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Ah, realidade, realidade...
Você não respeita
minha privacidade.
Você me invade,
detonando meu sonho,
transformando-o
num pesadelo medonho...
Depois falam por aí
que eu não lhe acompanho...
Por que vou acompanhar
quem não me deixa sonhar?
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Mentir no amor,
é perder
uma oportunidade
de se dar bem...
Tem gente refém
do orgulho,
tratando o amor
com desdém;
como um bagulho.
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Não sou poeta de gabinete...
Vivo pongado no dia a dia,
recolhendo os fatos.
Como os garis recolhem o lixo,
eu fico recolhendo
os entulhos das ideias,
para fazer reciclagem.
Ideia pouca é bobagem,
nas mãos de um artesão
popular...
São pedacinhos de letras,
que se tornam anéis;
são contas não pagas,
que se tornam gargantilhas...
São tantas ideias simples,
desprezadas
pela sociedade burguesa...
E o artesão vai recolhendo
uma por uma...
No final do dia,
o poema está na mesa.
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Faz tempo que nos vimos...
Mais tempo faz que te amo.
O tempo não seduziu
meu pensamento
e nem meu coração,
que ainda te ama.
Temo encontrá-la agora,
com este tempo meu
tão escasso,
e o tempo
reduzir a distância
desse tempo todo,
a um passo.
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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É no meio do povo
que eu vivo.
Sofrendo suas dores
correndo seus perigos...
Não posso argumentar
de nuvens
se vivo poluído de ruas,
de realidades cruas
e de contas a pagar.
Mal posso sonhar
pois a realidade é um apito...
Então, levo tudo no grito
para não me entregar.
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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As músicas vão buscar você
na tarde de um domingo cinza,
chuvoso...
O meu coração de leão
lamenta a sua ausência
& Cia. Ltda.
Ouço um som, me comovo
sou um rio, um desvario.
Queria gritar que te amo
mas tenho medo de não ser este
o meu caminho, o meu fim.
O que me resta
é deixar que o som, a bebida
e a tarde (que me invade)
me apague...
Pelo menos, por hoje.
A.J. Cardiais
28.05.1989
imagem: google
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Poeta
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Você não tem culpa
se estou lhe amando...
O que eu procurei,
acabei encontrando.
Você diz não me amar,
mas entrega-se a mim,
com tanto amor...
Se sem me amar é assim,
imagine me amando.
Eu lhe peço, por favor,
não me deixe...
Use-me, abuse-me.
Faça de mim o que quiser...
Estou ciente.
Tudo que eu quero
é ter você, mulher!
Não pedi o seu amor...
Abuse do meu, sem nenhum pudor.
Se quem ama sou eu,
entrego-me de presente:
Abuse do que é seu.
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Busco abrigo em teu corpo
para fugir das amarguras.
Com os teus beijos
me embriago e esqueço
das topadas e dos tropeços
que eu dei pela vida...
Eu não queria jurar esse amor.
Eu não queria marcar essa aflição,
e nem queria te passar o tormento
que vive no momento
o meu coração...
Eu queria só tomar
o meu café com pão.
E sentir-me feliz
depois do sol...
Eu queria esta luz
que me faz ouvir
e carregar minha bandeira:
Um lençol.
Eu queria pela noite e madrugada
te encher de amor e fantasia.
Eu queria a liberdade
que a minha alma pede
e traduzi-la em uma
Poesia.
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Ouça o amor que sai de mim:
é um mar, um infinito...
Sem futuro, mas bonito.
Ouça a canção...
O baticum do meu coração.
Talvez tudo isso seja mais real
do que aquele carro que passa.
Você pode até achar graça...
A vida não deve ser
só de seriedade.
É preciso que haja riso.
E eu serei o seu palhaço,
o seu bobo da corte,
desde que você
(nem precisa que aceite)
respeite o meu amor.
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Olhe-me
com um olhar cúmplice
e sorria-me,
como se estivesse dizendo:
Sim, aceito o seu amor!
Uma gargalhada
é sinônimo de amor total.
E, como tal,
também estarei sendo amado.
Olhe-me
com este olhar discreto
mas que vai direto
ao meu coração...
Sorria-me
com um sorriso secreto
que diz, com todo afeto:
Te amo, de paixão.
A.J. Cardiais
imagem: google
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Poeta
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