Poemas surrealistas :  Cerração II - Um poema besteirol
Cerração II - Um poema besteirol
Espanto a hora, espaço a vida
em um ou dois passos,
perco-me nos entrelaços
e volto a ouvi-la no final do túnel.
Com sempre
filho pródigo, prodígio
rodizio pela vida à fora
sem hora, costumes e meses...
É o desabafo na ponta da caneta.
Viajo na fumaça do incenso,
quero falar com Deus,
quero pedir forças cósmicas
estou em desencanto, desencontro
dez vezes sem conto
e nos dez, sou um dos mandamentos,
vírgula, reticências...
Quê faço eu, com sua ausência?
Principio uma interminável dissertação
e ouço uma canção.
O rádio, está afim de fazer briga
e eu estou afim de comprar um jornal
e sair por aí, lendo os classificados
sem conseguir classificar-me em nada
rompendo em lágrimas os meus sentimentos.
Sou tudo, poderia ser muito mais...
Tenho tudo, não sou nada
nem um bicho do brejo.
E se ser sonhador, for virtude
sou um virtuoso
porque visto-me de ilusão
as 24 horas do dia.
E a jia, mora na lama
continua sendo feliz
até que o homem não a faça de janta...
Estou com disritmia na maneira de escrever
e esquecer, é o meu problema,
apenas faço uma questão por segundo
e segundo os astros, meu símbolo é fogo
e eu sou fogo, porque me vejo água...
Haja teimosia para tanta heresia!
Será que é no destino, que falta um pino
e ainda não me descobriu?
Tem tanta gente por aí vivendo infeliz
e tanta gente infeliz, por aí vivendo
que ninguém sabe se com giz
pode se escrever: eu te amo e felicidade
ou com sangue, da ponta do dedo...
A palavra sangue, chega a ser violenta
mas, não é violeta, é vermelha
e vermelho, é a minha cor predileta
porque é violento e vivo
e violeta é flor, é dor, é morta
mas, não deixa de ser bonita.
Sou um servo leal e devotado
não sei de quem
porém, sou muito descarado
apesar da menina que ofusca minha honestidade...
Para falar a verdade, só tenho vaidade
e vai idade, vai idade, vai idade
vem velhice, vão-se as misses, os mísseis
e ai de mim é o fim, é ruim, é ruína
que arruína o meu coração de papel
apesar da minha insensatez
(insensatez deve ser algo que vem do incenso, não?)
e se for incenso, está comigo mesmo
porque adoro espantar as coisas ruins.
Se bem que, as boas, vão logo na frente.
Para o meu vexame, meti-me num enxame
não sei se de abelhas ou de gente
porque, na minha mente
só havia o exame final do colégio tal
e tão logo eu receba a minha carteira
de habilitação, serei um homem com "H"
habilitado à qualquer coisa
menos, a ter uma habitação
porque o homem do BNH
não está afim de doar.
Só me dão carteira de saúde
e durante um ano, eu me encontro sadio
para o que der e vier
e se vier mais forte do que eu
não adianta porque não devolvo a carteira.
Sou um colecionador maluco
adoro colecionar besteiras
e no meu mundo de ilusão
fiz bolinhas de sabão, penetrei no seu interior
viajei FOR IMAGINATION...
Ai, que criação! Tornei-me poliglota,
“biglota” ou "niglota" = (nenhuma língua)
mas, no fundo sou brasileiro
muito índio, muito guerreiro
muito purificado, muito selvagem
muito tão e assim, porém
sem quer nem que seja
fui e vim, sem querer ficando
no polo aquático ou água não sei o quê
e continuo brasileiro
índio-bol e maravilha
carnaval e sol na ilha
cana nos fins de semana
trabalho pro resto da vida
e a vida é procurar trabalho...
no bolso, sal grosso e um dente de alho
para afastar as ruínas e abrir os caminhos
ajudar o povo a não chorar sozinho...
tem muito caboclo roendo osso
e plantando capim para a alimentação.
Coitado do Sansão...
por quê cortaram os seus cabelos?
E eu aqui, querendo cortar os meus
mas, estou sem um tostão.
Ave Maria, que vida farta!
porque farta tudo:
farta amor, farta harmonia, farta até ilusão
porque ninguém se ilude sem comer feijão.
Falei em feijão
lembrei-me das cifras, do cifrão.
Coitado do nosso cruzeiro...
Os "barões" não podem mais fazer um cruzeiro
com o nosso cruzeiro.
Ainda bem que o seu nome vem de cruz
e cruz, lembra sofrimento
portanto, eles só têm que sofrer...
sofrerá, chorará
eu estou é querendo rimar
conjugar, misturar, arrotar, suspirar
gritar, chiar
porque passou umas coxas bem gostosas
em minha frente
que de repente, esqueci o fomento
(significa: fome mais aumento)
perdi o fim da meada, da picada e etc...
Voltei, espantando a hora
espaçando a vida
e em um ou dois passos
esqueci a ferida
e fui brigar por outros motivos.
E para encerrar esta quermesse
eu rogo à Natureza uma prece
para que perdoe os homens
com toda a sua “analfabedoria”.

Em: 11.08.1982

imagem: google
Poeta

Poemas surrealistas :  Cerração 1 (um poema besteirol)
Cerração 1   (um poema besteirol)
De mansinho, fui molhado
por respingos, salpicados
do monstro do monte verde alado
coração, mágoa, água, de mãe abençoado.
Coração, mão, mágoa, de mãe petrificado.
Cantiga do DÓ de mansinho dormir.
Lua da cara preta
não me envolve mas, me espreita
e se deita
no meu colchão
adocicado com o perfume de após sexo.
Estou complexo, com o complexo
de coração, mágoa, água
agora desencarnado
e vivenciado por um ator
que é o autor, de inúmeras pedradas
no telhado do vizinho.
(e era criança mimada)
Teve complexo escolar,
complexo industrial,
complexo de todo tipo
complexo de todo mal
menos, complexo de simplicidade.
Na lua, onde um segmento é mãe
até São Jorge tem força
para devorar a serpente.
(hoje se come de tudo)
Água...
Involuntariamente
se envolveu com um cara casado...
Agora, está grávida
mas, sem gravidez
porque ela toma "Píula do Dotô Rossi calibre 45".
Quando a coisa aperta,
ela esperta o gatilho
e sai gato por tudo quanto é trilho
e mata a fome dos favelados, flagelados e etc.
Mãe...
Palavra simples, mas
mais forte que a dor de uma cabeçada
num poste ou que ciúme de marido possessivo,
peçonhento, avarento e tudo que acabe com "ento"
até chegar o aumento
dos não trabalhadores da vida.
(está bom de fundar um sindicato)
Ai amor...
Quem foi que fez de mim um trouxa?
Sempre uma mulher inverossímil...
(coloquei esta palavra aí mas, nem eu sei
o quê significa)

Vamos deixar de lado
e agitar a poeira da cidade
que está precisando dar a volta por cima
de quem a petrificou (ela preferia asfalto),
deixou a bichinha com o coração de pedra,
não ama mais ninguém...
Nem eu, nem eu, nem eu...
Cruzes! Pé-de-pato mangalô três vezes!
(não assumi nada não, viu? Foi só uma descontração)
Eu queria ver o sol
e amar aquela morena do meu planeta...
(e acabo de dizer que não amo mais ninguém,
sou uma merda)
Vamos mudar de assunto?
(parece até aqueles cadernos de confidências
de jovens adolescentes)
Hi (ou xí?) mãe, madrinha, pai-de-santo, banho de folha...
Me tira desse astral
e me bota num cometa de... de...
ah, o nome é inglês e eu não vou escrever não,
porque ninguém vai saber ler mesmo!
Eu já nem sei
se quero ir para o cometa de...
ou pra merda,
ou pra uma história em quadrinhos
ser super-herói de nada,
não tem de quê, disponha...
Um dia desse
eu vô tomá uma "PÍULA DO DOTÔ ROSSI CALIBRE 45"
pra ver se me dou bem no outro astral,
porque este aqui está sendo banhado pelo sol
e eu estou me queimando muito.
De mansinho, fui molhado pela lua
mãe, mágoa, rua
chegando que de cara lavada, mergulhou na atmosfera
montado num cavalo branco...
Eu era um herói cachorro.
Gente, não quer ser chamada de cachorro,
e cachorro, muito menos de gente.
O que me atrai nesta disponibilidade toda
é a probabilidade da discordância
sem elementos químicos para escrever;
é o disparate da caneta enferrujada e muito mais;
A mente aberta e educada
para o caos da linguagem ferina, ferida,
metida a besta...
Orgulho de ponta endurecida.
Falei, calei-me e BAH! Cuspi.
Voltei novamente para o momento
onde a lua da cara preta, cantava em Dó
para mim dormir só
sem acompanhamento de viola
sem carinho de mãe, sem mágoa, sem água,
sem brio, sem brilho, sem trilho...
Vou embarcar novamente naquela canoa
que me trouxe a vida
que me deu guarida
que me fez o sol
e vou fugir desta cidade
que já não é mais abençoada
por causa dos calçadões
que perambulam em nossa frente.
Vou procurar o monstro, do monte verde alado
para defender essa cidade, pobrezinha,
coitada, donzela, singela e pura...
(quanta coisa boa)
E lá vai minha cidade fazer turismo na Europa
para ver se ganha o troféu "berimbau de ouro"
e traz para o Brasil.
Canil?
Coitado dos cães...
Estou vivendo uma aventura e tanto, de olhos fechados
e me pergunto:
Quem fez esta sopa?
Ou este sapo?
Troquem as letras, bebam um e comam outro.
Coitado do bichinho...
Que perversidade...
Morreu, antes de alçar o seu primeiro voo...
Cuidado com os aviões!
Estão "aeropelando" os urubus.
Parece que estão com despeito dos planadores!
E, em primeiro plano, uma notícia:
A U M E N T O G E R A L !
Pronto, todo mundo desmaiou de susto.
É o surto, é a epidemia de melhorias sem hora,
e agora?
Já tiraram a bandeira do mastro?
Eu, quando estou afim de escrever, é assim:
Merda por cima de merda.
E tome-lhe canetada, canecada, mal passada...
Isso dá até fome.
E fome lembra os favelados, flagelados, famigerados...
Hum... que fedor de pum...
(isto é para fazer samba)
Vou rimar a vida
vou rumar testa à fora
vou viver, senhora
que o mundo está girando
e o meu país é jovem,
tem a cabeça nas nuvens,
só pensa em futebol e carnaval...
No final de tudo, se dá mal.
É varonil, é verossímil
(comecei a abusar da palavra)
sem chances de esconder,
que jovem tem a mente conturbada, perturbada, agitada
e as coisas continuam complexas...
A culpa cabe ao complexo vitamínico
para endurecer mais o juízo final d'alguns
que pensam que a vida é remédio
e remedeiam a vida toda ou toda vida...
Vida! Vida! Vida!
Vem ver o buraco em que estou!
Que fiz? Que sou?
Tubarão?
Até tu, barão?
Com medo de usar o coração?
És um bruto!
Amas?
Já não sou mais criança para falar a verdade
porque besteira, quem fala é adulto...
E lá vou eu de novo, pé de chinelo
coração do vento
querendo aumento
sem trabalhar...
Vou partir, vou rimar
vou chiar, que é para o mundo me ouvir.
Batedor, batalhador
cheirando a cachaça...
Estou doido para voltar ao começo
e continuar minha poesia
mas esta caneta está afim de falar
relinchar, extravasar
e eu só quero é paz, meu rapaz.
Vou vestir um blusão verde oliva
e sair por aí dando marcha-a-ré, cavalo-de-pau, etc...
Ser garoto propaganda
divulgar a Natureza
e combater os vícios de linguagem a que somos vítimas.
Ah, use um creme dental porque você está mal...
Eu estou doido para voltar ao começo
e falar da lua mansa de confetes e serpentinas
mas, esta menina, me enche de ilusões
e me faz gastar todo meu dinheiro.
(já não tenho nenhum)
Me disseram para ficar calado
e aqui estou eu, fazendo um verdadeiro ninho de rato,
trapo, maltrapo e than! Cenas de filme mudo...
Odisseias, bravos, sensações, alucinações e loucuras...
(leiam com sotaque de francês, carreguem no "R"
assim ó: Loucurrras. Sacou?)
Vão pensar que vocês são mas, vocês mostram que não são.
O estopim está aceso, mas não haverá
nenhuma explosão porque meu coração
está cansado de tanta emoção
e de viver amor.
Lua prata e céu marinho
com tanto jeito de dar carinho
fui sendo molhado bem de mansinho
pelo orvalho que caia devagarinho
e amado pela lua no meu leito, no meu ninho.
Devagar, que este assunto merece respeito,
falem bem desta cidade e andem direito
não pensem em casamento
não provoquem engarrafamento
tirem os carros dos passeios
para não quebrarem o cimento.
Sou um tremendo defensor das coisas certas
mas, acontece que os pedestres não ajudam.
E que malandro sou eu, pra ficar dando colher de chá?
Tá se sentindo mal?
Tome a "PÍULA DO DOTÔ ROSSI CALIBRE 45"
e os seus problemas vão para o inferno de Dantes,
depois, antes...
Quem terá problemas será a sua família
que terá que gastar uma fortuna para fazer seu enterro.
(isto foi um comercial para o dono de uma casa funerária)
Agora, partamos de um assunto nefasto
para dar uma de “poemeiro”, “polemista”, boateiro...
E lá vai bomba! Assistam no próximo episódio:
Brilhantes, os meus olhos
faiscavam no escuro
quando de cima do muro
surgiu o nada assim de repente
no vazio dos acontecimentos...
E daí, acontece cada coisa
que a gente fica besta e falido
falando sozinho ou da vida dos outros
de assuntos pautáveis, palpáveis, paupérrimos,
pau n'eles e haja pau pra tanta briga.
Eu gosto mesmo é de...
(deixarei que as reticências falem pela mente de cada um).
CERRAÇÃO é o momento, em que cerrar é uma ação,
em que uma serra, entra em ação;
É um ato do autor de inúmeras pedradas
no telhado do vizinho...
E ai de mim, que levava a fama.
Era famoso, mas não queria.
Prematuro, fruto maduro, mas duro,
rocha, rock, Roque, e a danada da CERRAÇÃO
não dá muita visão,
embaralha as palavras na minha demente
e somente você pode abalar, abalroar, abarrotar de amor
o sentido da lua da cara preta no momento...
Mãe, manda chuva, mutirão
São Jorge, mate o dragão
serpente, cão seu irmão
numa nuvem de emoção.
Briguei com o risco
e arrisco a vida trabalhando
sem risco mas, com todo cisco...
E circo é a minha vida.
O mundo é o picadeiro
e eu o palhaço, a palhoça, o pamonha, a paçoca...
Sou tudo, no meio da festa.
Que absurdo!
Escancarei a minha janela
e invadiu-me uma brisa.
Saravá, meu irmão, que a vida está viva!
Se a Natureza um dia se revoltasse,
o que seria de nós?
Somos fracos diante dela...
E a vela, era para o santo padroeiro de uma cidade benta
que não tem poluição, nem engarrafamento
e o esgotos sempre funcionam em tempo de chuva...
A chuva, me lembra o orvalho
e o orvalho, me traz desabrigo
e nisso, eu fico ferido
lembrando dos flagelados...
E lá vou eu, caminhando se mereço
sofrendo, pagando o preço
de viver um trauma, com complexo tão complexo
que não dá para encarar...
Explode, meu irmão!
Vai ser padre e rezar para a população
que vive ociosa e ansiosa de uma recuperação
só esperando os prêmios das loterias
para realizar a sua ambição...
E eis, que o choro de uma guitarra me desperta
e lembro-me
que de mansinho fui molhado
por respingos, salpicados
e o sal anda "picado"
com tanta rehidratação...
E tanta ciência me toma a benção
porque o escuro é neutro, e neutro é vazio...
Não procure discussão sobre o assunto
para não haver discrepância.
Deixe tudo como está para ver como é que fica...
Axé, prêmio Nobel da esperança.
Quiçá, por ventura, talvez
eu me encontre no fim desta estrada
e esta CERRAÇÃO me dê algo para comer
porque, de fome, a minha barriga já anda cheia
e somente você pode me abandonar.
Bah! Não estou aqui para fabricar ilusões
nem me tornar um labirinto.
Eu quero é salvar o pinto
de se transformar em omelete...
Tô doido pra terminar,
mas ainda não arranjei um jeito.
E me deito,
e me levanto
e nada desse porre ter um fim...
Então eu vou terminar assim:
Adeus, meus compadres, meus camaradas
pois falei muito, não disse nada
mas, desabafei e minha mente atrofiada!

Ai, que cansaço...
Mas, se eu quiser ser escritor
tenho que me...
virar.
(maldosos, pensaram que eu fosse dizer um palavrão, não foi?)

Levei um ano para fazer isto...
Está aí a prova da minha eficaz eficiência.

A.J. Cardiais
30.07.1982
imagem: google
Poeta

Poemas surrealistas :  LA SALA DE LOS ABANDONADOS
LA SALA DE LOS ABANDONADOS


Paisajes eternizados en mi mente.
Testigos viejos los balcones,
cuanto tiempo en la misma sala.
Solo abandonado por los que más
te amaban, y hoy solo eres nada.
Objeto de risas para los acompañantes.
Mañana mueres, y no hay quien
llore, ni siquiera los techos de estos
paisajes que clavan las maderas,
sosteniendo las tejas.
Bienvenido eres en la sala de los
abandonados, en la sala de los
enfermos, en la sala de los eternizados
nombres, que mañana serán fantasmas…

Otro ocupará la misma cama,
otro quizás vuelva a las calles,
otros tal vez, morirán y serán fecundos
en las paredes de la misma sala.
Sala que vieron llantos, que entendieron
los sueños, que callaron a los vivos,
y que ya nadie ama como debía serlo.
Paisajes eternizados en mi alma.
Paisajes que cobran vida, atormentando
mis sueños, mis sentimientos, mis hojas
blancas y letras rojas, escritas con las
sangres de todos los enfermos…

La puerta vieja, las sonrisas llorosas,
la calma inesperada, los huesos vestidos
de pieles.
La voz baja, hacen que los venerados
pasados vuelvan hacer presentes, en los
paisajes de las paredes.
La sala se llena de todos los pacientes,
fantasmas y carnes.
El miedo solo vuela por los tejados como
gatos negros que lamen las heridas de los
muertos.


Autor: José A. Monnin
Limpio-Paraguay
Derechos reservados.
Poeta

Poemas surrealistas :  CEMENTERIO ESPIRITUAL
CEMENTERIO ESPIRITUAL


Esperar tras la puerta.
Encerrando ideas, matando noblezas.
Sudar de frío, castigar al laberinto
de húmedas tristezas.
Aun el fantasma gira de miedo,
y todo se torna desierto.
El campo destierra, a los muertos,
los huesos gritan en soledades,
las alabanzas caen al suelo, como
lluvia sin destino.

Los cementerios han quedado
vacíos, los féretros han abierto las
puertas del otro mundo.
Cementerio espiritual, los necios
querrán saber de la verdad, y todos
al descubierto sus almas verán.
Sigilosa, las sombras darán las
costillas a los perros del infierno.
Escarnio de cerebro marchito,
la piel será testigo de tu verdadero
castigo.

Mientras espero tras la puerta,
cazando espectros.
Las nubes anuncian su llegada, y
los ojos de la serpiente brillan en
los cráneos malditos de los poetas
ya idos.


Autor: José A. Monnin
Limpio-Paraguay
Derechos reservados.
08/02/2013
Poeta

Poemas surrealistas :  FRAGMENTO
FRAGMENTO


Sonreír y escapar de ese
laberinto seco, minucioso
de carácter oscuro y silencioso.



Autor: José A. Monnin
Limpio-Paraguay
Derechos reservados.
16/01/2013
Poeta

Poemas surrealistas :  EL CONOCIMIENTO VOLARÁ
EL CONOCIMIENTO VOLARÁ


El conocimiento volará.
los murciélagos lo sabrán,
y los hombres temerán.
El despertar no tarda en llegar,
las heridas sanarán, y todos
bajo la luz lo verán.
La muerte pasará, la muerte
ya no ejecutará, pues su vida
entregará a la bestia que el
mal creará.
No temáis profetas,
no os alborotéis poetas,
ni vosotros que os creéis santos.

A todos vosotros, os cantaré si
fuera posible.
Pero, nada de eso será rentable,
pues la muerte ya no tendrá poder,
ni la vida amor, todos caeremos
al esplendor de las tinieblas, que
aun Maldoror sentirá la furia en
su corazón.
Las revelaciones gritarán, el libro
de las memorias callaran, y tú,
hombre al polvo volverás.
Ni aun la muerte al gusano olvidará.
¿Y, entonces bajo quién estarás?.


Autor: José A. Monnin
Limpio-Paraguay
Derechos reservados.
02/02/2013
Poeta

Poemas surrealistas :  POEMA DESCONTROLADO
POEMA DESCONTROLADO


Hoy amanecí con furias en mi corazón,
he sentido la ira de todo el universo
en mi piel.
Así, levantándome con la cara de dolor,
sentí lo que todos llaman descontrol.
Sin ganas de escribir, sin ganas de escupir,
sin ganas de vivir, sin ganas de esculpir
los versos para ti…

La naturaleza arremata mi alma,
provocando el terremoto en mí ser.
Lo sádico vuelve a comer la carne de
mi corazón, convirtiéndolo en gusanos
para tu razón.
El techo arma lo psicótico del clepsidra
de que vuelvas a ver.
Todos, caen sobre mí, todos, desean
morir, todos callan en mí, y los huesos
desean vivir…

La guitarra dormía, la cama sufría.
Los sueños caían, la realidad reía.
El techo despertaba el destello de la
vida pasada, y tú, volvías como si nada.
Solo mis ojos te veían. Creyendo ser
loco, mis hermanos en la jaula me
tenían.


Autor: José A. Monnin
Limpio-Paraguay
Derechos reservados.
31/01/2013
13: 25hs
Poeta

Poemas surrealistas :  ESTIRPE ROTO
ESTIRPE ROTO


En la psicosis del alma,
anidan esperanzas tratando
de romper lo sádico del
corazón.
Invulnerable el rostro de
ojos cargados de sueños,
en su mirada se nota el terror
de sus jaquecas.
Hombre de estirpe roto,
que vio los días en sus hombros.
En la trampa de la depresión,
cabe la coraza de la muerte.
Eterno galardón, su corona
eres tú.
Romper el silencio en la oscuridad,
y llamar a los del más allá, y así
tomar del clepsidra la vanidad.


Autor: José A. Monnin
Derechos reservados.
Limpio-Paraguay
26/01/2013
Poeta

Poemas surrealistas :  Prosopopeia desvairada
Prosopopeia desvairada
Prosopopeia desvairada:
o inteligível é inteligente,
e o que é solvente
é marmelada.

Absorventes absorvem tudo,
menos minha fé imaculada.
Santa Mãe de Deus dos ignorantes,
que ignoram a verdadeira felicidade,
e acumulam coisas nas estantes
e nos cabides da nossa vã filosofia.

Prosopopeia desvairada,
não quer dizer nada.
É só um Dadaísmo
nesta nossa hierarquia
“devocionada”.

A.J. Cardiais
imagem: a.j. cardiais
Poeta

Poemas surrealistas :  Noctóleos
Noctóleos

Una noche pidió sombra a la nieve lejana
¡Oleos de la noche transitoria cumbre!
entre las plumas de arista cercana
la esquina de la tarde qué no canta
ni cristales ni alfileres noctámbulos.


¡Óleos, óleos!
Por el desnudo hueco sin gente
la ceniza fresca devora
la sed sin sufrimiento
el rincón de los cangrejos
el ratón de los canguros


¡Noctóleos, piensa, sí, en esos noctóleos!.
Porqué en la sed inútil de la vieja nube viaja,
la cuchara del harapo, sin rodillas riendo,
al hambre de la cerca, y el ganado fuera,
perdida voz de cisne, derretido el plomo,
en el ruido enredado, que se esconde ya,
cambiando al huevo de rituales maduros,
al trote de los gases, y los cactus ya,
en el mundo de los cascos, y las larvas,
hilos tibios, al extraño gemido de la lana,
en la tropa de los lagos sin el nido.

¡Sí, sí, en esos óleos de la noche dura!

Una noche incansable cera caliente,
que nada sabe del engaño del piloto,
en la flama de nobles nubes,
en la rama de robles rudos,
nocturnísticamente empoenado.

Por el desnudo sueño de las piedras,
que la mañana rala dibuja,
en el agujero de las aguas,
en el sumidero de los ecos,
oleaginoso doliente.


¡En la noche oleosa pesadilla!.

Del algodón que vigila, el arco silencio,
en la calle insatisfecha, del fantasma,
con la escarcha, de veinte años,
en el rostro sin cansancio,
con la espuma hundida del zapato,
en el vidrio enflaquecido, del oleaje,
del níquel nervioso, hasta el cuello,
que busca la llave del llanto,
por la llama obligatoria, de las verduras,
del llano que muerde sueños a la luna.

¡Noctóleos, noctóleos otra vez!.


Por ese canto rojo, del perfume frío soñar,
de las caderas en los pétalos de tigres,
alimentando al mismo vidrio sereno roto,
de la blanca tierra, sudorosa la madera,
recuerda al muñeco desnudar, del gran camello,
alegre del frotar invernaderos, al calor doblando,
huellas ámbar de ratones, y latones, oleaginosos,
brillantes torrentes, al abanico tendidos en la voz,
violeta de la mirada, imantada donde la fidelidad,
desespera, entre la felicidad despistada, haciendo,
cielos del destino, en las estampas estepas,
de los resortes del océano, del umbral erguido,
en la noche de aceite en aceite. ¡Otra vez!.


Porqué
Al
Final
Una noche dejó al desnudo sol, entre muchos.
Cielos exhalando golondrinas, sin azúcar,
por los enjambres despoblados,
por los alambres aceitados.
¡La última noche en el fondo de la luna!.


Autor: Joel Fortunato Reyes Pérez
Poeta