|
Não sei se vem da poesia este querer viver com harmonia;
Esta necessidade de viver a fantasia na realidade;
Esta vontade de sentir a sintonia entre homem e Natureza...
Eu não sei... Não sei dizer, com certeza.
A.J. Cardiais imagem: Google
|
Poeta
|
|
Tem uma língua solta que vive na minha boca sem nenhum compromisso. Se alguém diz que é aquilo, ela diz que é isso.
Tem um verso rasgado que vive ao meu lado me dando guarida. Diz que é meu protetor e também minha vida.
Tem uma poesia torta que vive atrás da porta para ninguém lhe enxergar... Quando alguém a descobre, ela quer voar.
Tem de tudo, igual uma feira. Tem um monte de tranqueira sacudindo a poeira na casa da poesia. Alguns acham que é besteira e outros que é filosofia.
A.J. Cardiais imagem: google
|
Poeta
|
|
São duas horas da manhã e eu estou aqui escrevendo... Isso é trabalho? Isso é distração? Sei não...
Só sei que é insônia. Ainda bem que a poesia está me fazendo companhia... Senão, eu não teria com quem "conversar".
É engraçado quando eu penso lá do outro lado... Do lado de quem está lendo o que estou escrevendo.
O que estará pensando? O que estará achando? Deve estar imaginando:
Como esse cara perde tempo escrevendo essas besteiras, em vez de estar trabalhando pra ganhar dinheiro.
A.J. Cardiais imagem: google
|
Poeta
|
|
Não tenho dinheiro... Tenho um reino encantado, tenho um tempo inteiro, tenho um verso emocionado para um poema arteiro...
Tenho um futuro indefinido. Tenho um passado amarrotado... Tenho um monte de pecado esperando ser absolvido.
A.J. Cardiais imagem: google
|
Poeta
|
|
O poeta sai pelos becos, arrastando a poesia das lamentações...
Sobe a escadaria das indignações, sonhando que um dia dará um jeito em suas ilusões.
A.J. Cardiais
|
Poeta
|
|
A vida me mostra um relógio... Luto contra o tempo. O tempo é longo mas, com espaços curtos e rápidos... E eu já perdi muitos espaços...
Agora, tenho a pressa do ponteiro de segundos. Perdi a calma do ponteiro das horas.
E agora? Os ponteiros não giram ao contrário!
Perdi o meu tempo em segundos não me procurando mais profundo confiando na calmaria das horas.
A.J. Cardiais imagem: google
|
Poeta
|
|
Todos os olhares e risos me são fúteis, depois dos teus.
A demagogia pode fazer parte de mim mas, a poesia também.
E, em ti ter e te ver poeticamente, jamais escolherei a real.
Da poética sou súdito. Da real sou homem. Não que eu queira sonhos, utopias e fantasias.
Eu quero é a Poesia. A Poesia que é você, real, em se tratando de ELA ser mulher.
A mulher que é VOCÊ, poesia, em se tratando de VOCÊ poesia ser.
A.J. Cardiais 17.01.1990 imagem: google
|
Poeta
|
|
Seis horas... Ave Maria. Enquanto o céu se modifica para receber a noite:
Uma flor se fecha um coração perdoa uma pessoa reza um sino dobra uma criança chora...
Um pai chega em casa um cheiro de café invade o ar...
As luzes se acendem as mentes se apagam o silêncio é geral...
Alguém ama alguém alguém pensa em alguém. O tempo vai, a vida volta... São sete horas A.J. Cardiais 22.11.1982 imagem: a.j. cardiais
|
Poeta
|
|
Gostaria de ter um amor, livre como as nuvens...
Enquanto amar: ser lento e maravilhoso... Assim na terra, como no céu.
E quando “desamar”: ser simples ao se dissipar.
Sem vestígios, sem sombras e sem... Nuvens.
A.J. Cardiais imagem: google
|
Poeta
|
|
Quando não existe amor, a gente cala, emudece, não fala...
As horas passam devagar, como se fizessem isso, para nos atormentar...
Não se canta. Não se ri. O dia não tem sabor. À noite, é um horror...
Tudo aborrece, tudo irrita. Pouca coisa alegra, nestas horas de amargor...
Pouca coisa anima, quando não existe amor.
A. J. Cardiais imagem: google
|
Poeta
|
|