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Para onde vais criança? Caminhas em estrada sinuosa Numa caminhada perigosa Tentando dar rumo à vida. Eu sei, eu sei que tu procuras A felicidade que outros têm Mas para ti ela não vem E porquê? Todos temos direito ao Sol Todos temos direito à educação E temos também o direito à indignação!. Não te deixes abater Não te deixes cair num abismo Donde dificilmente sairás. Pára de parar nessa estrada da vida Procura outra, a que te é devida. Levanta a cabeça, mostra a tua dignidade Caminha de peito aberto Grita, grita, reclama Que queres uma estrada sem lama Que queres viver a vida com amor Sem miséria e com pudor.
A. da fonseca
SPA Autor nº 16430
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Poeta
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Hoje acordei e quis falar com a vida. Da minha vida, claro, a que me pertence. Ela estava presente, ali mesmo em mim. Bom dia minha vida, julguei-te escondida Não te via, mas estavas no meu jardim.
Sim, o meu jardim. O jardim de infância, O jardim da adolescência e da irresponsabilidade, Aquela que me deu o perfume do amor Aquela que me deu toda a importância Á medida que aumentava a minha idade.
Mas ando intrigado, sabes? Sinto-te menos! Antigamente tu me davas a alegria dia a dia E depois de algum tempo não sei porquê, Sinto que me abandonas, os dias não são serenos Se como por mim agora só tenhas antipatia.
Sinto que foges de mim como água entre os dedos. Todos os minutos te sinto menos carinhosa, Te sinto como se tu quisesses me abandonar, Como se eu para ti nada fosse que vinho azedo Tu que sempre me ajudas-te, sempre amorosa.
O teu amor começou no ventre de minha mãe. Ali me trouxeste esperança e a respiração. Continuamos amigos e tu me deste os olhos Para poder ver o meu caminho, ir mais além E hoje sinto que tu queres parar o meu coração.
A. da fonseca
SPA Autor 16430
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Poeta
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Ò vida minha Que te amo tanto Tu és tão meiguinha Numa valsa dançando. Um passo para trás Dois para a frente Ope lá! Uma voltinha Uma segunda E uma terceira Uma quarta ainda Ò minha vida Tu és tão lindinha.
A morte estava sentada Ao canto, no seu lugar Fizemos-lhe um careta E fomos os dois valsar. Um passo para trás Dois para a frente Ope lá! Uma voltinha Uma segunda E uma terceira Uma quarta ainda, Ò minha vida Tu és Rainha.
À noite fomos para a cama Para nos irmos deitar Mas tu com a tua chama Preferiste ir valsar. Um passo para trás Dois para a frente Ope lá! Uma voltinha Uma segunda E uma terceira Uma quarta ainda. Ò minha vida Tu és Joaninha.
E pela vida fora Foi sempre a dançar E até à aurora Era só valsar. Um passo para trás Dois para a frente Ope lá! Uma voltinha Uma segunda E uma terceira E uma quarta ainda. Ò minha vida Tu és andorinha!
A. da fonseca
SPA Autor nº 14630
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Poeta
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A vida me espera, não sei de que forma... Sei que não sigo a norma dos acontecimentos.
Sou feito de momentos, de sonhos e de rimas. E transpiro os climas de chuva, sol e ventos.
Então não tenho "um tempo"... Tenho todos dentro de mim. Se para alguém sou ruim,
para outrem eu sou bom. A minha "norma" é assim: dançar conforme o tom.
A.J. Cardiais 11.08.2011
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Poeta
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Para mim a vida é um jogo ou uma brincadeira... A vida é uma bandeira exposta ao tempo.
A vida é um movimento de rotação e translação: tudo influencia, tudo sentencia. A vida é uma poesia! Que beleza...
E para minha alegria ou para minha tristeza, nasci poeta.
É por isso que eu brinco com ela. Mas nessa brincadeira, às vezes ela fica muito severa.
A.J. Cardiais 28.05.2011
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Poeta
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Quando exponho meu drama e desnudo minha alma, solicito ao poema para ver se me acalma.
O cheiro da tinta da caneta, modifica a trajetória da minha letra. Não escolhi ser poeta, nem sei qual foi o incidente que me fez ser o que sou.
Não tenho uma trajetória definida: vivo rimando minha vida, sempre de olho na morte. Finjo-me de forte, para ocultar minha fraqueza.
Jogo-me na correnteza e, com um pouco de sorte, chego onde o poema quer me levar... Tudo isto, sem deixa de sonhar.
A.J. Cardiais 25.01.2011
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Poeta
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Apesar de brincar dizendo que sou irresponsável, sou responsável pra cachorro... (pra filhos, gato, periquito, plantas...)
Apesar de viver fugindo da realidade, ela está sempre comigo... Mesmo eu sendo seu inimigo.
Ela diz que inimigo declarado é melhor que amigo falso. Amigo falso vive no seu encalço, só para vê-lo derrotado.
Apesar dos pesares, sempre estou "nos ares", quando se trata de viver. E quando a responsabilidade me chama, dá um trabalho danado pra descer.
A.J. Cardiais 25.01.2011
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Poeta
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Talvez por ser poeta eu sofra mais do os outros mortais. Porém uma coisa é certa: eu vivo muito mais.
Eu vejo vida numa gota de orvalho, vejo vida num risco, num talho... E quando misturam o baralho, me seguro em algum galho.
Enquanto os outros só vivem se estiverem participando, eu não preciso participar. Fico a observar e me satisfaço poetando.
A.J. Cardiais 30.01.2011
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Poeta
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Sempre levei uma vida de história em quadrinho: às vezes sou o bandido, às vezes sou o mocinho.
Muitas vezes passo escondido, fugindo da malvada realidade. Ela vem com sua voracidade tentando destruir meus sonhos.
Mas sou um poeta destemido e não me entrego facilmente... Imponho um duelo diferente:
Já que ela quer duelar comigo, deixo ela de castigo, e procuro ficar ausente.
A.J. Cardiais 25.01.2011
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Poeta
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A poesia nunca serve ao Poder porque, quando ela não desperta o povo para o prazer, ela está lutando contra a escravidão, contra a corrupção, contra o "mangangão".
A poesia sempre está do lado da população. Ela olha a civilização como um todo: não existe separação.
A poesia não é só estas rimas bestas, que acabo expor... A poesia é uma forma de olhar a vida com amor.
A.J. Cardiais 30.04.2011
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Poeta
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