
Wolf( voz off)- Entre no carro no banco de trás, e fique abaixada. Só levanta quando chegarmos.
Petrouchka( voz off)- Oh, eu poderia me passar por sua amiga, mas tudo bem, farei isso.
Um barulho de carro é ouvido partindo. No palco tudo fica escuro. Mais barulhos de tiros. O pano desce.
A infância maravilhosa. A juventude musical. O começo brilhante. A maravilhosa composição inicial de um gênio. A maravilhosa forma artística de um gênio. Contemplando a beleza de uma arte erudita. Contemplando a bela forma de composição de uma criança.
As relações humanas estão vinculadas matematicamente a uma equação de dois fatores oscilantes que vinculam sua qualidade e saúde. O eixo um significa o objetivo, a motivação o interesse, ou seja, o quanto uma relação pode estar atendendo ou não essa expectativa. O eixo dois dignifica o justo, ou seja, o quanto esta relação é ética, sincera saudável e benéfica para as partes. Assim sendo uma relação coerente deve estar equilibrada entre esses dois valores. Desta forma se valorarmos os eixos de 0 a 10, o melhor ponto para sua existência é o valor 5 para os dois referenciais, pois indica equilíbrio e bom senso. Imagine uma relação que atenda potencialmente a uma das partes, corresponda a seu interesse e satisfação, mas esteja longe da sinceridade ou da bondade, ou justiça, por exemplo, teríamos um caso nítido de submissão. Faça o diagrama e teste. É fácil de entender. Se você se pergunta porque um relacionamento morreu ou esfriou, ou se tornou algo fadado ao fim, fugiu a essa regra. Bom dia.