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UNANIMIDADES
As unanimidades quando não artificiosas ou geradas por interesses egoístas, sempre serão raras e fugazes ainda que justas e razoáveis, pois que, nelas, vislumbram os vaidosos fracos de espírito, oferta e oportunidade de uma diferenciação feérica que os entorpece e acalanta.
Guru Evald
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Poeta
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Bloco de granito, pesado, forte, mas que deixa a agua penetrar e fazer nascer o musgo. Bloco de gelo, duro frio, mas que queima a pele, que imensos afundam navios, mas que uns raios de sol derrete. Nós somos assim. Ninguém tem defesas para tudo. Melhor será que recordemos as pessoas sem rancor, sem ódio, sem desejo que sejam infelizes- A ternura, a certeza de que somos o perdão, vale mais que tudo quanto necessitamos. Nunca deixes de amar por criticarem. Nem um sorriso quando num outro olhar vês ingratidão, raiva ou censura. O ser diferente é uma cruzada constante. O dom que se tem em aceitar a mentira, ignorância, desprezo, devemos preservá-la. Deixa que pensem que te ofendem, que acreditas, que se sentem inteligentes, por não reagirmos pela mesma medida. Se sentissem o que temos fora de comum, poderiam ser melhores e mais felizes. Por vezes no momento criticamos, mas vem o lado saudável e arranja sempre desculpas para o que fizeram. É bom. Sinto-me bem. E vou continuar assim. Não peço retribuição alguma, nem ao destino nem a Deus. Agradeço sim o ter-me dado esta maneira de ser, que é uma bênção. Sentada entre muitos a uma mesa algures, observo e não vislumbro olhos sorridentes, só baços e cegos para o essencial da vida. E quantas vezes já consegui sorrisos de bocas descaídas e fechadas. Transformam-se as fisionomias e sem darem por isso, conversam e até contam a sua vida. Pois quando saio de casa, levo o que me faz falta na carteira, mas o resto que tenho dentro de mim e me magoa, fica em casa. Um dia mais tarde se me relembrarem, é com um sorriso, para eles sou a alegria personificada. Como palhaço que deixou de velar um ente querido nas tábuas frias da urna e vai fazer rir a plateia. Quero ser luz, amparo e esperança. Nunca duvidar que abraços de ternura não são verdadeiros, que sou querida por quem eu quero. Se vivo na ilusão, bendita seja e que nunca a perca.
Porto,28 de agosto de 2017 Carminha Nieves
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Poeta
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. * Haiku Todo camino al menos sombroso estoy estático ::
Haiku Mosaico (*) Todo cambio es menos asombroso que el yo estático * * Haiku En el combate de desembocadura el río vence :: Haiku Desde la cima un sinfín de parras botas de antaño
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Haiku Mosaico Día a día un sinfín de palabras fotos de antaño * *
Haiku Pájaro lábil vuelo a vela mundano vida mímica :: Haiku Mosaico Navío lábil en la mar de lo humano u ondas místicas * * Haiku Verdor de afluentes y confluentes: efluente primavera :: Haiku Mosaico (18+) Amor confluente: afluentes y efluentes ¡Solo en primavera! * * . © José Lévio (Levio)=José Leva y Wimmer . (*) El haikú mosaico es de contenido variado... .
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Poeta
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Perdemo-nos por amor, por vingança, inveja, ignorância, maldade, tristeza sofrimento físico e moral- Até por saudade. Também me perdi um pouco por sinceridade, por dar muito, por ter pena dos outros, por tentar sempre ajudar. Trabalhar até não conseguir aguentar. E perdi grande parte da minha vida. Quando devia gozar a juventude, cuidava dos filhos, meus e dos outros. Quando devia no esplendor no tempo de sonhar, por doença, por sofrer internada prostrada na cama de uma casa de saúde. Estive quase sempre no lugar errado da vida e de mim. Por muito amar na inocência de que o podia fazer, gerou solidão, desilusão e tristeza. Nunca tive o meu tempo, nunca soube o que significava. Hoje como ramo quase seco de uma arvore esquecida, algures, ainda penso que alguém me dará um pouco de agua nas raízes, que teimam a agarrar-se à terra. Sou a esquecida, insignificância. Sem valor. Represento o tempo e a vida perdida regando raízes de outras arvores, que não precisavam. É a vida no seu melhor, sem viver a minha, dei vida a muita gente. Arrependida? Um pouco, muito ou nada. Depende do momento de desilusão, em que me encontre. Como bálsamo, desconhecidos ainda me dizem que sou bonita! Sinto um nó na garganta pois sei que o dizem com convicção. Mas nunca pensei que o fosse, quanto mais agora! Sou farol velho, que na noite brilha de longe a navegantes e dou confiança e companhia como estrela extinta há muito tempo, mas que ainda vemos o seu cintilar. Misturei as minhas lágrimas com sangue de feridas de outros. Hoje talvez digam que os abandonei. Mas só eu sei a pura verdade, o que sofri a ver o sofrimento de outros. Quantas vezes pedi a Deus que fizesse das minhas mãos as Suas e os pudesse curar. Na inquietude do meu pensar e sentir, pensam que sou a culpada de tudo. Mesmo de ter nascido. Assim seja
E na diversidade, na mistura incrível do pensamento, dou um abraço de longe a todos quantos por segundos se lembrou de mim e me aconchegou num carinho, indelével, mas sentido, que agradeço do coração.
Porto, 11 de agosto de 2017 Carminha Nieves
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Poeta
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. Haikú . Súbitamente echadas a volar me toca a mí . Haikú . se para todo año en un instante mirando al Sol . (©) José Levio(Lévio) =José Leva y Wimmer .
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Poeta
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De um modo geral o poder corrompe o espírito fraco, mas é especificamente o poder de legislar aquele que eminentemente o leva à loucura.
Guru Evald
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Poeta
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NUANCES
Perto dos olhos, longe do coração... É a indiferença
Longe dos olhos, longe do coração... É o esquecimento
Perto dos olhos, perto do coração... É a felicidade ou a angústia
E... Longe dos olhos, perto do coração... É a sinfonia pungente da saudade...
Guru Evald
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Poeta
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Procuro na imensidão do pensamento o que me está a incomodar. Inquietude, marasmo, falta de incentivos, algo é. Bem lá no fundo sei, mas não posso pedir mais. Por isso tento outra causa. Mas são passos perdidos nas lajes gastas do meu caminho. É tão pouco! É um quase nada, mas não está nas minhas mãos consegui-lo Enfim! Vamos pensar que ainda o vou conseguir. Difícil, quase impossível, mas é tão pouco! Sem ter palavras exatas para o dizer, agonia a esperança. Talvez por engano meu pensei que era passageiro, mas não. A realidade aí está. E faz-me falta, é tão pouco, quase nada. Devagar sem dar conta, coisas morrem. Desgastada por não poder ter o que deveria ter por direito, frustrada, encolhida, enrolada sobre mim, vegeto, neste meu canto. Fingindo, a mim mesma mais endurece a doçura do meu sonho. Como casa pintada, com um jardim florido, por dentro está gasta, quase vazia, muda sem sons de vida. Não culpo ninguém, só o tempo. É tremendo lutar com todas as forças e maneiras, tentar estancar a hemorragia dele a passar, mas por muito que o coração doa, nunca o poderei parar. Neste momento queria andar, passear sem vento, chuva, nem escolhos onde tropeçar. Queria ainda a minha doce gatinha branca, que tanta falta me faz. A criança que fui, livre e inconsciente num mundo de fantasia. Com lentidão me levanto, sem vontade de nada forço o corpo, mas quem força a alma? Pergunto a mim mesma, “que queres?” Não sei. Estou cheia de tudo, nada me apetece. Tristeza profunda de não ter o que desejo. Impotente, sem sabedoria para resolver o que não está bem. Pranto seco no deserto árido do meu sentir. O vento fustiga, sede, por teto, as estrelas, sem rumo, fria, consciente, do nada, em que estou. Deus meu, tenho carinho, mas que mais? Pena infinita de alguém, talvez, pranto seco na alma, preciso de mais. Uma alegria? Qual? Nunca poderei em verdade ser franca e gritar o porquê desta falta de ti. O meu silêncio é por respeito, outros há, mas são de culpa e dos outros. Desembrulhei o rebuçado, e é amargo. Que fazer? Deitá-lo fora, não. Aceitá-lo esperar que outro venha e seja doce. Tenho tantas saudades de mim! Quando tinha instantes plenos de vida! No eco longínquo, para além dos montes e mares, no infinito resguardado de olhares, até lá vou de quando em vez. Abraços dou, afagos tenho, ternura em olhos que se fecharam para sempre, sou feliz. E a saudade de mim por momentos desaparece, mas volto e sou cicatriz de sofrimento, de ter esta maneira de sentir. Se soubessem o que é ter mais vida interior que física, ninguém me criticava. Ao olhar dos outros tenho tudo para ser feliz. Um pouco de inveja sinto neles, mas o meu interior é imenso. O pensamento ultrapassa tudo e todos. Nem eu própria compreendo, como posso ser tão diferente. Talvez acredite em Deus mais do que é normal, mas sou assim. Tenho que tentar aceitar e viver o meu mundo, fazendo de conta que sou uma mais entre todos. Uns braços invisíveis queria ter, trespassar tudo para ir buscar tudo o que quero, guardar nas mãos, tudo o que perdi e que me fariam em plenitude feliz. Nem tudo o que se tem faz falta, mas o que não temos mais falta faz. O que escrevo nem todos compreendem, mas no que não escrevi está a essência do meu pranto seco. Porto, 6 de Junho de 2017
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Poeta
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Soy el hombre perdido que busca no ser hallado, la idea nacida de la soledad de las estrellas. Inquietud develada, escandalizada La sensación oculta y evidente, constante, de ser una marioneta cumpliendo un rol predeterminado, sin protagonismo propio, ejecutando el papel adjudicado para seguir en la celda hexagonal de la colmena, siendo el clon del insecto original que nunca de estadio muta, pupa larval, egoísta, avara, consumista mórbida, siempre esperando que los medios vuelquen en su mente el estímulo hedonista de la doctrina liviana y superflua. Anhelando con hambre lo innecesario, desechando la cualidad de elegir, de cuestionar para poder definir con profunda convicción un rumbo propio. No hay palabra para definir el desanimo que me engendra cada día, la sola idea de repetir como un autómata, día tras día, latido sobre latido, la existencia,
Atormentado por mi abominación, por mi propia certeza de un estar escenográfico, irreal, carente del beso asesino de la vida que alimenta la verdad invisible y el ansia de los inocentes. Tormento que desata los yugos de mi pasividad, liberando el furor por trascender, para dejar en el terreno inexplorado mi señal en la candente y subjetiva calimba de la memoria. Deseo ingrato de perpetuar mis ser, Soy un hombre perdido que busca no ser hallado para no dejar en el olvido la tarea de descubrirme, y lograr valorar mi sustancia con el fiel inexacto de lo abstracto
Creado 23/05/2017 Catriel Cuestas Acosta
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Poeta
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Alguém me fez sentir rainha, alguém me fez sentir amada, alguém me deu ilusão sem medida. Ninguém em verdade, mas é o que eu quereria. Entre sonhos, embalada num baile de esperança fui tudo, mas sem ser nada. Olhando as estrelas voava para muito longe, no despertar da adolescência, no silêncio da noite, ia por esse mundo além, sem rumo, vi palácios, bailarina fui em bicos de pés no palco do desejo de ser algo que nunca o iria ser. Esvoaçava entre todos e ninguém me via, era coisa pouca era a criança esquecida, entre adultos. No meio do trigo, com os cães e gatos por companhia, o cabelo dourado como o trigo que me escondia com eles falava. Mas esta etapa da vida era também dourada, pura fantasia, imaginação sem limites, suave era o vento cálido, que aquecia a inocência da criança no limiar da adolescência. Era feliz, hoje sei-o com a certeza de quem viveu, momentos inesquecíveis. Encarrapitada no damasqueiro, sentada a comê-los, envolta no aroma que me envolvia, os cães deitados na relva fresca do jardim, os gatos a brincar noutro galho, era o paraíso. Corria como gazela pela avenida da quinta, enterrava os pés na terra molhada, ao fim do dia suja, descalça desgrenhada ia ter com as empregadas, para me ajudarem a ser a “menina “antes que os meus Pais chegassem. Oh! Carminha ,Carminha Carmela de sapato branco e meia amarela! Na realidade foste única na maneira de viver. Em verdade continuaste sempre, o que fizeste no colégio não lembra a ninguém. Indomável, mas doce, em liberdade fogosa como égua selvagem, na selva do mundo, nunca perdeste a liberdade de seres tu. Hoje sem espetadores, danças pelas manhãs como te apetece. Ninguém me conhece, ao ver-me em publico. Sou o que se chama a imagem da virtude, da boa postura e culta. Sem corrosão, da idade, ainda subiria ao damasqueiro. Era feliz se pudesse voltar a ser outra vez a intrépida, sem me apelidarem de louca. Mas, vou fazendo o que posso ninguém me vê nem critica. Mas a critica nada me diz, penso que é inveja de nunca terem sido felizes na singeleza de criança, feita mulher, esposa, mãe, avó e novamente criança adulta em companhia de alguém que me dá carinho e companhia. Palavras leva-as o vento, pedras não voam, rancores e desdéns, são erva seca, que todos pisam e nem notam. Porto, 11 de Maio de 2017 Carminha Nieves.
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Poeta
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