|
Ramos de flores, nas jarras ficam até que sequem, depois faço arranjos, sei quem, mas ofereceu, ficam té que queiram ter pétalas. Com muito carinho, sempre que as olho, agradeço a quem, mas deu. Não perdem a beleza, alegram a casa. Um pequeno condão Deus me deu. De qualquer coisa que muitos deitam fora faço algo. Neste andar onde o fausto da minha casa não existe, com o carpinteiro e até de extratores de tecto do quarto de banho estragado, algo faço. Longe está o tempo que passava a tarde a limpar pratas e não todas, resguardar de mãos sem força e cuidado guardava, bacarás, cristais da boémia, serviços de jantar de pura porcelana, bibelôs em biscuit. Peças da Vista Alegre antigas compradas em leilões. E muitas coisas mais. Um pequeno museu que deixei sem dor nem pena. Sei que eram pedaços da minha vida. Mas esta mudou e eu mudei também. O sossego, a paz, ser livre não tem preço. Paguei caro, mas foi com o coração dorido que o fiz. Nesta alegre amálgama de coisas sem valor, sou mais feliz. Mais agora que posso ouvir a voz de quem sem pensar no mal que faziam me rejeitaram. Atrás de um dia outro vem e com surpresas, algumas muito agraváveis e que alegram. Pouco preciso, um café com leite pão mesmo do dia anterior, uma maçã um pouco de arroz feito por mim, meio bife, um ovo estrelado e peixe. Uma cama fresca, fofa uns cremes, perfume que uso o mesmo desde os meus vinte anos. E um sorriso com um abraço terno ao final da tarde. De quando em vez um piropo, não importa se é verdadeiro ou não, um encontro do passado numa rua qualquer. A minha musica, sempre suave com piano, lembrando a quinta onde vivi e que ao som da Ave maria cantava e a minha irmã tocava, com o som explanado na noite estrelada de verões longínquos. Eu tocava também, hoje já não sei, muito cedo troquei o piano por panelas e fraldas para a minha filha. E assim foi sempre, trocando a minha vida pelo bem-estar da Família. Mas já passou. Hoje vivo comigo e para mim. No tempo trocado, mas mesmo assim, tenho quem se preocupa comigo e anula a sua vontade pela minha. Tento sempre repartir pelos dois, não quero que façam o que fiz com a minha. Porto,6 de Maio de 2017 Carminha Nieves
|
Poeta
|
|
Que nostalgia é esta que me invade sem ter razão de existir. Não é triste, nem alegre, é uma serena paz. Sem pensar em nada, sem ter preocupações, uma leve ternura do presente, entrelaçado do passado, é como se a alma voasse para lá do infinito. Atrás da montanha para descansar, acariciada por um sol leve e uma brisa que me afaga, estou num limbo que nunca vi. Uma leveza branda um sentir que em pausa descanso sem dormir, planando num viver sem sobressaltos. Envolta no cinzento do céu, ouvindo o eco de um trovão longínquo, tenho uma paz imensa. Neste letargo manso, amo a todos, mesmo aos que acordada e atenta, não perdoo o mal imenso que me fizeram. É bom nos braços do meu Anjo da Guarda, ser embalada como hoje. Apetece gritar ao mundo que estou aqui, depois de tantas complicações, desesperos e sofrimentos, estou nesta nostalgia que sabe ao céu. Entes queridos que partiram, mas que em mim ficaram e me ajudam. Será a eternidade assim? Doces recordações de um tempo, que sinto ser o agora. Pedaço de papel levado pelo vento, é a vida a ir ao encontro de novas vidas, feitas de outros pedaços de papel. Vontade de dançar ao som de suaves musicas abraçada a uma fofa almofada, olhando o horizonte, transformo-me em um nada que é tudo e é muito. Sem espelhos que reflitam a minha imagem, sou a paz, a leveza de estar aqui e viver como se ainda não tivesse vivido. Tudo fantasia, mas é necessária, é decisiva para ser sempre jovem. Assim, sou o eu verdadeiro sem vergonha de sonhar e ter tudo no nada. Porto,3 de Maio de 2017 Carminha Nieves
|
Poeta
|
|
Em ti vive a minha vontade de viver. Em ti há a luz da alvorada que inunda o meu quarto e me acorda. Em ti há a força de querer vencer a nostalgia que por vezes me entorpece. Em ti encontrei o que nunca tive. Na simplicidade da tua maneira de ser, sem fingimentos, quase rude no teu estar, a doçura como capa tudo cobre e somente fica a tua bondade. Diferentes em quase tudo, desde a idade, até ao complicado saber estar e fazer a diferença, quando em publico, somos a exepção . És como se o meu Anjo da guarda se fizesse homem. Contigo modifiquei para melhor. Nunca saberás o quanto te estimo. Eternamente grata a Deus por ter cruzado os nossos destinos. Nunca pensei ter esta graça, mas tenho pena, muita pena de não termos nascido no tempo dos dois. Mesmo assim, sinto que somos a diferença entre os outros. Misto de crianças inocentes e adultos conscientes, somos incompreensíveis para todos. É bom e o sorriso que temos em comum é espontâneo, sem pensar sem obrigar os nossos olhares cruzam-se cúmplices Sem esperança, vivi, sem alegria também, molhada pela chuva chorando andei sem destino acompanhada da impotência de nada poder fazer. Amei quem nunca me amou. Desejei o que nunca alcancei. Hoje em ti de mãos dadas, sinto que não estou só. Não é amor, nem desejos ocultos, é somente ternura e carinho que é o melhor que poderia ter. Obrigada por tudo. E peço perdão por muitas atitudes que tive e nunca as deveria ter tido. Se soubessem como somos e como vivemos, ninguém apontaria o dedo com maus pensamentos e tentariam ser como tu. No meu amanhecer quase ocaso, sou alguém que tarde mas ainda a tempo, tem o que de melhor a vida pode dar. Porto 3 de Maio de 2017 Carminha Nieves
|
Poeta
|
|
[img width=450]http://img1.picmix.com/output/pic/original/3/4/1/3/6483143_1f9d6.gif[/img]
"el ser humano puede comprar y adquirir objetos," pero nunca Compro el amor y la amistad, porque ¡ esa propiedad viene del corazón, alma de d!
"inspiración de la frase de: — Antoine de Saint-Exupéry."
|
Poeta
|
|
[img width=650]http://img1.picmix.com/output/pic/original/1/8/0/3/6483081_25d93.gif[/img]
|
Poeta
|
|
Retalhos sem coerência para ler e criticar, elogio e critica são inseparáveis. Ambos são essenciais para obrigar à reflexão. E aprendo muito vejo os meus erros e agradeço. Não mudarei a minha maneira de escrever nem como penso. Nem tentarei ser mais ou menos aceite. Mesmo em estado inerte perante o inevitável, impotente para poder ajudar quem precisa, seja de saúde, monetário ou somente fingir que sou incólume ao sofrimento alheio, nunca me entenderiam. Pois não choro, nem mostro o tremendo tormento que vivo em certos momentos. Por algum tempo, escrevi muito pouco. Paralisei a vontade de desabafar. Com muito custo, mas consegui. Os outros nada podem fazer e não valia a pena pois cada um tem os seus momentos tristes, aflitivos ou calmos. Obrigatoriamente tenho o dever de não importunar a quem longe nem se lembra quase de mim. Sou uma mais entre milhões, sou eu e somente eu. Todo o resto é momentâneo. O duradouro já era, hoje não existe. O sorriso que antes nos ofereciam como sinal de amizade e carinho, hoje, não é acompanhado pelo olhar. Este é frio indiferente e vazio. O que diz a boca, não sente o coração. Entendo e não me ofendo. Entristece um pouco, mas é o que há. Alguém será diferente e sei-o bem. Mas, sinto que não devo nem quero ser criticada por lamentar-me, pois para muitos não tenho o direito de o fazer. Amores que partiram, braços amigos, olhares leais, amizades sinceras, corações feitos de sentimentos, nunca mais os terei. Somente no pensamento, nas recordações que me ajudam na solidão que me acompanha sempre, Devo ser muito complicada, para que poucos me entendam e saibam como sou. Insignificância numa vida incompleta, sou o nada que quis ser alguém, amada querida desejada e precisa como companhia. Não pôde ser assim, assim seja por vontade de Deus. Agradeço na mesma o ter vivido e ter tido momentos quase felizes. Porto, 28 e Abril de 2017 Carminha Nieves
|
Poeta
|
|
Há muito que não ouvia as musicas que tenho no computador, antigas. De tempos idos. Sem dar conta, no meio da sala, olhando a cidade ao longe, vendo o azul do céu manchado de nuvens soltas cinzentas claras, o meu corpo começou a dançar como embalada no berço da lembrança e de olhos húmidos, realista vi como tudo ficou no passado. Soluço profundo e silencioso apertou o meu peito. Mãos pequeninas e rechonchudas, batendo nas teclas e segurando o rato do computador ajudou-me a gravar, sem saber que no meu futuro era quase tudo o que me restava. Mesmo mal gravadas, são especiais únicas, são o que fui, o que era, uma vida dentro delas. A minha. Como corda grossa entrelaçada mil fios, de tudo, se entrelaçam. Vivo de recordações na solidão silenciosa do que nunca voltará. Dançado suavemente, como magia estive no salão nobre da piscina de Espinho, na estalagem Zende, em Ofir no salão do hotel. Na foz no Belo Horizonte, em Águeda os bombeiros no baile de gala de uma queima das fitas, onde me senti a Sissi, com o vestido comprido branco com flores rosas a debruar os folhos leves da saia. No club portuense, em muitos mais sítios. Leve e carregando a mala do meu passado, pesada, mas impossível de a deixar, continuei a dançar sempre a olhar a cidade, as nuvens com o azul do céu por cima delas e queria voltar atrás. Nem me lembro do mal do sofrimento, dos momentos e dias tristes só do que me fez feliz. Tenho pena, muita de o tempo ter passado, de nunca mais ser eu. Hoje um esboço mal feito, num quadro, sem moldura, esquecida num canto qualquer por tanta gente, sobrevivo, na solidão do meu presente, quase sem futuro. Haverá céus azuis, nuvens pequenas cinzentas claras, mas não as verei, nem ouvirei a minha musica tão velhinha quase como eu. Ouvindo o Roberto Carlos a cantar o belíssimo poema das baleias, fui uma delas. Não queria ser como sou. Seria melhor não ter esta maneira de ser, gostava de ter uma couraça onde guardaria a realidade e este querer de ser realista. Até onde vou? Neste caminhar sem retorno. Amo a vida, ter o pouco que tenho, ouvir as vozes de quem tanto amo. Saber que algo fiz por tantos, que condenada por muitos, não me modificaram. Sinto, amo e sou a mesma que tanto dançou sem pensar que hoje o faria só, olhando a cidade distante e o horizonte de olhos húmidos, só sem o que tive e que não poderei ter de volta. É a vida é a realidade onde não gosto de estar, mas que no fundo faz parte da minha vontade de viver. Porto, 2 de março de 2017. Carminha Nieves
|
Poeta
|
|
AHORA NO SÉ SI OLVIDARTE SEA LO MISMO QUE RECORDAR COMO ERA TODO ANTES DE TI.
HECTOR H. GARCÍA
|
Poeta
|
|
MIENTRAS SIGAS OCULTÁNDOTE EN LAS SOMBRAS NO ME ADENTRARÉ MÁS EN TU OSCURIDAD.
HÉCTOR H. GARCÍA
|
Poeta
|
|
Sentir. Mil significados. Mil atalhos. Confusa palavra, pequena, mas enorme. Tudo o que a vida contém se resume em cinco letras. É a chave que abre toda a nossa vida. Se estamos doentes, tristes, alegres, ofendidos, prejudicados, arrependidos, ansiosos, em paz com o mundo. Medo de muita coisa, receios, angustia, medida certa do pequeno nada que somos. Como algo crónico, sem cura, vive-se no sentir. Tudo é. Tudo guarda, desde que começamos a ver o mundo, depois do limbo de sermos criaturas deitadas em berços. Mal começamos a andar e a falar a termos cinco sentidos, o sentir aí está para sempre. E o mais curioso é que não pensamos nele. Nem no dos outros. Dizemos ou fazemos coisas sem pensar, que ofendemos, ou magoamos, quem sente de maneira diferente. Se todos ao deitar, fizéssemos um resumo do nosso dia a dia, de certeza que ao acordar pediríamos desculpa a alguém. Ínfimas coisas que não fazemos, como um simples telefonema a alguém só para dizer “Bom dia,” dar uma palavra amiga a quem já foi algo na nossa vida e que por razões da própria nos afastaram. O viver e ajudar outros a fazê-lo não custa nada. Mas infelizmente, só pensamos em nós. Um pensamento fugaz, dos que estão doentes, dos que arrumados em lares estão fora da família. De quem vive só na recordação do que já foram e hoje obedecem sem reivindicar, pois não o podem fazer, da multidão imensa que vegeta, sem rumo nem sonhos, nem futuro. Como massa inerte, vivem porque respiram e o coração bate. Somos máquinas dentro da do tempo. Vazios, ocos, aparências de riqueza, ter mais que os outros, impostores, todos perfeitos, na imperfeição da frieza do sentir. A terra treme o mar encrespa-se, lá bem no fundo algo se revolta e caiem montes e matam, rios de lama inundam e soterram seres inocentes. Crateras que se abrem e destroem pontes e muito mais desastres acontecem todos os dias, mas o homem não faz caso a estes avisos. É a terra mãe que está farta de nós. Pisada, maltratada e nós sentindo que vamos por caminhos errados continuamos a viver na mentira e falsidade, com o único fim de sermos ricos e poderosos. Sente o teu sentir, não tenhas vergonha de seres diferente. Faz caridade, mas sem o mostrar. Ganha o teu pão honestamente, não queiras o dos outros. De palavras sem sentido, de promessas vãs, de políticos incultos, médicos que são mais operadores de máquinas, do que ajuda para quem precisa deles com humanidade, de tanta coisa mais! Oh Deus! Ajuda-nos. Obriga a todos a sentir! Padres na Igreja, futebolistas no campo, verdadeiros governantes a governar, filhos a respeitar os Pais, Pais a educar com sabedoria os filhos e o sentido comum e simples a suplantar a vergonha de não ser verdadeiro este mundo em que vivemos. Somos cirios acesos que sem pavio apagam. Nunca se esqueçam que uma pequena corrente de ar ou um suspiro o podem apagar. Porto, 14 de março de 2017 Carminha Nieves.
|
Poeta
|
|